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terça-feira, 20 de maio de 2008

Futebol e Coração


Pesquisadores alemães publicaram, recentemente, no The New England Journal of Medicine, um estudo em que avaliaram prospectivamente os eventos cardiovasculares ocorridos em pacientes, na área metropolitana de Munique, atendidos por médicos emergencistas durante a Copa do Mundo. Os pesquisadores compararam tais eventos a eventos ocorridos durante o período controle: de 1° de Maio a 8 de Junho e de 10 a 31 de Julho de 2006, e de 1° de Maio a 31 de Julho de 2003 e de 2005.



Eventos cardiovasculares agudos foram avaliados em 4279 pacientes. Nos dias de jogos envolvendo a seleção alemã, a incidência de emergências cardiológicas foi 2,66 vezes maior que no período controle (IC95% = 2,33 – 3,04; P < 0,001); para pacientes masculinos, a incidência foi 3,26 vezes superior que durante o período controle (IC95% = 2,78 – 3,84; P < 0,001), e, em pacientes femininas, foi 1,82 vezes maior que durante o período controle (IC95% = 1,44 – 2,31; P < 0,001).

Entre pacientes com eventos coronarianos nos dias em que a seleção alemã jogou, a proporção de doença coronariana conhecida foi de 47%, comparada a 29,1% dos pacientes com eventos durante o período controle. Naqueles dias, a maior incidência média de eventos foi observada durante as primeiras duas horas de início de cada jogo. Uma subanálise de eventos graves durante esse período revelou que, comparado ao período controle, houve aumento da incidência de infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST em 2,49 vezes (IC95% = 1,47 – 4,23), de infarto do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST ou angina instável em 2,61 vezes (IC95% = 2,22 – 3,08) e de arritmia cardíaca causando sintomas importantes em 3,07 vezes (IC95% = 2,32 – 4,06) (P < 0,001 para todas as comparações).



Portanto, os pesquisadores concluíram que assistir a uma partida de futebol aumenta o risco em mais de duas vezes de evento cardiovascular agudo. Tendo em vista tal risco excessivo, principalmente em homens com doença coronariana prévia, medidas preventivas são urgentemente necessárias.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Aproveitando melhor os alimentos.


A casca dos vegetais é muito nutritiva.

Sempre que possível, consuma a casca de frutas e de legumes, já que elas são boas fontes de fibras, vitaminas e minerais. A casca de grande parte das hortaliças tem cor mais forte que a polpa, sinalizando uma alta concentração de pigmentos, contidos nas vitaminas. Além disso, a casca dos vegetais é rica em fibras, como a celulose, que favorecem o bom funcionamento intestinal. Para manter a propriedade nutritiva dos vegetais, prefira consumi-los crus, ao invés de refogados, assados ou fritos, evitando a perda de proteínas que são solúveis na água.

Comer apenas salada com carne grelhada não é saudável.

Quando se inicia um programa de emagrecimento, muitas pessoas acreditam que devem se alimentar apenas de saladas e carnes para conseguirem eliminar peso. No entanto, para ter uma alimentação equilibrada é necessário consumir todos os nutrientes, inclusive os carboidratos (pães, arroz, macarrão, batata, milho). Eles devem ser os nutrientes mais consumidos durante o dia, com cerca de 60% do valor calórico total diário. Além de ser a primeira e principal fonte de energia para o corpo e o sistema nervoso, o carboidrato leva à sensação de saciedade, impedindo que você consuma alimentos mais calóricos, além da sua necessidade.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Genes determinam o tempo de sono necessário.


Enquanto algumas pessoas precisam de oito horas ou mais de sono, outras se sentem bem dormindo apenas metade desse tempo. Segundo uma nova pesquisa da Universidade de Surrey, na Grã-Bretanha, a quantidade de sono necessária para cada um é determinada pelo gene Period 3, apelidado de "gene do relógio".

No estudo, os cientistas analisaram dois grupos de voluntários – um com a variante longa do gene, e outro com a curta –, deixando-os acordados por 48 horas e submetendo-os a testes de atenção, reflexo e desempenho. Aqueles com o gene curto passaram a noite sem problemas, enquanto os outros tiveram dificuldades em ficar acordados e pior desempenho nos testes.

