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segunda-feira, 16 de abril de 2018

Toxoplasmose ocular


A toxoplasmose é uma doença infecciosa causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, um parasita que vive no intestino de alguns animais vertebrados terrestres homeotérmicos (suínos, bovinos, caprinos, aves, animais silvestres, gatos, etc.).

Os gatos e outros felinos ingerem os cistos que estão nos tecidos de animais como ratos e pássaros, por exemplo, os quais ao encontrarem condições ideais no ambiente, levam de um a cinco dias para se tornarem infectantes.

A infecção da toxoplasmose nem sempre é grave e muitas vezes pode ser mesmo assintomática. Humanos podem ser contaminados ainda dentro da barriga da mãe – toxoplasmose congênita – ou depois do nascimento, consumindo vegetais e água contaminados ou carne infectada – toxoplasmose adquirida. A infecção adquirida é mais comum que a congênita.

O achado clínico mais comum na toxoplasmose congênita é a manifestação oftalmológica da retinocoroidite, que tem predileção pelo polo posterior do olho. Ela é vista em 75-80% dos casos e é bilateral em 85% dos casos.

Na toxoplasmose adquirida, a forma ocular da doença ocorre com muito menos frequência. Anteriormente, acreditava-se que apenas 1 a 3% dos pacientes com infecções adquiridas desenvolviam toxoplasmose ocular. Entretanto, estudos sorológicos sugerem que a toxoplasmose ocular é mais comumente associada a elas do que se acreditava anteriormente.

Estudos recentes têm demonstrado a importância da infecção adquirida na patogênese da toxoplasmose ocular.

Pesquisas brasileiras mostraram que apenas 1% das crianças pequenas com toxoplasmose tinham lesões oculares, enquanto 21% das pessoas com mais de 13 anos apresentavam lesões oculares.

Estudos sorológicos sugerem que a toxoplasmose ocular é mais comumente associada à infecção adquirida do que se acreditava anteriormente. Apenas poucas pessoas com toxoplasmose desenvolvem um quadro ocular significativo. Os sintomas mais comuns dele são: moscas volantes e diminuição da visão e, às vezes, dor e pressão intraocular elevada.

O principal dano que a toxoplasmose ocular gera são danos à visão, em níveis variáveis, que podem acontecer em um ou em ambos os olhos. Em cada um deles pode haver uma lesão única ou várias lesões.

Quando a infecção se limita a uma uveíte, na parte da frente do olho, ela não costuma deixar sequelas, quando tratada com seriedade. Formas mais graves da infecção são as que atingem a retina e a coroide. Na retina, a toxoplasmose pode dar origem a uma cicatriz, tornando-a “cega” naquele ponto.

O diagnóstico da toxoplasmose ocular é feito pelo exame de fundo de olho com as pupilas dilatadas, quando o médico oftalmologista encontra a lesão típica do toxoplasma. O exame definitivo para o diagnóstico é o mapeamento de retina, que detectará lesão de corioretinite.

Geralmente não são necessários exames de sangue para confirmar o diagnóstico, apesar da sorologia negativa excluir a toxoplasmose. Raramente o diagnóstico pode ser feito por exame de sangue nos casos de infecção recente, mas nos casos em que o paciente pegou a infecção e depois de meses ou anos apresenta a lesão de retina o exame de sangue não ajuda.

O tratamento da toxoplasmose ocular depende do aspecto clínico da lesão, de sua localização, dos sintomas que esteja gerando, etc. Em geral, ele é feito em até 12 semanas. A suspensão do tratamento dependerá do aspecto clínico da lesão e do mapeamento de retina, que em fase ativa apresenta limites mal definidos ao contrário da fase cicatricial.

Na maioria dos casos são utilizados antibióticos, sulfas e corticoides. Algumas complicações geradas pela doença necessitam de tratamento cirúrgico. Entre elas temos: descolamento de retina, membrana epi-retiniana, turvação vítrea e catarata.

Mapeamentos de retina periódicos posteriores devem ser feitos para acompanhamento e detecção precoce de recorrências, porque uma vez infectada, a pessoa porta os cistos do Toxoplasma pelo resto da vida e em momentos de baixa imunidade eles podem ser reativados.

A prevenção da toxoplasmose ocular deve observar:

•Não ingerir carne mal passada.
•Não ingerir leite não pasteurizado e ovos crus.
•Lavar bem os vegetais e as frutas.
•Usar luvas e lavar bem as mãos após mexer com a terra.
•Evitar contato com fezes de gatos.
•Para evitar as reincidências, é muito importante fazer exames oftalmológicos frequentes.

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