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sexta-feira, 11 de junho de 2010

Atividade sem dieta e dieta sem exercício não emagrece.

Este ano, durante o congresso americano de medicina esportiva (ACSM) realizado em Baltimore de 2-5 de junho, várias discussões importantes ocorreram sobre temas como nutrição, atividade física, treinamento, suplementos e etc.

Unindo boa parte das informações disponíveis e avaliando os dados abaixo que foram encontrados em estudos SEM controle da alimentação apenas com exercícios físicos, ou apenas controle da alimentação SEM atividade física, os pesquisadores foram unanimes em dizer que aliar a atividade física a um programa de reeducação alimentar é a única forma de perder gordura corporal.

Um dos temas mais discutidos em várias apresentações foi a questão do emagrecimento relacionada ao exercício físico e à dieta. Diversos autores demonstraram que a literatura científica tem apresentado vários estudos mostrando o fracasso de programas de atividade física auxiliando no processo de emagrecimento. Segundo estes pesquisadors fatores como humor, intensidade do exercício, variações hormonais, tipo de alimentação entre outros poderiam ser responsáveis por este fracasso. De forma bastante interessante, um importante pesquisador da área apresentou estudo no qual mulheres submetidas a programa de atividade física sem controle da dieta perderam gordura corporal em 12 meses. No entanto, após 18 meses o grupo começou a recuperar o peso perdido. Sendo o autor da pesquisa alguns fatores poderiam contribuir para este resultado:

1) após perder certa quantidade de peso o gasto energético diário também cai, afinal o organismo precisa de menos energia para manter uma massa menor;

2) também ocorre, de forma muito freqüente, a “recompensa” pelo exercício (“já que caminhei, posso consumir uma bola de sorvete”). No entanto, segundo o pesquisador as pessoas têm muito pouca idéia do quanto gastam de calorias na atividade. Até podem saber quantas calorias têm uma bola de sorvete, mas não quanto gastam em 40minutos de exercício. De certo modo, isto também é conseqüência do gasto calórico calculado nas esteiras, equipamentos de atividade aerobia e relógios específicos que na maioria das vezes superestimam o gasto energético na atividade.

3) alguns trabalhos também têm demonstrado que em mulheres a atividade física promove aumento da secreção de um hormônio chamado grelina, responsável por estimular a fome, isto é, após gastar energia com o exercício, o organismo ativa este sistema para que haja reposição das calorias gastas. Este mecanismo também explicaria porque as mulheres têm muito mais dificuldade de emagrecer do que os homens.

Outros dados apresentados mostravam resultados de estudos nos quais os indivíduos, ao contrário do relatado acima, apenas fizeram restrição alimentar, mas não se exercitaram. Para surpresa dos estudiosos a maioria das pessoas neste estudo ganhou gordura corporal ao invés de perder. Os resultados mostraram que ao submeter o organismo à restrição calórica houve perda de massa magra e conseqüentemente redução do gasto energético diário. Assim se o indivíduo gastava 2000Kcal/dia e passou a consumir 1600kcal/dia, em curto espaço de tempo o organismo passou a gastar menos calorias para se manter de forma a igualar o que estava sendo consumido ou gastando ainda menos de 1600kcal/dia, levando ao ganho de gordura com a dieta. Diversos mecanismos de controle existem no nosso corpo regulando fome, saciedade, sono, fazendo com que o processo de emagrecimento apenas com restrição calórica seja pouco efetivo.

Sendo assim, aliar a atividade física a um programa de reeducação alimentar é a única forma eficaz para perder gordura corporal e sustentar esta perda depois.

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