Além disso, os participantes com o gene longo passaram 50% a mais do tempo na forma mais profunda de sono.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A etiologia do câncer de estômago.


A etiologia do Câncer Gástrico não é conhecida. Estudos epidemiológicos conseguem detectar relações entre a incidência do CA Gástrico e fatores ambientais, hereditários, e condições predisponentes. Populações orientais que migram para o ocidente experimentam uma grande redução na incidência do CA Gástrico, o que é sugestivo da participação de fatores ambientais e dietéticos nos mecanismos carcinogênicos envolvidos. Recentemente têm surgido investigações que sugerem uma relação entre infecção pelo Helycobacter Pilori e as neoplasias gástricas, tanto carcinomas quanto linfomas (Bolin - Sydney, 1995; Deltenre - Bruxelas, 1995). Os fatores mais freqüentemente apontados como importantes na gênese dos tumores gástricos são:

· Dieta
Acredita-se que a dieta é importante, porém sem comprovação direta. Carnes assadas, peixes defumados ou em conserva, molhos e álcool e de deficiência de magnésio e de vitamina A foram todos postulados, porém sem comprovação como causas de câncer gástrico.
Foi postulado que a maior ingestão de vitamina C e a refrigeração são responsáveis pela menor incidência de câncer gástrico nos EUA as últimas décadas, porém a hipótese do nitrito propriamente dita ainda não foi avaliada.

· Indivíduos com grupo sangüíneo A.
O grupo sanguíneo A está associado à incidência mais alta de câncer gástrico até mesmo nas áreas do mundo onde esse câncer é raro. Tal fato e o aumento de 3 vezes na incidência de câncer gástrico em parentes de primeiro grau (pais, irmãos, filhos) de pacientes com câncer gástrico levantaram a possibilidade de um componente genético.

· Infecção gástrica pelo Helicobácter Pilori.
Estudos epidemiológicos constataram que o Helycobater pylori, um microorganismo que afeta o estômago e que está relacionada à alta taxa de recidiva das úlceras duodenais, está associado com o adenocarcinoma gástrico e alguns linfomas gástricos.

· Tabagismo.

· Portadores de Anemia Perniciosa, Acloridria e Gastrite Atrófica.
A anemia perniciosa já foi considerada uma condição pré-maligna, porém a alta incidência prévia de câncer gástrico deixou de ser testemunhada. Isso pode ser um reflexo da incidência progressivamente menor de câncer gástrico que está sendo observada em âmbito mundial. Apesar da gastrite atrófica ser observada habitualmente em associação com o câncer gástrico, esse distúrbio é extremamente comum e a esmagadora maioria desses pacientes nunca desenvolve câncer.

· Portadores de Pólipos Adenomatosos Gástricos (20% são malignos).
Os pólipos adenomatosos do estômago, especialmente aqueles com mais de 2 cm, ocasionalmente podem dar origem a um carcinoma. Entretanto, a maioria dos pólipos do estômago é hiperplásica e não sofre transformação maligna.
A úlcera gástrica não se transforma em câncer. Entretanto, podem existir focos de câncer em associação com uma úlcera. Em todas as úlceras gástricas deve-se suspeitar a existência de pequenas áreas de processo maligno até mesmo quando a úlcera parece benigna pela radiografia ou endoscopia. A biópsia e o exame citológico revelam a verdadeira natureza da lesão

Os recentes progressos da genética abrem um novo campo de estudo referente à etiologia dos tumores malignos, bem como a novos meios terapêuticos para o tratamento destas doenças. Dois tipos de alterações genéticas podem estar envolvidas na etiologia do câncer, inclusive o CA Gástrico:

· Mutações ou deleções de genes carcinossupressores (Gene p53)
Uchino et all (Japão, 1993) estudaram 118 casos de câncer gástrico, procurando a ocorrência de uma mutação genética no gene p53 do cromossoma 17p13. Este é um gene que tem efeito carcinosupressor. Uma mutação neste local produz a perda desta proteção do organismo, sendo um fator carcinogênico já reconhecido para tecidos de muitos órgãos. Esta mutação foi procurada em 59 pacientes com tumores restritos a lâmina própria e 59 pacientes com tumores avançados. Observaram a existência da mutação em 37% do grupo 1 e 42% do grupo 2. Embora esta diferença não seja estatisticamente significativa, observaram que não havia esta mutação em 18 casos precoces de tumores indiferenciados. Isto leva a crer que existem diferentes mecanismos biológicos implicados na oncogênese do câncer gástrico. Os tumores diferenciados podem depender da mutação p53, mas os indiferenciados surgem sem relação com esta mutação, tendo, portanto outra etiologia.

