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terça-feira, 10 de abril de 2007

Acreditar, eu não acredito!

Em um de meus últimos atendimentos uma de minhas clientes venho com queixa de passar muito mal após ingerir determinado medicamento, que já havia tomado antes. Algumas curiosidades, digamos, incosistentes me chamaram atenção nesse atendimento em particular.
Todos precisamos saber que qualquer medicamento pode nos fazer mal em qualquer momento, mesmo que já o tenhamos utilizado em muitas ocasiões. Até mesmo alergias por qualquer mediacamento pode surgir aleatoriamente, mesmo que sejamos usuários rotineiros de determinado remédio. Incrível, mas este fato é realmente possível. Já atendi um caso de um senhor que tomava Aspirina infantil para "afinar o sangue" e, depois de cerca de 5 anos de uso, começou a apresentar quadro de urticária todos os dias, mais ou menos 2 horas depois que tomava o remédio. Aí, claro, fizemos um teste, com o consentimento dele: suspendemos a Aspirina por 5 dias. A urticária desapareceu. No sexto dia ele tomou o medicamento e, imediatamente, teve uma crise forte de urticária, precisando, inclusive de medicação injetável para auxiliar na regressão, em um pronto-socorro.

Assim, se você toma um medicamento há anos, não fique tão seguro de que ele não lhe dará qualquer reação só pelo fato de que "nunca deu nada". Ele pode, sim, lhe causar reações adversas a qualquer momento. Até mesmo um alimento pode fazer isso!

Quando a paciente que citei no início me contou o que fez para melhorar é que eu achei mais curioso: ela usou de recursos que aprendeu em um curso de mediunidade. Neste curso, as cores que são projetadas, mentalmente, no organismo, auxiliam na cura ou chegam mesmo a curar as doenças. Ela citou, por exemplo, que o verde curaria o aparelho digestório (aliás, detesto a terminologia nova! não sei para que a alteração, digestivo ficava tão bem!). Só não sei de onde vem a informação de que o verde é responsável pela cura do dito aparelho. Quem inventou ou criou isso? Há livros que citam a cromoterapia como método de tratamento. Mas, se você parar para ler só um pouco das obras, encontrarão inconsistências bastante importantes.

Uma citação técnica, e nem vou falar científica, mas técnica, precisa ser fundamentada em algo "palpável", factível, comprovável. Se alguma obra tem por base informações que não possam ser verificadas nem por experimentos, nem por observação, essa obra não pode ser considerada como confiável.

Posso citar um exemplo claro. A própria cromoterapia é fundamentada na imaginação de quem a propaga. Não há um só fato observável ou passível de experimentação em sua estrutura. Trata-se de uma proposta fundamentada em conjecturas de uma pessoa ou de um grupo de pessoas e não de uma proposta REAL que realmente tenha base sólida com raciocínio claro ou mesmo discutível. Sim, pois as idéias, os ideais, podem ter pontos de vista diferentes, mas precisam ser REAIS para que sejam aceitos em um trabalho qualquer, seja ele da área de ciências humanas, exatas ou biológicas. Com agravantes para a área de ciências exatas, certamente, pois ninguém que entenda MESMO de matemática, poderá contestar um teorema ou um cálculo estrutural. A mesma citação eu poderia dar para a tal dieta do tipo sangüíneo. Em que se baseia a informação de que determiados alimentos são melhores para o AB e não tão bons para o O, por exemplo? Baseia-se em fatos REAIS? Certamente que não. Basta ler as obras que citam tais propostas e VERIFICAR que não se trata de uma REALIDADE, mas sim algo "mágico", que dita regras mas que não mostra em profundidade os porquês, simplesmente por que não há porquê.

Alguém que venha a ler este texto poderá não aceitar minhas colocações. Acredito seja natural essa divergència de opiniões. Acredito que, para formarmos opinião sobre os assuntos, deveríamos ler e estudar o assunto em pauta para que as opiniões possam ser expostas. Eu li os dois temas e posso dizer que não consigo notar qualquer consistência em ambas e até sugiro a quem tenha opinião formada em oposição à minha que se manifeste. Mas que o faça com argumentos factíveis, isto é, com argumentos que possam ser raciocinados e/ou comprovados através da experiência ou da observação, para que não fiquemos nos "ACHISMOS" tão comuns em debates sem respaldo de contexto sólido.

Quanto à minha paciente, todo respeito pela sua maneira de crer e de se defender dos seus mal-estares, sem qualquer problema, mas gostaria de, um dia, poder lhe recomendar que, sendo Espírita, tentasse observar o que o Espiritismo dita a respeito, em REALIDADE, para notificar-se de que Allan Kardec não recomenda quaisquer atitudes mentais voltadas para as crendices mais simples ou mesmo para recursos terapêuticos que difiram do racional e científico.

Um comentário:

Aurora Officialis disse...

Muitos interessantes suas considerações. Outra terapia que deve também ser posta á prova é a iridologia, pois é feita na base de muitos "achismos", embora hajam diretrizes e alguns fatos palpáveis.