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segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Câncer de esôfago
O esôfago é um tubo muscular membranoso e oco que liga a garganta ao estômago. Através de contrações musculares involuntárias, chamadas peristaltismo, ele impulsiona alimentos e líquidos presentes em seu interior no sentido do estômago.
Sua parede é composta de uma camada muscular, mucosa e de tecido conjuntivo.
No câncer de esôfago as células malignas geralmente começam a desenvolver-se no revestimento interno do músculo, podendo, na sua evolução, atingir outras camadas mais profundas.
O câncer de esôfago pode ser de duas modalidades histológicas: o carcinoma espinocelular ou epidermoide e o adenocarcinoma. O primeiro implica em alterações das células escamosas e ocorre na maioria das vezes na parte inicial e média do esôfago.
O segundo envolve alterações das células glandulares e é mais frequente na porção distal do órgão. O carcinoma epidermoide escamoso é responsável por grande parte dos casos de câncer do esôfago.
O câncer de esôfago pode levar em pouco tempo a infiltrações das células cancerosas nas estruturas vizinhas e a metástases, daí ser muito importante a sua detecção precoce.
Não se conhecem exatamente as causas do câncer de esôfago, mas sabe-se que ele ocorre mais nos homens que nas mulheres, numa proporção de 3:1.
Fatores que causem refluxo gastroesofágico, como a obesidade e as cirurgias bariátricas, por exemplo, podem aumentar a incidência do câncer do esôfago.
Também o alcoolismo e o tabagismo são fatores muito importantes para o surgimento desse tipo de câncer.
De início, a sintomatologia do câncer de esôfago pode ser muito pobre ou mesmo inexistente.
No entanto, é muito importante detectá-lo precocemente porque no início a chance de cura é muito maior.
O emagrecimento, a azia, a disfagia (dificuldade na progressão dos alimentos) e a dor torácica nas costas são alguns dos sintomas mais comuns do câncer de esôfago.
A odinofagia (dificuldade para engolir acompanhada de dor) é outro sintoma frequente.
A sensação de que o alimento não “desce” normalmente pode, na realidade, ser devido a anormalidades da garganta ou dos órgãos vizinhos ou ainda a problemas musculares ou ao sistema nervoso.
Na história clínica do paciente, o médico verificará os hábitos de vida do indivíduo quanto ao fumo, álcool e alimentação. Em seguida fará um exame físico detalhado.
Ele pode solicitar uma radiografia simples do tórax ou um esofagograma, que é uma série de radiografias contrastadas do esôfago que evidenciam a estrutura da luz do órgão.
Em pessoas com suspeita de câncer de esôfago ou de alto risco para a doença, o melhor exame é a endoscopia digestiva alta, que pode ser associada à biópsia. Trata-se de um exame tranquilo e indolor, feito sob uma sedação suave.
De acordo com as peculiaridades de cada caso podem ser necessários outros exames.
Um diagnóstico diferencial deve ser feito com outras causas esofágicas de dor torácica e dificuldades de deglutir, como inflamações resultantes do refluxo gástrico (esofagite), infecções da garganta, outros tumores, substâncias químicas, distúrbios nervosos ou musculares.
O tratamento do câncer de esôfago depende do estágio de desenvolvimento da doença e pode envolver cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, de acordo com a avaliação médica.
Tumores muito pequenos, em estágios iniciais, podem ser ressecados por via endoscópica.
Dependendo da extensão da doença, o tratamento pode ser unicamente paliativo, através de quimioterapia ou radioterapia.
Alguns cuidados sintomáticos também podem ser realizados, como dilatações, colocação de próteses para impedir o estreitamento do esôfago e radioterapia com a implantação de sementes (pequenas partículas) radioativas.
Devido às dificuldades alimentares e aos efeitos colaterais do tratamento, alguns pacientes podem necessitar receber nutrientes na veia por uma sonda, até que sejam capazes de comer normalmente.
A prevenção do câncer de esôfago pode ser feita evitando-se o fumo, o álcool e o uso excessivo de bebidas quentes.
Além disso, os sucos naturais, frutas, legumes e verduras são fatores que estimulam a proteção do esôfago contra o câncer.
A vitamina C e os carotenoides (alimentos de cor amarela, alaranjada, vermelha e verde) são outros fatores importantes de proteção.
Deve-se evitar também o consumo de alimentos defumados, que, aliás, também são agentes causadores de câncer de estômago!
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