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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Aids migra para o interior do país

Os grandes centros urbanos do país, onde hoje estão concentrados 52% dos casos de Aids, registraram queda de 15% na taxa de incidência da doença entre 1997 e 2007. No entanto, a incidência nos municípios com menos de 50 mil habitantes dobrou, revelando que a epidemia caminhou para o interior do país. Os dados, do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2009, foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo Ministério da Saúde.

Em 1997, a taxa nas cidades com menos de 50 mil habitantes era cerca de oito vezes menor do que a registrada nas cidades com mais de 500 mil pessoas. Em 2007, essa relação caiu para três vezes.

Em municípios com mais de 500 mil pessoas, houve decréscimo da taxa de incidência, entre 1997 e 2007, de 32,3 para 27,4 notificações por 100 mil habitantes. No mesmo período, a taxa nas cidades com menos de 50 mil habitantes passou de 4,4 ocorrências em 1997 para 8,2 em 2007.


Regiões

Dos 100 municípios com mais de 50 mil habitantes que apresentam maior taxa de incidência de Aids, os 20 primeiros da lista estão no Sul. A primeira colocada é Porto Alegre (RS) com taxa de incidência de 111,5 por 100 mil habitantes, seguida por Camboriú (SC) com 91,3.

A tendência de crescimento de Aids nas cidades menores e queda nas maiores confirma-se nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul. O Norte e o Nordeste apresentam um perfil diferente: ocorre aumento da taxa de incidência, quando se compara 1997 com 2007, tanto em municípios grandes quanto em pequenos.

“Os dados justificam a necessidade de contínuo investimento em ações descentralizadas, respeitando as especificidades de cada local, sem perder o foco de que a epidemia, no Brasil, é concentrada”, destaca a diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Mariângela Simão.

Total de casos

De 1980 a junho de 2009, foram registrados 544.846 casos de Aids no Brasil. Durante esse período, 217.091 mortes ocorreram em decorrência da doença. Por ano, são notificados entre 33 mil e 35 mil novos casos de Aids. Em relação ao HIV, a estimativa é que existam 630 mil pessoas infectadas no país.

Mais meninas

Em 1986, início da epidemia de Aids no Brasil, havia 15 casos de Aids em homens para cada caso em mulheres. A partir de 2003, a proporção mudou: para cada 15 casos em homens, existem 10 em mulheres.


Já entre jovens de 13 a 19 anos, o número de casos de Aids é maior entre as meninas. A inversão vem desde 1998, com 8 casos em meninos para cada 10 casos em meninas.

Entre homens, a taxa de incidência em 2007 foi de 22 notificações por 100 mil habitantes e, nas mulheres, de 13,9. Em ambos os sexos, as maiores taxas de incidência se encontram na faixa etária de 25 a 49 anos.

O boletim ressalta que, em 2007, a taxa de incidência de Aids em mulheres de 50 a 59 anos (15,6 por 100 mil habitantes) é 3 vezes maior do que a taxa em mulheres com 60 e mais anos de idade (5 por 100 mil habitantes). Entre homens, a taxa de incidência também é 3 vezes maior entre os de 50 e 59 anos (26,9 por 100 mil habitantes) comparados aos de 60 e mais anos de idade 9,4 por 100 mil habitantes).

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