A infecção de ouvido em crianças é uma das mais freqüentes afecções encontradas em atendimento ambulatorial – consultórios, pronto-atendimentos, pronto-socorros – por conta de alguns fatores que podemos chamar de predisponentes para as crianças, como, por exemplo, a anatomia da trompa (canal) que comunica o ouvido (orelha) médio com a faringe posterior, que é mais horizontalizada nos pequenos do que em indivíduos maiores, nos quais ela já é mais verticalizada e dificulta o “retorno” de líquidos para dentro do ouvido (orelha) médio, onde estáo estruturas importantes para o mecanismo da audição, como aqueles ossículos (martelo, bigorna e estribo) que “recebem” o estímulo vibratório do som e “passam” essas informações para as estruturas seguintes, neurais, que se incumbem de transmitir para o sistema nervoso central, para que este identifique o som e o “traduza”. As dificuldades imunológicas do primeiro ano de vida, também são fatores importantes para a instalação das mais diversas infecções, e a otite média (deveria chamar de “orelhite” média?) não é exceção neste quadro.
Trata-se de quadro clínico bastante freqüente na clínica pediártica de rotina. Mas, os pesquisadores estão sempre em busca de soluções para nossos problemas, não é mesmo? Então...
Uma vacina pode ajudar a reduzir o número de crianças que têm freqüentes infecções no ouvido, segundo uma nova pesquisa publicada na edição de abril da revista Pediatrics. Pesquisadores norte-americanos acompanharam 27 mil crianças em Nova Iorque e 150 mil no Tennessee, do nascimento aos dois anos, depois que a vacina conjugada contra pneumococo foi licenciada em 2000. A vacina protege contra os tipos mais mortais de meningite (que, frequentemente são complicações das otites) e outras doenças pneumocócicas, como infecção no ouvido (otites). E os pesquisadores observaram que, durante o tempo de cobertura da vacina, o número de crianças que desenvolveram as infecções reduziu em 16% no Tennessee e 25% em Nova Iorque.
Como se vê, o campo da imunologia está sendo bastante gratificante para os cientistas. E para nós também!
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