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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O que é sopro cardíaco?


Entre as duas cavidades superiores (átrios) e as duas cavidades inferiores (ventrículos) do coração e os principais vasos cardíacos existem válvulas que se fecham a cada batimento, fazendo com que o fluxo sanguíneo siga apenas uma direção. O sopro ocorre quando uma dessas válvulas não se fecha completamente, ocasionando refluxo do sangue, ou quando o sangue tem de passar por uma dessas estruturas estreitadas. O sopro cardíaco é um som incomum, assobiante, sibilante ou áspero, ouvido durante os batimentos cardíacos. Ele não é uma doença em si mesmo, mas algo que se pode constatar ao examinar o coração com um estetoscópio. Ele pode indicar ou não uma doença do coração.

O sopro cardíaco geralmente é causado pelo fluxo turbulento de sangue na passagem por válvulas cardíacas anômalas ou por outras estruturas anormais próximas ao coração. É como se nessas condições houvesse um turbilhonamento da corrente sanguínea. As condições que mais frequentemente causam sopros são: regurgitação ou estenose aórtica ou subaórtica, regurgitação ou estenose mitral, regurgitação ou estenose pulmonar, regurgitação ou estenose tricúspide, retorno venoso pulmonar anômalo, defeito do septo atrial ou ventricular, coartação da aorta, ducto arterial, etc.

O sopro pode ser ainda causado por doenças cardíacas congênitas. Em crianças podem ocorrer sopros em que mesmo após investigação clínica exaustiva não se encontra doença que o justifique. É o chamado sopro fisiológico, que desaparece com o crescimento. As doenças que mais causam sopros são alterações nas valvas cardíacas ocasionadas por febre reumática na infância, doenças degenerativas ou outras doenças das valvas do coração.

Muitos dos sopros cardíacos são inofensivos, por isso são chamados de sopros inocentes. Eles normalmente só são descobertos durante um exame físico em uma consulta médica. Eles não causam sintomas, nem problemas e não demandam tratamento.

O sopro cardíaco é apenas um sinal ao se examinar o coração. Não é ele que produz sintomas; os sintomas vão depender da natureza e da gravidade da doença que os motiva. É possível que o paciente nunca tenha percebido a presença de um sopro. Noutro sentido, muitas doenças do coração não causam sintomas e só são suspeitadas quando o médico detecta o sopro durante a ausculta cardíaca. Se existirem sintomas, os mais comuns costumam ser cansaço, taquicardia, desmaios repentinos e coloração azulada nos dedos e nos lábios.

Um médico experiente consegue distinguir, pela ausculta do coração com um estetoscópio, se o sopro cardíaco acontece durante a sístole ou a diástole, se ele ocorre no início ou no final dessas etapas, se persiste ao longo de todo o batimento, se ele se altera mediante certos procedimentos, se pode ser ouvido em outras partes do tórax, em quais situações são mais proeminentes, etc. Essas características oferecem uma primeira ideia de qual estrutura está afetada e qual a natureza do problema. Por exemplo: um sopro ouvido antes da sístole geralmente é causado pelo estreitamento da válvula mitral (ou bicúspide), situada entre o átrio e o ventrículo esquerdos ou a válvula tricúspide, entre o átrio e o ventrículo direitos. O exame físico pode ser complementado por uma radiografia do tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma.

O sopro dito fisiológico ou inocente não requer tratamento. Quando existe uma doença causal faz-se necessário um tratamento clínico ou, por vezes, cirúrgico ou outro procedimento invasivo.

Uma das maneiras de prevenir os sopros cardíacos consiste em prevenir e tratar adequadamente as doenças infecciosas causadas por estreptococos, especialmente na infância.

Na gestação, as mulheres devem ter cuidado com o uso de medicamentos ou substâncias que interfiram na formação do coração do feto.

Os sopros infantis não associados a doenças cardíacas geralmente desaparecem espontaneamente com a idade.

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