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segunda-feira, 2 de setembro de 2013
Fibromialgia
Para refrescar a memória: a Síndrome da Fibromialgia (FM) pode ser definida como uma síndrome dolorosa crônica, não inflamatória e de origem desconhecida, que se manifesta no sistema músculo-esquelético e que pode apresentar alterações em outros órgãos ou sistemas.
Na verdade, esta síndrome sempre foi envolvida em controvérsias, graças à falta de substrato anatômico para confirmar sua existência, quer dizer, não há uma maneira de comprovar que ela exista através de exames de laboratório e para complicar ela pode ser acompanhada de depressão e da Síndrome da Fadiga Crônica!
Entretanto, desde a década de 1980 ela vem sendo encarada como existente em função da ciência de um mecanismo de sensibilização do sistema nervoso central à dor.
Há critérios para estbelecer o quadro de FM, como a existência dos chamados "pontos dolorosos", ou tender points, áreas mais sensíveis à dor e que, em função do número deles, pode-se avaliar a extensão do quadro como um todo.
Hoje sabe-se que cerca de 2% da população apresenta FM e que cerca de 15% das consultas em consultórios de reumatologia referem-se a ela.
Não há comprovação de que a FM seja algum tipo de variante da Depressao Maior.
Não se pode constatar que seja uma enfermidade puramente psico-emocional e tampouco unicamente orgânica.
Sabe-se que a dor do portador de FM é real e que existe uma disfunção do processamento sensorial, de modo geral.
Há, também, que considerar uma alteração do sono muito frequente em portadores de FM, do tipo que impede o sono profundo, interferindo não somente no surgimento de crises de dores, mas também na atenção, concentração e memória.
A depressão está presente em cerca de 30% dos portadores de FM e a ansiedade também!
O melhor exame clínico que se pode fazer é a avaliação da presença dos tender points e a história clínica do paciente, não existindo qualquer exame de laboratório que possa dar diagnóstico definitivo.
O diagnóstico diferencial passa pela Síndrome de dor miofascial; Reumatismo extra-articular; Polimialgia remuática, Polimiosites, Dermatopolimiosites; Miopatias endócrinas (por exemplo, por disfunção da tireóide); Miopatia metabólica por álcool, Doença de Parkinson, Neoplasias e efeito colateral pelo uso de drogas variadas, lícitas e ilícitas.
Evidentemente cabe ao médico clinico ou ao reumatologista a avaliação e diferenciação do quadro e do tratamento.
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