· Expressão exagerada de genes carcinogênicos (p.e. c-erbB-2)
Outros estudos indicam a implicação de proteína produzida pelo oncogene c-erbB-2 no desenvolvimento do câncer gástrico. Motojima et al (Japão, 1994) estudaram 120 pacientes com câncer gástrico e encontraram correlação entre a presença da proteína produzida pelo erbB-2 e maior mortalidade nos casos de tumores bem diferenciados. Nos tumores mal diferenciados não se observa esta correlação, sugerindo que o processo biológico envolvido no desenvolvimento destes tumores é diferente, talvez associado a outros carcinógenos.

Pesquisadores procuram identificar uma proteína produzida por HER2/neu, que pode sensibilizar o sistema imunológico contra aquela oncoproteína do c-erbB-2. Estes estudos têm interesse prognóstico, mas abrem espaço para novos horizontes terapêuticos.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Cesáreas


Atualmente tem se dado um enfoque muito grande nas cirurgias cesarianas (ou simplesmente cesária). Questiona-se a indicação, as técnicas, os riscos e benefícios etc..Mas afinal por que cesária? Por que parto normal?

A origem da cesária é controversa. Acredita-se que o imperador romano Caio Júlio César tenha nascido através dela. Ou pode ter se originado pelo verbo "caedere", que significa cortar. Pode estar relacionada também à lei romana Lex Caesarea, que impedia que mulheres mortas fossem enterradas antes de se tentar salvar o feto, através de cirurgia.

No Brasil os primeiros relatos são de 1909. Hoje em dia existe uma tentativa mundial em diminuir a incidência do número de cesáreas. Mas por que existe esse aumento?? Existem vários motivos, entre os quais destacamos:

1- Medo de processos legais envolvendo má prática obstétrica. Exemplo: meu filho nasceu com problema porque o doutor deveria ter feito uma cesária e não fez.

2- Conveniência do obstetra e da própria parturiente, que erroneamente interfere na via do parto. Exemplo: O que a Sra. acha de fazermos a cesária no Sábado (que estou mais folgado, sem outros compromissos)? Será que pode ser às 08:30 para ele ser do signo de aquário e ter ascendente em Peixes, prá mim ia ser melhor..??

3- Má formação do obstetra. Exemplo: Farei a cesária para evitar que demore muito para nascer e possa dar algum problema que precise usar o forceps,já que não sei usar.

4- Diagnóstico precoce de sofrimento fetal e alterações congênitas. Exemplo: Precisamos fazer uma cesária pois o feto tem uma alteração cardíaca que está levando ao sofrimento.

No Brasil o Ministério da Saúde estipulou uma porcentagem para o pagamento, atraves do Sistema Único de Saúde (SUS), para as cesáreas, com o intuito de diminuir a incidência. Ou seja, se um determinado serviço de saúde, ultrapassar a porcentagem estipulada, não receberá o pagamento. Concomitante foi lançada a campanha incentivando o parto normal.

Salvo algumas exceções, não se tem como saber se uma gestante vai ter um parto cesária ou normal. Apenas durante a evolução do trabalho de parto é que se pode definir isso.

Existem indicações absolutas e relativas na indicação de cesáreas.

Indicações absolutas: São aquelas em que deve ser realizado a cesária devido ao grande risco materno e fetal.

- desproporção cefálo-pelvica: feto muito grande para a bacia materna

- placenta prévia centro total: a placenta recobre todo o orifício do útero.

Indicações relativas: São aquelas em que deve ser avaliado a relação risco/beneficio e observando que cada caso é único e pode se apresentar de diversas formas em cada gestante. Não é obrigatória a indicação da cesária, devendo prevalecer o bom senso do obstetra.

