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sexta-feira, 13 de junho de 2014

Distimia


Os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado, além de outros sintomas comumente presentes.

Pelo critério norte americano são necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo para os adultos e um ano para as crianças sendo que para elas o humor pode ser irritável ao invés de depressivo.

Para o diagnóstico da distimia é necessário antes excluir fases de exaltação do humor como a mania ou a hipomania, assim como a depressão maior.

Causas externas também anulam o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas.

Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período superior a dois meses sem os sintomas depressivos.

Para preencher o diagnóstico de depressão os pacientes além do sentimento de tristeza prolongado precisam apresentar dois dos seguintes sintomas:

Falta de apetite ou apetite em excesso
Insônia ou hipersonia
Falta de energia ou fadiga
Baixa da auto-estima
Dificuldade de concentrar-se ou tomar decisões
Sentimento de falta de esperança

Estudos mostram que o sentimento de inadequação e desconforto é muito comum, a generalizada perda de prazer ou interesse também, e o isolamento social manifestado por querer ficar só em casa, sem receber visitas ou atender ao telefone nas fases piores são constantes.

Esses pacientes reconhecem sua inconveniência quanto à rejeição social, mas não conseguem controlar.

Geralmente os parentes exigem dos pacientes uma mudança positiva, mas isso não é possível para quem está deprimido, não pelas próprias forças.

A irritabilidade com tudo e impaciência são sintomas freqüentes e incomodam ao próprio paciente. A capacidade produtiva fica prejudicada bem como a agilidade mental.

Assim como na depressão, na distimia também há alteração do apetite, do sono e menos freqüentemente da psicomotricidade.
O fato de uma pessoa ter distimia não impede que ela desenvolva depressão: nesses casos denominamos a ocorrência de depressão dupla e quando acontece o paciente procura muitas vezes pela primeira vez o psiquiatra.

Como a distimia não é suficiente para impedir o rendimento, apenas prejudicando-o, as pessoas não costumam ir ao médico, mas quando não conseguem fazer mais nada direito, vão ao médico e descobrem que têm distimia também.

Os pacientes que sofreram de distimia desde a infância ou adolescência tendem a acreditar que esse estado de humor é natural deles, faz parte do seu jeito de ser e por isso não procuram um médico, afinal, conseguem viver quase normalmente.

O início da distimia pode ocorrer na infância caracterizando-a por uma fase anormal. O próprio paciente descreve-se como uma criança diferente, brigona, mal humorada e sempre rejeitada pelos coleginhas. Nessa fase a incidência se dá igualmente em ambos os sexos.

A distimia é sub-dividida em precoce e tardia, precoce quando iniciada antes dos 21 anos de idade e partia após isso. Os estudos até o momento mostram que o tipo precoce é mais freqüente que o tardio.

Por outro lado estudos com pessoas acima de 60 anos de idade mostram que a prevalência da distimia nessa faixa etária é alta, sendo maior nas mulheres.

Os homens apresentam uma freqüência de 17,2% de distimia enquanto as mulheres apresentam uma prevalência de 22,9%.

Outro estudo também com pessoas acima de 60 anos de idade mostrou que a idade média de início da distimia foi de 55,4 anos de idade e o tempo médio de duração da distimia de 12,5 anos.

A comparação da distimia em pessoas com mais de 60 anos e entre 18 e 59 anos revelou poucas diferenças, os sintomas mais comuns são basicamente os mesmos.

Os mais velhos apresentaram mais queixas físicas enquanto os mais novos mais queixas mentais.

A distimia começa sempre de forma muito gradual, nem um psiquiatra poderá ter certeza se um paciente está ou não adquirindo distimia.

O diagnóstico preciso só pode ser feito depois que o problema está instalado.

O próprio paciente tem dificuldade para determinar quando seu problema começou, a imprecisão gira em torno de meses a anos.

Como na maioria das vezes a distimia começa no início da idade adulta a maioria dos pacientes tende a julgar que seu problema é constitucional, ou seja, faz parte do seu ser e não que possa ser um transtorno mental, tratável.

Os estudos e os livros não falam a respeito de remissão espontânea ("cura" passageira).

Isso tanto é devido a poucas pesquisas na área, como a provável não remissão.

Por enquanto as informações nos levam a crer que a distimia tenda a permanecer indefinidamente nos pacientes quando não tratada.

Os tratamentos com antidepressivos tricíclicos nunca se mostraram satisfatórios, as novas gerações, no entanto, vem apresentando melhores resultados no uso prolongado. Os relatos mais freqüentes são de sucesso no uso da fluoxetina, sertralina, paroxetina e mirtazapina.

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