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segunda-feira, 18 de março de 2013

Hemoptise (Expectoração com sangue)



Chama-se hemoptise à expectoração com sangue, proveniente da árvore respiratória, que acontece durante a tosse. A hemoptise pode ser consequente a várias doenças pulmonares ou cardíacas, algumas simples, outras graves.

Fala-se de "escarro hemoptoico" quando o sangramento é pequeno, misturado com escarro, ou de hemoptise maciça quando o sangramento é maior, embora não haja consenso quanto a quantificá-los. Em geral, no primeiro caso o sangue expelido é mais escuro e no segundo caso mais vivo e rutilante.

O pulmão pode ser a fonte do sangramento, mas o mais comum é que o sangramento seja proveniente das vias aéreas superiores, como nariz e garganta.

Vamos levar em conta a possibilidade de que seja de origem pulmonar.

A hemoptise pode ser causada por bronquites (agudas ou crônicas), pneumonias, tuberculose, tumores pulmonares, hipertensão venocapilar pulmonar, estenose mitral grave, embolismo pulmonar, bronquiectasia, síndromes de hemorragia alveolar, diátese hemorrágica, etc.

Outras vezes as hemoptises podem ser desencadeadas pelo uso de anticoagulante. Em crianças é frequente a associação da hemoptise com a aspiração de corpos estranhos. Há também uma hemoptise dita idiopática, em que nenhuma causa consegue ser identificada.

Uma cuidadosa história clínica deve ser tomada dos pacientes e pode ajudar numa diferenciação inicial entre duas condições às vezes muito parecidas, a hemoptise e a hematêmese (sangue vertido pela boca, proveniente do sistema gastrointestinal).

A radiografia do tórax frequentemente ajuda no diagnóstico etiológico, mas ela deve ser complementada pela fibrobroncoscopia e pela tomografia de tórax de alta resolução (TCAR).

A broncoscopia pode ajudar nessa diferenciação e é o exame mais indicado para identificar a zona hemorrágica. O indicador radioativo pode mostrar uma embolia pulmonar. A tomografia computadorizada pode acusar fontes de sangramento parenquimatoso.

A maior parte dos pacientes apresenta resolução espontânea. Aqueles que necessitam de tratamento devem ser diferenciados de acordo com a causa. Algumas vezes as pessoas com hemoptise precisam ser internadas para investigações e tratamentos.

Medicações antitussígenas não devem ser utilizadas, porque podem inibir a tosse, que é um meio de eliminação de secreções ou de corpos estranhos que estejam obstruindo as vias respiratórias.

A inalação propiciada por um vaporizador, bem como a fisioterapia respiratória auxiliam na expulsão de coágulos sanguíneos.

Coágulos de maior dimensão podem ser removidos com a ajuda de um broncoscópio.

As hemorragias de vasos mais calibrosos podem exigir intervenções médicas mais incisivas, como embolização da artéria brônquica.

Muitas vezes pode ser necessário a realização de uma broncoscopia ou de um procedimento cirúrgico para estancar a hemorragia.

2 comentários:

Cícera Jéssica disse...

Oi, para meu TCC preciso saber por que em pacientes com tuberculosr as hemoptises tinham época certa para ocorrer. O livro Floradas na Serra diz que era na época das floradas, que eram na primavera. Mas qual a relação com a época do ano?
Aguardo sua análise. Obrigada.

Carlos Alberto Rey disse...

Gostaria de deixar claro que a obra "Floradas da Serra" é um romance, sem qualquer objetivo de cunho científico e que não tem por objetivo esclarecer sobre o quadro clínico e a evolução clínica da tuberculose.
Os agravamentos de doenças pulmonares ocorrem, com frequência, mas não sempre, no outono e no inverno, em função do frio e do ar seco predominantes.