- primigesta (primeiro filho) idosa ou adolescente
- morte fetal
- apresentação pélvica prematuro
- gêmeos prematuros
- tumores pélvicos
- cirurgias corretivas vaginais (períneo)
- herpes genital ativo
- varizes vulvares
- 02 partos cesárea anteriores

Para finalizar, cabe ao obstetra a decisão da via de parto e à paciente o questionamento e esclarecimento de todas as suas dúvidas, lembrando que bom senso é fundamental para ambos, que com certeza desejam a mesma coisa: uma criança sadia!

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Alterações da pele na gravidez


A pele, durante a gravidez, revela profundas modificações que ocorrem no organismo materno. Mesmo sendo alterações fisiológicas (normais do organismo, sem significar doença), podem ser motivo de angústia para muitas gestantes. Estas alterações podem permanecer após o parto ou desaparecerem espontâneamente e, a não ser em casos extremos, não merecem tratamento.

Alterações da pigmentação da pele

As alterações pigmentares (manchas na pele) podem ocorrer em 75 a 90% das grávidas, de forma e localizações variáveis, provavelmente devido à elevação de alguns hormônios.

O melasma apresenta-se como uma máscara gravídica, atingindo mais comumente a face das mulheres de pele mais escura ou as mestiças. O uso de fotoprotetores físicos e químicos na face é essencial na prevenção do problema e que devem ser indicados pelo obstetra ou pelo dermatologista.
Algumas áreas da pele podem escurecer, como a fronte, nariz, axilas, face interna das coxas e períneo, assim como as cicatrizes. Sardas e nevos pigmentados (sinais) também podem sofrer escurecimento.

O distúrbio de pigmentação mais frequente da gravidez é o escurecimento da linha média abdominal, formando uma linha escura vertical no centro da barriga, que recebe o nome de linha nigra (abaixo). Também é comum o escurecimento da aréola mamária.

Após a gravidez, ocorrerá regressão parcial ou completa da hiperpigmentação, não devendo ser tratada com despigmentantes durante a gravidez e lactação. Deve-se esperar o desmame para se instituir qualquer tratamento.

Cabelos, pêlos e unhas

Também de forma fisiológica, durante a gravidez, é comum ocorrer um crescimento mais intenso dos cabelos, devido ao prologamento da fase de crescimento dos mesmos (anágena), especialmente no terceiro trimestre. Já foi demonstrado que, na gravidez, o percentual de pêlos na fase de queda (telógena) cai para 10% no segundo e terceiro trimestres. Nas primeiras semanas após o parto sobe para mais de 30%.

Por esta razão, observa-se com frequência o aumento da queda dos cabelos após o parto, denominado de eflúvio telógeno. Também neste caso, não há necessidade de tratamento, pois os fios voltarão a crescer posteriormente, inicialmente mais finos e deverão voltar ao normal.

Outra alteração relativa a pêlos, é a hipertricose que pode ocorrer acompanhando a linha nigra, mas que deve sofrer regressão espontânea em 6 a 12 meses após o parto.

As unhas também podem sofrer alterações, como fragilização e descolamento.

Alterações glandulares

As glândulas sudoríparas (do suor) também podem se alterar na gravidez, podendo ocorrer um aumento da incidência de miliária (brotoeja) e da hiper-hidrose (excesso de suor), em relação às glândulas sudoríparas écrinas. Já nas glândulas sudoríparas apócrinas ocorre uma hipofunção, o que explica a melhora clínica das hidradenites.

Em relação às glândulas sebáceas, o comportamento não é tão óbvio, sendo imprevisível o efeito da gravidez sobre a acne. Algumas mulheres que já tinham espinhas antes de engravidarem, melhoram suas lesões e outras mulheres podem apresentar acne pela primeira vez durante a gestação.

Estrias

O tecido conjuntivo também sofre modificações, dando origem às estrias gravídicas, que acometem entre 70 a 90% das grávidas, especialmente a partir da 24ª semana de gravidez, não sendo explicadas apenas pela distensão do abdômen. As estrias não desaparecem após o parto e seu tratamento ainda é difícil. O uso de emolientes e hidratantes durante a gestação deve ser encorajado, como uma forma de tentar evitá-las mas que não garante que não vão surgir.

