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segunda-feira, 6 de abril de 2015
Fármacos que comportam maiores riscos nas pessoas de idade avançada
Analgésicos
O propoxifeno não alivia a dor mais que o paracetamol e tem efeitos secundários sedativos. Pode causar obstipação, sonolência, confusão e em muitas ocasiões respiração lenta. Pode causar adição como outros narcóticos (opiáceos).
Entre todos os anti-inflamatórios não esteróides a indometacina é a substância que mais afecta o cérebro. Às vezes causa confusão ou vertigens.
A meperidina injectada actua como um analgésico muito potente; no entanto, não é muito eficaz sobre a dor por via oral e, muitas vezes, causa confusão.
A pentazocina é um analgésico narcótico que tem mais possibilidades de causar confusão e alucinações que outros fármacos do mesmo tipo.
Anticoagulantes
O dipiridamol pode causar leves enjoos nas pessoas com mais idade quanto estas estão de pé (hipotensão ortostática). Geralmente são poucas as vantagens que oferece em relação à aspirina na prevenção da formação de coágulos.
Geralmente, a ticlopidina não é mais eficaz que a aspirina para a prevenção de embolias e é consideravelmente mais tóxica. Pode ser útil em doentes que não podem tomar aspirina.
Antiulcerosos
As doses correntes de alguns bloqueadores da histamina podem causar reacções adversas, especialmente confusão. Importa destacar a cimetidina, mas também em menor grau a ranitidina, a nizatidina e a famotidina.
Antidepressivos
Devido às duas potentes propriedades anticolinérgicas e sedativas, a amitriptilina, em geral, não é o melhor antidepressivo para as pessoas com mais idade.
A doxepina também é um anticoligérnico potente.
Antináuseas (antieméticos)
A trimetobenzamida é um dos fármacos menos eficazes para as náuseas e pode causar efeitos adversos, incluindo movimentos anormais dos braços, das pernas e do corpo.
Anti-histamínicos
Todos os anti-histamínicos de venda sem receita, e muitos dos que se administram com prescrição médica, têm efeitos anticolinérgicos poderosos. Entre eles figuram remédios combinados para a constipação como os fármacos clorfeniramina, difenidramina, hidroxizina, ciproheptadina, prometazina, tripelenamina, dexclorfeniramina. Embora, às vezes, sejam úteis para as reacções alérgicas e as alergias sazonais, em geral os anti-histamínicos não o são quando o nariz goteja e quando existem outros sintomas de infecção viral. Quando for necessário administrar anti-histamínicos, são preferíveis os que não tenham efeitos anticoligérnicos (terfenadina, loratadina e astemizol). Para as pessoas mais velhas são mais seguros, de modo geral, os remédios para a tosse e para o resfriado que não contenham anti-histamínicos.
Anti-hipertensivos
A metildopa, só ou em combinação com outros fármacos, pode diminuir o ritmo cardíaco e piorar a depressão. A administração de reserpina é perigosa porque pode provocar depressão, impotência, sedação e vertigem quando se está de pé.
Antipsicóticos
Embora os antipsicóticos como a clorpromazina, o haloperidol, a tioridacina e o tiotixena sejam eficazes no tratamento dos estados psicóticos, não se estabeleceu a sua eficácia no tratamento das perturbações do comportamento associadas à demência (como a agitação, o delírio, a repetição de perguntas, o lançar coisas e dar pancadas). Muitas vezes estes fármacos são tóxicos, produzindo sedação, movimentos anormais e efeitos secundários anticoligérnicos.
As pessoas mais velhas, em caso de necessidade absoluta, devem utilizar antipsicóticos somente em doses baixas. O tratamento deve ser controlado com frequência e interrompido o mais cedo possível.
Antiespasmódicos gastrointestinais
Os antiespasmódicos gastrointestinais como a diciclomina, a hiosciamina, a propantelina, os alcalóides da beladona e o clidinio-clordiazepóxido são usados para tratar cãibras e dores de estômago. São altamente anticolinérgicos e a sua utilidade é duvidosa, em particular em doses baixas toleradas pelas pessoas mais velhas.
Antidiabéticos (hipoglicemiantes)
A clorpropamida tem efeitos de acção prolongada, que são exagerados nas pessoas mais velhas e podem diminuir os valores do açúcar no sangue (hipoglicemia) durante um longo período. Dado que a clorpropamida causa retenção de líquidos, pode também diminuir a concentração de sódio no sangue.
Suplementos de ferro
Uma dose de sulfato ferroso que exceda os 325 miligramas diários não melhora a absorção de ferro de forma considerável e pode provavelmente causar obstipação.
Relaxantes musculares e antiespasmódicos
A maioria dos relaxantes musculares e antiespamódicos como o metacarbamol,o carisoprodol, a oxibutinina, a clorozoxazona, a metaxalona e a ciclobenzaprina têm efeitos secundários de tipo anticolinérgico e produzem sedação e perda de forças. É duvidosa a utilidade que possam ter todos os relaxantes musculares e antiespasmódicos quando administrados nas doses baixas toleradas pelas pessoas mais velhas.
Sedativos, ansiolíticos e hipnóticos
O meprobamato não oferece mais vantagens que as benzodiazepinas e, pelo contrário, comporta muitas desvantagens.
As benzodiazepinas utilizadas para tratar a ansiedade e a insónia (clordiazepóxido, diazepam e flurazepam) têm efeitos de duração muito longa nas pessoas mais velhas (muitas vezes, mais de 96 horas).
Estes fármacos, sós ou em combinação com outros, podem causar sonolência prolongada e aumentar os riscos de queda e de fracturas.
A difenidramina, um anti-histamínico, é o princípio activo de muitos sedativos de venda livre (sem receita médica). No entanto, a difenidramina tem efeitos anticolinérgicos poderosos.
Os barbitúricos como o secobarbital e o fenobarbital causam mais efeitos secundários que outros fármacos utilizados para tratar a ansiedade e a insónia. Também têm interacções com muitos outros fármacos. As pessoas mais velhas devem, em geral, evitar os barbitúricos, excepto para o tratamento de perturbações de tipo convulsivo.
Anticolinérgicos
A acetilcolina é um dos muitos neurotransmissores do organismo. Um neurotransmissor é uma substância química que as células nervosas usam para a comunicação entre si mesmas, com os músculos e com várias glândulas.
Diz-se que os fármacos que impedem a acção do neurotransmissor acetilcolina têm efeitos anticolinérgicos. A maior parte destes fármacos não são concebidos para bloquear a acetilcolina; os seus efeitos anticolnérgicos são efeitos secundários.
As pessoas de idade avançada são particularmente sensíveis aos fármacos com efeitos anticolinérgicos porque a quantidade de acetilcolina do organismo diminui com a idade e porque o seu organismo tem menor capacidade para utilizar a própria.
Os fármacos que têm efeitos anticolinérgicos podem causar confusão, visão enevoada, obstipação, boca seca, enjoos e dificuldade na micção ou incontinência urinária.
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