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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Hipertensão porta
Hipertensão porta é a hipertensão da veia porta e suas tributárias (veias que levam o sangue dos órgãos abdominais para o fígado), que fica igual ou maior que 10-12 mmHg e leva a vários transtornos orgânicos, alguns sérios e potencialmente mortais.
A pressão venosa portal normalmente fica entre 5 e 10 mmHg.
As causas da hipertensão porta são várias, mas a principal delas é a cirrose.
Em países com baixo índice de desenvolvimento, a maior causa costuma ser a esquistossomose.
Essas duas condições causam uma obstrução da circulação do sangue pelo sistema da veia porta.
As obstruções podem ocorrer em qualquer lugar ao longo do sistema e são divididas em:
•Obstruções antes do fígado: causadas por trombose da veia esplênica ou trombose da veia porta, por exemplo.
•Obstruções dentro do fígado: causadas pela cirrose, esquistossomose, sarcoidose, fibrose hepática congênita ou fibrose alcoólica, por exemplo.
•Obstruções depois do fígado: causadas por insuficiência cardíaca à direita ou pericardite constritiva, por exemplo.
Os principais sinais e sintomas da hipertensão porta são: ascite (acúmulo de líquido na região abdominal), aparecimento de hemorroidas, sangramento de varizes esofágicas, presença de sangue nas fezes, varizes no esôfago e estômago, aumento do baço, insuficiência hepática, veias dilatadas, pés inchados.
As anastomoses anorretais dão origem às chamadas hemorroidas. No umbigo forma-se a chamada "cabeça-de-medusa" e as anastomoses esofagogástricas formam as varizes gástricas e esofágicas, principal consequência da hipertensão porta e a principal área de hemorragias.
O diagnóstico da hipertensão porta é feito através da história clínica, do exame físico e por meio de exames laboratoriais como dosagens que revelem a função hepática (hepatograma), endoscopia do esôfago e do estômago, ultrassonografia do fígado e do sistema venoso portal e doppler da veia porta e da veia esplênica.
Uma biópsia do fígado ajuda a diagnosticar a hipertensão e a avaliar as condições funcionais do órgão.
O tratamento medicamentoso da hipertensão porta visa, em primeiro lugar, reduzir a tensão no sistema porta e, consequentemente, a pressão das varizes, objetivando evitar os possíveis sangramentos.
De início, ele pode ser feito com medicações e, quando mais evoluído, por meio de um "shunt" (desvio) intra-hepático, que é a criação de uma conexão entre o sistema venoso portal e o sistema venoso sistêmico ou por um “shunt” esplenorrenal.
Pode ser feita, também, uma esclerose endoscópica das varizes esofágicas, para evitar sangramentos.
Casos muito graves podem exigir um transplante de fígado.
A hipertensão porta já é uma complicação de condições que causam obstruções do sistema circulatório da veia porta.
As principais consequências secundárias da hipertensão porta são a ascite, a encefalopatia hepática, o aumento do risco de peritonite bacteriana e da síndrome hepatorrenal, o aumento de tamanho do baço e a formação de anastomoses porto-cava.
Outra complicação séria da hipertensão porta é a hemorragia gastrointestinal.
As hemorragias gastrointestinais mais abundantes provêm do rompimento das varizes causadas pela hipertensão porta, que às vezes são fulminantes e mortais.
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