Alterações vasculares

Os distúrbios vasculares surgem devido aos elevados níveis de hormônios estrogênicos na circulação materna, formando telangiectasias e o eritema palmar (vermelhidão das palmas das mãos), que desaparecem espontaneamente entre 6 a 7 semanas após o parto.

Outras alterações vasculares são o granuloma piogênico, varicosidades e hemorróidas, assim como o edema facial, de pálpebras e de extremidades em cerca de 50% das grávidas e as tromboses (10%) e tromboflebites, mais raras.

Fonte: Jornal Rio Dermatológico (Soc. Bras. de Dermatologia RJ)

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Diabetes x Hipoglicemia


A diabetes é uma doença metabólica caracterizada pela hiperglicemia, ou seja, o aumento do nível de glicose na corrente sanguínea, ou excesso de açúcar no sangue. Essa alta taxa de glicose deve-se a deficiências na produção ou má funcionamento da insulina no organismo. A insulina, produzida pelo pâncreas, é responsável pelo controle da glicose em nosso metabolismo, por isso qualquer deficiência nesse quesito afeta o ser humano de forma expressiva.



O diabetes não pode ser curado, porém, existem tratamentos que asseguram a manutenção das taxas de glicemia, prevenindo sintomas e complicações. Por se tratar de uma doença abrangente, os tratamentos devem ser multidisciplinares, orienta Miguel Gonzáles, médico responsável pelo setor de Endocrinologia da Clínica Medcenter de São Bernardo. "Grande parte destes tratamentos começa a partir da aceitação e do conhecimento sobre a doença, a partir disso o controle torna-se mais rigoroso", garante.


As altas taxas de glicose no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração, por isso a importância de um rigoroso tratamento multidisciplinar. "Os portadores de diabetes devem fazer um acompanhamento com o oftalmologista, nutricionista, com o psicólogo e demais especialistas", indica o médico.


Os tipos mais freqüentes de diabetes são denominados tipos 1 e 2. O tipo 1, com uma incidência entre 5% e 10%, ocorre geralmente nos jovens, enquanto que no tipo 2, a ocorrência chega até 90%, geralmente em pessoas acima de 40 anos. Existe ainda a diabetes gestacional, que surge nas mulheres grávidas a partir de alterações na tolerância da glicose e os casos raros de diabetes, que podem ser adquiridos devido a doenças que causem a hiperglicemia ou ainda a partir do uso de drogas ou produtos químicos, como o alto consumo de álcool e medicamentos que contenha glicocorticoide.


O tipo 1 de diabetes é considerado uma doença auto-imune, caracterizado pela auto-destruição da insulina. Nesse caso, cerca de 40% do total de ocorrências são pessoas com idade abaixo de 20 anos. Pode ser causada por fatores genéticos, ambientais ou ainda devido a alguma lesão do pâncreas.


Nesse caso, vários fatores ambientais podem estar envolvidos, como vírus: caxumba, retrovírus e rubéola, que desencadeiam o sistema imunológico ou ainda bactérias: proteínas do leite e trigo. Os principais sintomas são perda de peso, sede excessiva, desidratação e fome. O tratamento é feito a base de insulina.


O tipo 2 é mais comum, ocorrendo geralmente devido a fatores de risco, como obesidade, histórico familiar, idade (acima de 40 anos), hipertensão arterial, alto índice de glicemia, tabagismo e diabetes gestacional. Não possui sintoma em grande parte dos casos. O tratamento para este caso varia desde medicações específicas (com hipoglicemiantes) até a aplicação de insulina. "As pessoas tem a idéia de que quando se chega na fase de insulina estão no fim da linha e que serão dependentes desta até o fim da vida. A verdade é que a insulina vai atuar junto com a medicação, facilitando o seu controle no pâncreas. Essa medida é apenas mais um tratamento, que pode ser suspenso caso remédio passe a ser suficiente", explica Miguel.


