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sexta-feira, 4 de maio de 2018

Ombro "congelado"


A articulação do ombro é composta por três ossos — (1) o úmero, (2) a omoplata ou escápula e (3) a clavícula — e envolvida por uma cápsula, a cápsula do ombro. O ombro congelado, cientificamente chamado de capsulite adesiva, é uma condição em que o ombro se torna progressivamente doloroso e com limitação de movimentos, ou mesmo imóvel, devido a um processo inflamatório da cápsula da articulação.

O ombro congelado é consequência de uma inflamação da cápsula articular do ombro, a qual fica excessivamente espessa e tensa. Não está claro por que algumas pessoas desenvolvem a condição, mas alguns grupos correm mais riscos. O ombro congelado acontece com mais frequência em mulheres do que em homens, geralmente entre 40 e 60 anos. O risco aumenta se a pessoa tiver qualquer condição que impeça de mover o braço ou alguma condição médica como diabetes, doenças cardíacas, doenças da tireoide ou doença de Parkinson.

Com a inflamação da cápsula articular do ombro, formam-se bandas de tecido cicatricial e há menos fluido sinovial que mantém a articulação lubrificada. Esses fatores limitam o movimento ainda mais.

Os principais sintomas do ombro congelado são a dor e a rigidez que dificultam ou impossibilitam sua movimentação. A dor surda em um dos ombros pode também ser sentida nos músculos do ombro, que envolvem o topo do braço. Essa dor pode piorar à noite, dificultando o sono. Normalmente, o ombro congelado passa por três fases:

1.Estágio de congelamento, no qual há dor, às vezes severa, quando a pessoa move o ombro, limitando o quanto a pessoa pode movê-lo. Esta dor pode ser pior à noite.
2.Estágio congelado, em que a dor pode melhorar, mas a rigidez piora.
3.Estágio de descongelamento, em que o movimento começa a voltar ao normal.

A fase 1 dura de 6 a 9 meses; a fase 2, entre 6 meses a 2 anos e a fase 3, de 4 a 12 meses. Os sinais e sintomas geralmente começam de modo gradual, pioram com o tempo e depois desaparecem, aproximadamente dentro de um ano ou, no máximo, três anos.

Além dos sinais e sintomas típicos, o exame físico é um elemento essencial para o diagnóstico. O médico pedirá que a pessoa mova ativamente o braço de determinadas maneiras para verificar a dor e avaliar a amplitude de movimento. O médico moverá passivamente o ombro, com os mesmos objetivos. O ombro congelado afeta tanto a amplitude de movimentos ativa, quanto passiva.

Em alguns casos, o médico injetará um anestésico no ombro com o fim de determinar sua amplitude de movimento ativa e passivamente. Além disso, ele pode solicitar exames de imagens, como radiografias ou ressonância magnética, para descartar outros problemas.

A maioria dos casos de ombros congelados melhora por conta própria dentro de 12 a 18 meses. No entanto, os tratamentos para ombros congelados visam o controle da dor no ombro e a preservação da maior amplitude possível de movimento. Analgésicos podem ajudar a reduzir a dor e a inflamação associadas ao ombro congelado.

No caso dos sintomas serem muito persistentes e incômodos, o médico pode sugerir injeções de corticosteroides na articulação do ombro com o objetivo de ajudar a diminuir a dor e melhorar a mobilidade do ombro, especialmente nos estágios iniciais do processo. A injeção de água estéril no interior da cápsula articular pode ajudar a esticar o tecido e facilitar a movimentação da articulação.

Um fisioterapeuta pode prescrever exercícios de amplitude para ajudar a recuperar o máximo de mobilidade do ombro. Raramente se recomenda cirurgia para ombro congelado, mas se nada mais ajudou, a cirurgia pode remover eventuais cicatrizes e aderências de dentro da articulação do ombro. Os médicos geralmente realizam essa cirurgia durante uma artroscopia.

Como uma das causas mais comuns de ombro congelado é a imobilidade, a pessoa que tem essa condição deve conversar com o médico sobre os exercícios que pode fazer para manter a amplitude de movimento da articulação do ombro. Uma fisioterapia provavelmente ajudará bastante.

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