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quarta-feira, 10 de junho de 2015

BCG: vacina contra a Tuberculose


A BCG é uma vacina contra as formas graves de tuberculose que pode ser também usada como quimioterapia local no câncer de bexiga e em certas formas de lepra, por exemplo. A vacina conhecida como BCG é composta pelo Bacilo de Calmette & Guérin (donde a sigla BCG), obtido pela atenuação da bactéria viva Mycobacterium bovis, a qual transmite a tuberculose bovina, mas que perdeu sua virulência em humanos.

Ela substitui a infecção selvagem pelo bacilo de Koch, que é grave, por uma infecção inofensiva, deixando igual imunidade, sem causar a doença. O nome da vacina é uma homenagem a Albert Calmette e Camille Guérin, respectivamente um médico e um veterinário franceses, os dois cientistas que a desenvolveram em 1908.

No Brasil, a vacina foi introduzida nos programas de saúde pública em 1967 e se tornou obrigatória, devendo ser aplicada o quanto antes, preferencialmente ainda no berçário. Ela tem boa eficácia na redução das formas graves da doença, mas a sua efetividade na redução dos casos simples não é a ideal.

Um teste dérmico da tuberculina deve ser feito antes da vacina, menos em neonatos, para apurar a sensibilidade à mesma. Se o teste for positivo, a vacina deve ser evitada. A vacina é aplicada em dose única, normalmente no recém-nascido ou após o primeiro mês de vida, o mais cedo possível. Ela deve ser aplicada rigorosamente por via intradérmica, na parte proximal do braço direito, próxima à inserção do músculo deltoide, local onde ela é mais bem aceita e onde a cicatriz permanente pode ficar encoberta pelas mangas curtas das blusas.

A aplicação acidental subcutânea pode implicar em sérias complicações. Deve aplicar-se 0,1cm³ da vacina com uma agulha fina entre a epiderme e a derme. As nádegas podem também ser uma alternativa. Isso causa apenas um leve ardor momentâneo e somente semanas depois começa a reação à BCG, constante de inflamação local e eventual produção de secreção. Essa ferida é esperada e necessária para conferir validade à vacina. Geralmente, não há dor no local da picada.

A vacinação deve ser universalmente aplicada em todas as crianças recém-nascidas ou, se isso não for possível, logo após o primeiro mês de vida. Ela pode ser administrada inclusive a crianças com sorologia positiva para o HIV que não apresentam sintomas ou a filhos de mulheres soropositivas assintomáticas. Nas áreas de alta prevalência da tuberculose, deve-se também vacinar as crianças de seis a sete anos de idade, por ocasião da ida à escola, se elas não tiverem registro de um esquema vacinal completo contra a tuberculose.

A vacina não deve ser aplicada a pessoas com sorologia positiva para HIV que apresentem sintomas da doença, a crianças recém-nascidas com peso inferior a 2000 gramas, na presença de manifestações anômalas da pele, hipersensibilidade conhecida aos componentes de qualquer vacina e reação anafilática após tomar uma dose dessa vacina. A vacina também não deve ser dada a pessoas com teste dérmico positivo. Quando a vacina for feita com bactéria atenuada ou vírus vivo ela não deve ser dada a pessoa com imunodeficiência, neoplasia maligna e tratamento massivo com corticoides.

A eficácia da vacina é reportada diferentemente em diversas pesquisas. Pesquisas realizadas no Reino Unido apontam uma eficácia entre 60% e 80%, mas esse número é menor em outros lugares. Da mesma forma, é variável a estimativa da duração da proteção, ficando, na maioria dos casos entre 15 e 20 anos, embora já tenham sido constatadas imunidades mesmo 60 anos depois da vacina. Essas variações talvez se devam à potência da vacina empregada, a variações genéticas das populações ou à interferência de outras bactérias. A BCG é bastante eficaz contra a meningite tuberculosa em crianças e contra a tuberculose disseminada, mas de eficácia muito variável na tuberculose pulmonar.

Logo em seguida à aplicação da vacina forma-se um nódulo local que evolui para pústula. Depois, forma-se uma crosta e uma ulceração, com duração habitual de seis a dez semanas. De tudo isso resulta uma pequena cicatriz característica no local da injeção, quase sempre no braço direito.

De modo geral, não ocorrem complicações com a vacinação pela BCG. Algumas pessoas (geralmente crianças) podem apresentar reação mais intensa que o comum, com uma ferida purulenta e crescimento ganglionar nas axilas. Nesses casos, muito pouco frequentes, pode ser necessário tomar antibióticos dirigidos ao bacilo vacinal. Também pode haver uma infecção secundária no local da aplicação que exija intervenção médica. Bebês com deficiência da imunidade celular podem apresentar uma grave infecção pelo bacilo da vacina e precisam ser tratados imediatamente.

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