Existem ainda os casos extremos da doença, ocasionados pela falta de tratamento, em geral observados de forma aguda e crônica. A forma crônica pode ser observada a partir de um período de 5 a 10 anos sem o devido tratamento da doença, com o surgimento de glaucoma ou catarata e também doenças relacionadas aos rins e coração. Nos homens pode ser desenvolvida a impotência sexual.


Fator alimentar é a principal causa da hipoglicemia


A hipoglicemia não é uma doença e sim uma alteração laboratorial no organismo que pode ser conseqüência de outras enfermidades, uso de medicamentos ou ainda da má alimentação. Ao contrário do diabetes a alteração ocorre quando há uma queda na taxa de glicose no sangue, ou seja, a partir da falta de açúcar. Os principais sintomas de hipoglicemia são franqueza, tontura, sudorese (suor frio), tremores, mal estar e dor de cabeça. Geralmente as crises hipoglicemicas ocorrem 1h30 após a refeição.


"Na maior parte dos casos a crise hipoglicemica tem início após a ingestão de alimentos muito doces. O organismo que precisava de energia utiliza essa glicose e então se tem uma queda muito brusca na taxa glicêmica", explica o médico Miguel Gonzáles.


O fator alimentar é a principal causa da doença, sendo também o de mais simples tratamento. Sua incidência se dá a partir da má alimentação combinada ao grande consumo de doces. A orientação alimentar, com a imposição de regras nos horários e tipos de alimentos ingeridos é a forma de controle deste caso.


Quando a hipoglicemia ocorre devido a enfermidades específicas deve-se tratar a doença de base para equilibrar a taxa glicose. As principais doenças relacionadas com a hipoglicemia são insuficiência hepática, cardíaca ou renal, doenças endócrinas, insuficiência adrenal, deficiência hormonal do crescimento, anorexia nervosa, desnutrição e algumas infecções.


Já a hipoglicemia medicamentosa, comum em pacientes diabéticos com excesso de medicação (insulina) deve ser tratada a partir de uma alimentação não fragmentada mediante aplicação de insulina.


O nível normal de glicemia no sangue gira em torno de 70 até 99. Fugindo desse padrão, algumas alterações no organismo podem ser observadas, porém, nenhuma medicação ou conclusão deve ser tomada sem a consulta a um especialista. "A consulta com um médico é fundamental para que se estabeleça um diagnóstico correto para o possível tratamento", explica o médico.


Uma é causada pelo excesso de açúcar no sangue e outra pela baixa taxa de açúcar. Diabetes e hipoglicemia podem ter causas contrárias para sua existência, porém o tratamento de ambas baseia-se no mínimo consumo de açúcar.


Cláudia Maria Martinez Jorge, descobriu que era portadora do tipo 1 de diabetes há mais de 10 anos, após exames de rotina. Ela tinha os sintomas normais da doença, como boca seca, mal estar e sede excessiva, além de ter um histórico familiar bastante agravante. "Minha avó morreu em coma diabético, tenho diversos tios e primos com a doença".


A orientação inclui evitar doces e consumir com moderação alimentos que se transformem em glicose, como os carboidratos.


Outro problema é o fato de que produtos especiais para o diabético são muito caros. "O preço de um chocolate diet é mais caro do que uma barra de chocolate comum".


Da mesma forma, Idalina Rodrigues de Almeida Mariano, passou a controlar a alimentação após o anúncio de que era hipoglicemica. "Procuro não comer doces, arroz e não tomar refrigerante normal. Faço uma refeição baseada em verduras e legumes, e consumo sempre uma fruta entre uma refeição e outra. Além disso, criei o hábito de se alimentar várias vezes ao dia", acrescenta.


Idalina explica que sentia sintomas parecidos com os de labirintite, e que por isso o diagnóstico demorou a ser confirmado. "Sentia muita tontura e fraqueza, parecia que a qualquer momento poderia desmaiar. Somente depois do exame da curva glicêmica ficou constatado que a taxa de açúcar do meu organismo caia com muita facilidade", explica.


O tratamento é feito a partir de medicação. "O controle é difícil, mas com o tempo você acostuma e passa a pensar no que quer para sua vida. Tenho em mente que se não cuidar da hipoglicemia a tendência é ter diabetes mais cedo".

fonte: Portal do Diabetes