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sábado, 27 de abril de 2013
Narcolepsia
A narcolepsia é um tipo de dissonia, caracterizada por ataques irresistíveis de sono, mesmo que a pessoa tenha dormido normalmente na noite anterior e, em geral, acompanhada por outros distúrbios do dormir.
Na maioria dos casos a sonolência é confundida pelo próprio paciente com uma situação normal, o que leva a uma dificuldade no reconhecimento dessa condição.
É possível que os portadores da narcolepsia passem a vida inteira sem se darem conta que sofrem da doença e sejam tidos pelas demais pessoas e até por si mesmos como preguiçosos ou dorminhocos.
Isso porque o sintoma mais expressivo é a "preguiça" e a sonolência diurna excessiva.
Esses sintomas deixam o paciente em perigo ante a execução de tarefas como dirigir veículos automotivos, manejar máquinas perigosas ou realizar outras ações que exijam concentração da atenção e também faz com que a pessoa tenha prejudicado o seu desempenho no trabalho e na escola.
Mas há também aqueles pacientes que sofrem ataques repentinos e inesperados de sono nas mais inusitadas situações como, por exemplo, no interior de um coletivo, fazendo compras em uma loja ou dirigindo um veículo.
A doença é conhecida há muito tempo, mas só na década de 1960, com o estudo mais aprofundado da fisiologia do sono, foi possível relacioná-la com alterações nas fases do sono e caracterizá-la como uma patologia ligada à fase REM do sono.
A narcolepsia é um distúrbio do sistema nervoso, não uma doença mental e, portanto, deve-se a uma alteração da fisiologia ou bioquímica neuronal.
Ela parece ter uma causa genética (indiscutível em animais, mas discutível em humanos) e ser motivada por um déficit do neurotransmissor orexina (ou hipocretina) no hipotálamo, déficit este que leva à sonolência excessiva.
A orexina (ou hipocretina) é um hormônio produzido no hipotálamo lateral, descoberto em 1998, com função reguladora sobre o sono, vigília e apetite.
Horários inapropriados ou irregulares de sono pioram a narcolepsia.
O sintoma típico e exclusivo da narcolepsia é a perda súbita e reversível da força muscular durante a vigília, acompanhada ou não de rápido adormecimento (de 15 a 60 minutos).
Em geral o paciente sofre uma breve queda, da qual se recupera inteiramente desperto. Esses ataques de sono podem se repetir várias vezes por dia.
Outros sintomas são: sonolência diurna excessiva, anormalidades do sono REM e paralisia muscular.
Os ataques de atonia muscular completa (cataplexia), com ou sem sono profundo, podem ser desencadeados por situações emocionais agudas como um susto ou uma risada.
É comum também que se encontre nesses pacientes uma paralisia hipnagógica (paralisias rápidas e transitórias que acometem a pessoa quando ela está pegando no sono) ou hipnopômpica (paralisias rápidas e transitórias que acometem a pessoa quando ela está acordando) e alucinações auditivas ou visuais, igualmente hipnagógicas ou hipnopômpicas, com as quais o paciente geralmente interage.
O diagnóstico da narcolepsia pode ser feito por uma polissonografia, um exame em que o paciente dorme em um laboratório, ligado a máquinas que registram vários de seus parâmetros fisiológicos e a sua atividade cerebral durante o sono.
Os estudos com a polissonografia, o teste de múltiplas latências para o sono e o eletroencefalograma são fundamentais para o diagnóstico da narcolepsia.
No sono normal, o indivíduo demora cerca de uma hora e meia desde o momento do adormecer até atingir a fase REM do sono, mas os portadores de narcolepsia entram direto e subitamente no sono REM. Além disso, o eletroencefalograma pode medir as atividades do cérebro e testes genéticos são capazes de identificar o gene da narcolepsia.
Não se conhece cura para esse distúrbio, mas os sintomas podem ser controlados por medicamentos ou modificação de comportamentos e hábitos.
Costumam ser prescritos estimulantes ou antidepressivos com a finalidade de controlar a cataplexia, a paralisia do sono e as alucinações.
Não há como prevenir de modo integral a narcolepsia, mas algumas medidas podem aliviar a sonolência durante o dia:
•Fazer exercícios físicos regularmente.
•Evitar o consumo de cafeína durante a tarde e à noite.
•Evitar bebidas alcoólicas, sedativos e drogas que possam promover o sono, como anti-histamínicos, neurolépticos e outras.
•Tirar cochilos planejados durante o dia.
•Adotar hábitos regulares de dormir.
•Comer refeições leves e com intervalos regulares.
Em si, a narcolepsia não é uma doença grave, mas pode pôr em risco a vida das pessoas que dirigem carros ou operam máquinas perigosas.
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