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sábado, 29 de março de 2014

Anemia aplástica


Chama-se anemia aplástica a um quadro clínico raro, porém grave e potencialmente fatal, em que a medula óssea que normalmente produz as células do sangue (hemácias, leucócitos e plaquetas) entra em falência e passa a produzi-las em quantidades insuficientes.

Como o termo anemia se aplica apenas para a deficiência de glóbulos vermelhos (hemácias), a diminuição das três linhagens celulares (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) pode ser chamada de aplasia medular.

A medula óssea produz continuamente as células precursoras dos glóbulos vermelhos e brancos e das plaquetas, pois os glóbulos vermelhos só vivem aproximadamente 120 dias, as plaquetas cerca de sete dias e a maioria dos glóbulos brancos, um dia ou menos.

A anemia aplástica acontece quando a medula é danificada e afeta sua capacidade de repor novas células.

Ela pode ocorrer devido a uma causa autoimune ou pela assimilação de algum tóxico para a medula óssea, sejam medicações (com destaque para o cloranfenicol) ou outras substâncias químicas.

A radiação pode, igualmente, provocar uma aplasia medular e esta anemia pode ainda ser ocasionada por uma infecção por vírus.

Em cerca de metade dos casos não se consegue determinar uma causa para a anemia aplástica, situação na qual ela é designada idiopática.

Os principais sinais e sintomas da anemia aplástica são sangramentos, em virtude da trombocitopenia (baixo número de plaquetas), sejam micro sangramentos na forma de hematomas na pele ou sangramentos mais profusos, geralmente mucosos.

Os sintomas da anemia aplástica resultam da diminuição de um ou mais tipos das células sanguíneas e podem aparecer subitamente ou desenvolver-se mais lentamente.

A doença pode durar pouco tempo ou torna-se crônica e pode mesmo ser fatal.

Além dos sangramentos, podem aparecer fadiga, falta de ar, taquicardia, palidez, infecções frequentes, tonturas e cefaleias.

A aplasia medular é dita moderada no caso do paciente responder bem ao tratamento imunossupressor e não necessitar de transfusões de sangue, ou grave, se o enfermo for refratário ao tratamento imunossupressor.

Os exames laboratoriais devem ser iniciados por um hemograma e seguir-se com mielograma e biópsia de medula óssea.

Devem ser feitas, também, dosagem de vitamina B12 e ácido fólico para diferenciar anemia aplástica da anemia megaloblástica e sorologias para infecções virais.

De um modo geral, os valores dos glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas estarão muito baixos.

Um diagnóstico diferencial deve ser feito com:

•Anemias aplásticas hereditárias.

•Casos de malignidade.

•Lúpus eritematoso sistêmico.

•AIDS.

•Malária.

•Deficiência de vitamina B12 e ácido fólico.

•Mielodisplasia.

O tratamento de eleição para a anemia aplástica é o transplante de medula óssea, mas apenas 25% dos pacientes possuem doadores compatíveis.

Hoje em dia, os tratamentos mais utilizados são a imunossupressão e os estimulantes da medula óssea.

Nas anemias aplásticas moderadas o paciente deve continuar com a imunossupressão, porque o mecanismo autoimune pode voltar a atacar.

Nas graves, a única solução eficaz é o transplante de medula óssea. Ao recorrer ao transplante, o paciente passa por tratamentos quimioterápicos e radioterápicos, com o objetivo de eliminar o risco de rejeição.

Sempre que necessário, deve-se utilizar transfusão de plaquetas ou de hemácias. Geralmente não há limite ao número de transfusões que se pode fazer.

As transfusões não curam a enfermidade, mas aliviam os sintomas. O médico deve avaliar também a necessidade de fazer uma profilaxia antibiótica, pois as infecções são a maior causa de mortalidade nesta doença.

Exames laboratoriais de hemograma, função renal, função hepática e sorologias devem ser feitos regularmente, para acompanhamento da doença.

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