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sábado, 21 de fevereiro de 2015
Cogitações sobre o cérebro
O Romano Marco Túlio Cícero disse por volta de 65 antes de Cristo... "O exercício fisico que sustenta o espírito e mantém o vigor da mente"
O que ingerimos apresenta impacto real nas funções cerebrais. Isso significa dizer que os nutrientes têm, sim, o poder de aumentar nossa inteligência,memória, coordenação e até de nos proteger de doenças caracterizadaspor desequilíbrios bioquímicos, como a depressão.
Não há dúvida de que os alimentos são como um composto farmacêutico, um remédio, que atua sobre o cérebro.
Podem elevar nosso potencial de raciocínio eaprimorar muitas outras funções.
Em 1 quilo e 200 gramas de cérebro, o peso médio da massa encefálica de um adulto, 100 bilhões de células nervosas estão em atividade.
Cada uma se liga a milhares de outras em mais de 100 trilhões de conexões.
Dos 30 anos em diante, o cérebro perde algo em torno de 10 Mil neurônios por dia.
Isso mesmo – 300 Mil por mês, 3,6 milhões por ano.
Mas os estudos mais recentes, feitos a partir de exames de ultimíssima geração, capazes de flagrar o cérebro em pleno funcionamento, trazem notícias alentadoras. Conforme a idade avança, ocorrem, sim, perdas de células cerebrais.
Elas implicam, contudo, danos menos severos do que se imaginava.
A morte de neurônios não explica os apagões de memória, a queda na acuidade visual e auditiva, a lentidão na tomada de decisões ou o
comprometimento das funções motoras.
Hoje, os neurocientistas têm por certo que essas perdas funcionais estão diretamente relacionadas às ligações entre os neurônios.
À velocidade e eficiência com que as informações trafegam de uma célula nervosa para outra. Os neurônios comunicam-se entre si por intermédio de ramificações chamadas dendritos.
Essas ramificações se estabelecem no dia-a-dia.
Se as vivências são ricas e intensas, os dendritos tendem a ser mais longos e abundantes. Conseqüentemente, mais fortes serão as conexões entre as células nervosas.
Com o avançar da idade, alguns dendritos se encurtam, outros morrem.
É inevitável. Se essa fatalidade reverterá em diminuição ou perda da capacidade cognitiva, depende da quantidade e qualidade das conexões estabelecidas durante a infância e a juventude.
Recentemente, jogou-se uma pá de cal sobre um dos mais antigos dogmas da neurociência.
O de que os neurônios seriam as únicas células humanas incapazes de se multiplicar.
As últimas pesquisas mostram que o cérebro produz neurônios durante toda a vida – até na velhice.
Contudo, a eficiência com que eles se conectarão uns aos outros depende também do tanto que o cérebro foi estimulado em anos anteriores.
A base estabelecida até a juventude é quase tudo, mas não é tudo.
Boas conexões neuronais podem ser feitas em qualquer época da vida.
Evidentemente, depois da maturidade o esforço é maior, como sabe qualquer quarentão que esteja aprendendo uma nova língua.
O importante é manter a atividade intelectual.
Inclusive para preservar o que foi conquistado lá atrás.
O cérebro estimulado com leitura, resolução de problemas matemáticos ou em tarefas prosaicas, como fazer palavras cruzadas, escrever de próprio punho, podem evitar que uma pessoa sofra de problemas típicos do envelhecimento.
Uma pesquisa realizada no "Hospital Francês de Buenos Aires", no fim da década de 80, mostra a importância da atividade intelectual para a saúde do cérebro.
Ao analisarem dois grupos de pacientes com mais de 65 anos, os médicos verificaram que a incidência do mal de Alzheimer, doença degenerativa do sistema nervoso, era cinco vezes maior entre aqueles que não tinham diploma universitário.
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