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quarta-feira, 22 de julho de 2015

Anasarca


A anasarca não é uma doença, mas um sintoma que pode acontecer no curso de várias doenças, caracterizado por um inchaço distribuído por todo corpo, devido ao acúmulo de fluido no espaço extracelular e no interior das próprias células.

Algumas das doenças mais graves que podem levar a este sintoma podem causar a morte, por não eliminarem todas as toxinas do organismo e porque os órgãos não mais realizam adequadamente suas funções. Entre as doenças que podem causar anasarca estão, entre outras, a insuficiência cardíaca congestiva, síndrome nefrótica, cirrose, insuficiência renal crônica, glomerulonefrite, queimaduras e desnutrição. Algumas drogas também podem causar anasarca ou edemas locais.

A água fica distribuída em dois compartimentos do corpo: no compartimento intracelular fica um volume correspondente a cerca de 40% do peso corpóreo e no compartimento extracelular cerca de 20%, sendo 5% intravascular e 15% intersticial. A movimentação de líquido do interior dos vasos capilares para o espaço intersticial causa o edema. A anasarca torna-se clinicamente detectável quando pelo menos cinco litros em um adulto foram transferidos para o interstício. Há vários mecanismos envolvidos nessa transferência, mas a retenção de sódio e água constitui fator importante em todo quadro de anasarca.

A anasarca é rara em jovens e neles quase sempre é consequência de uma doença renal (glomerulonefrite, síndrome nefrótica). Geralmente a anasarca se inicia pelos pés e pernas (edema ortostático). Se ocorrer comprometimento inicial da face, ele provavelmente é de origem renal e se começa por ascite (acúmulo de líquido no abdômen), sugere origem hepática. O edema geralmente é progressivo, de longa duração e é agudizado por distúrbios infecciosos hidroeletrolíticos.

O diagnóstico da anasarca deve levar em conta a história médica e o exame físico do paciente. Os exames laboratoriais devem considerar as etiologias mais frequentes. Como exames de triagem devem ser pedidos: exame da função renal, proteínas totais e frações, exame de urina, perfil hepático, eletro ou ecocardiograma, radiografia de tórax e dosagem de eletrólitos. Um diagnóstico diferencial entre as patologias que podem ocasionar quadros de anasarca nem sempre é fácil, porque elas são muitas.

O tratamento da anasarca deve ser principalmente dirigido à doença causadora. No entanto, tratamentos de alívio dos sintomas com diuréticos, diálise ou paracentese podem ser necessários, uma vez que o paciente pode sentir muito desconforto.

A alimentação do paciente também deve ser controlada de acordo com a doença de base. Assim, por exemplo, a ingestão de proteínas não é recomendada no caso de falência hepática, porque sobrecarrega o fígado e a ingestão de sal deve ser restringida se o problema for renal. A ingestão de líquidos não deve ultrapassar um litro por dia, nos casos graves.

É importante também tratar os fatores de descompensação, como infecções, distúrbios hidroeletrolíticos, arritmias, infarto agudo do miocárdio ou piora das disfunções orgânicas.

A melhor (única) maneira de prevenir a anasarca é tratar adequadamente a doença de base.

Embora por si só a anasarca não leve à morte, a doença que a causa pode ter consequências letais.

A anasarca em si já é uma complicação de uma patologia de base, frequentemente cardíaca, renal ou hepática.

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