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sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Enxaqueca: reconheça se tem mesmo.
A enxaqueca é uma doença neurológica de diagnóstico clínico, isto é, não é diagnosticada através de exames complementares, mas pela história clínica e avaliação médica, com predominância em pessoas jovens, principalmente mulheres, que pode ser prevenida e tratada. É apenas um dos quase 200 tipos de dores de cabeça que existem.
A doença se caracteriza por uma dor latejante que dura de quatro a 72 horas e afeta, em geral, apenas um lado da cabeça, mas pode afetar a cabeça toda. Ela piora com luz (fotofobia), cheiro (osmofobia), barulho (fonofobia) e movimentos (cinetofobia).
Diferentemente do que muitos acreditam, viver com o problema não é comum ou normal. E pior, tentar administrar o dia-a-dia com a enxaqueca pode ser prejudicial à saúde. Ou seja, não tente relevar os sintomas ou medicar-se por conta própria, indiscriminadamente.
A partir do momento em que o paciente começa a tomar mais de dois analgésicos por semana, ele já deve procurar ajuda médica.
Em recente pesquisa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) considerou a enxaqueca como a quarta doença crônica mais incapacitante, atrás apenas da quadriplegia, psicose e demência.
Para o leigo, qualquer dor de cabeça é enxaqueca. Só que há variações sintomáticas que podem indicar doenças diferentes. Quando um paciente que nunca teve dor apresenta uma cefaleia súbita e intensa, pode estar com um quadro de aneurisma. Quando a dor é desencadeada por esforço físico, tosse ou espirro, pode ser um tumor.
Se vier com febre, rigidez de nuca e vômito, pode ser meningite. Por isso, é fundamental procurar um especialista para fazer um diagnóstico e adotar o tratamento adequado.
A forma mais comum de enxaqueca é a sem aura. Aura são alterações visuais como pontos escuros, luminosos, linhas em zigzag ou manchas na visão que podem anteceder ou acompanhar a dor de cabeça, duram de 5 a 60 minutos. Na enxaqueca com aura a dor é precedida por alterações visuais ou sensitivas (dormência na mão, braço e língua).
Um alerta importante é que a enxaqueca com aura quando associada ao uso de anticoncepcional pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral (derrame). Se, além do anticoncepcional, a paciente for tabagista, o risco é muito maior.
Muito comum é a enxaqueca pré-menstrual, menstrual e pós-menstrual, que torna a vida das mulheres mais difícil, pois o próprio processo menstrual já é complexo, associado à enxaqueca pode ser um fardo. Mas tem tratamento e discutirei em postagem próxima.
O diagnóstico da enxaqueca deve ser feito pelo médico, portanto, cuidado com os 'diagnósticos' populares desta doença.
Pode ser confundida facilmente com outros tipos de cefaleia, como a tensional, por exemplo, que também é muito comum. Na verdade o 'universo' das cefaleias é grande, mas a enxaqueca tem características bem marcantes, como se pode ver abaixo.
Ela é uma enfermidade caracterizada por episódios de cefaleia (dor de cabeça) que variam entre quatro e 72 horas de duração associada a dois dos seguintes sintomas:
- Dor unilateral;
- Dor de intensidade média ou forte;
- Dor latejante ou pulsátil;
- Piora com a movimentação.
E um dos seguintes sintomas:
- Náusea ou vômito
- Fotofobia (sensibilidade à luz) ou fonofobia (desconforto provocado pelos sons).
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