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quinta-feira, 6 de agosto de 2015
Alergia ao leite ou intolerância à lactose?
Todos os dias, os mesmos sintomas se repetem: cólica, gases, diarreia e enjoo.
A suspeita é de que a causa seja algum alimento.
Então, você se submete a um teste - às vezes demorado - para descobrir qual é esse alimento: a cada semana, elimina um item da dieta e observa se os sintomas permanecem.
Certo dia, o responsável finalmente é identificado.
Ao eliminar leite e derivados da alimentação, o seu sistema gastrointestinal funciona como nunca.
Problema solucionado? Ainda não. Falta descobrir de você tem alergia ao leite ou intolerância à lactose.
Embora distintos, os problemas ainda causam confusão em grande parte da população que, em vez de buscar ajuda profissional, prefere simplesmente parar de consumir leite e derivados.
Mas, esse alimento é uma das principais fontes de cálcio para o organismo e excluí-lo pode acarretar sérios problemas de saúde, como a perda de massa óssea...
Para início de conversa, vale alguns esclarecimentos básicos.
Alergia é uma resposta exagerada do sistema imunológico a um corpo considerado estranho pelo organismo.
No caso do leite, os corpos estranhos são as proteínas presentes neste alimento.
A alergia ao leite costuma despontar ainda na infância.
Cerca de 2% das crianças têm o problema, mas, como o sistema imunológico vai sofrendo alterações ao longo do tempo, a alergia costuma desaparecer.
A intolerância à lactose, por sua vez, é uma deficiência caracterizada pela falta de lactase, enzima responsável pela quebra da lactose, que é o açúcar do próprio do leite.
Cerca de 70% dos adultos têm algum nível de intolerância, pois a quantidade de lactase no organismo vai diminuindo naturalmente após os cinco anos de idade.
Embora cada problema compreenda mecanismos completamente diferentes, os sintomas podem ser semelhantes em alguns casos.
A alergia pode causar sintomas cutâneos, como urticárias, inchaço e coceira; respiratórios, como tosse e falta de ar e também gastrointestinais, como diarreia, dor de barriga e gases.
A intolerância, entretanto, resume-se exclusivamente ao trato gastrointestinal.
A reação imunológica do alérgico ao leite não varia de acordo com a quantidade ingerida.
Assim, um pedaço de queijo ou um copo de leite podem desencadear sintomas de intensidade equivalente.
O problema é que essa reação pode ser desde uma alteração leve de pele até um choque anafilático, que pode ser fatal.
Por essa razão, leite e derivados precisam ser completamente excluídos da dieta do alérgico.
No entanto, essa medida resolve apenas parte da questão.
Sem laticínios - uma das principais fontes de cálcio da nossa alimentação -, o alérgico precisa recorrer a outros alimentos para que a deficiência desse nutriente não leve a cãibras, perda de massa óssea e outras complicações.
Recomenda-se consumir soja e vegetais verde-escuros, como a couve e o brócolis, para contornar o problema.
Ainda assim, esse reforço alimentar pode não ser suficiente.
Nosso corpo consegue absorver até 90% de cálcio de alimentos de origem animal, mas apenas 10 ou 20% de cálcio de alimentos de origem vegetal.
Neste caso, um nutricionista poderá recomendar suplementação do nutriente.
Em ambos os casos, há necessidade de mudanças na dieta.
Além disso, o alérgico pode se submeter a um tratamento de dessensibilização das proteínas do leite.
Ele consiste na exposição do paciente a esses componentes que causam alergias e deve ser feito somente por um especialista.
Para o intolerante, também há a opção de um medicamento de enzimas sintéticas de lactase.
A prescrição pode ser feita apenas pelo profissional responsável pelo caso.
Como se pode ver, é necessária a ajuda de profissionais para colaborar na condução do caso e não resolver sozinho, por "conta própria"!
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