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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Dermatilomania ou Skin Picking


A dermatilomania, também conhecida como desordem de escoriação da pele, Picking ou Skin Picking, é caracterizada pela escoriação compulsiva da própria pele. 

As pessoas que lutam com este transtorno espremem, coçam, esfregam, arranham, picam, futucam, mordem ou cavam a pele, tentando melhorar as imperfeições percebidas, muitas vezes resultando em danos aos tecidos, descoloração ou cicatrizes definitivas.

Esse distúrbio faz parte de um grupo de comportamentos conhecidos como comportamentos repetitivos focados no corpo, entre os quais estão espremer uma espinha ou tirar a casquinha de um ferimento, por exemplo.

Entre as dermatilomanias mais comuns estão o roer unhas (onicofagia), arrancar fios de cabelo (tricotilomania), espremer espinhas, tirar casquinhas de ferimentos e tirar pelinhas. A onicofagia e a tricotilomania são dois comportamento tão típicos que muitas vezes são considerados em separado. 

Os alvos mais visados são cutículas, acnes, cravos, descamações, sardas, pintas, calos, casquinhas de cicatrização e outras irregularidades da pele.

As pessoas que se envolvem em escarificar a pele tendem a escolher entre múltiplos locais do corpo, visando a pele previamente sadia ou danificada. Essas áreas podem mudar ao longo do tempo. Em grau leve, este é um comportamento humano muito comum.

Ainda não se conhece com precisão as causas da dermatilomania, porém, a ansiedade parece ser um fator propulsor. 

O início mais frequente na adolescência talvez se deva a que o adolescente é especialmente ansioso e inseguro em vários assuntos, além de que é nesta época que se dá o aparecimento de cravos e espinhas, principalmente no rosto. 

A dermatilomania é um transtorno obsessivo-compulsivo e o ritual executado costuma ser uma maneira encontrada pela pessoa para diminuir a ansiedade.

O comportamento da dermatilomania geralmente começa no início da adolescência, embora possa começar mais tarde. Cerca de 75% das pessoas afetadas são mulheres. Para executar a dermatilomania, a pessoa usa objetos pontiagudos, dentes e unhas. 

Após a execução do comportamento escolhido, ocorre redução do desejo, sensação de alívio ou prazer, dificuldades psicossociais, constrangimento, esconderijo dos resultados, sequelas emocionais, como ansiedade ou depressão, infecções cutâneas, cicatrizes, lesões ou desfigurações.

Muitas pessoas apresentam danos na pele visíveis, que tentam camuflar com maquiagem, roupas ou outros meios de ocultar as áreas afetadas, devido à vergonha e ao constrangimento. 

Os indivíduos também podem se envolver em comportamentos de evasão, evitando certas situações que podem levá-los a serem "descobertos".

O diagnóstico da dermatilomania é clínico. O DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais em sua 5ª Edição) exige, para o diagnóstico, os seguintes critérios:

•"Cutucação" cutânea recorrente que resulta em lesões.

•Repetidas tentativas mal sucedidas de interromper o comportamento.

•Os sintomas causam angústia ou outro comprometimento clinicamente significativo.

•Os sintomas não são causados por uma substância, condição médica ou dermatológica.

•Os sintomas não são melhor explicados por outro distúrbio psiquiátrico.

O tratamento básico da dermatilomania deve ser a psicoterapia, mas como ela pode também ser um problema psicossomático, em algumas situações necessitará ser tratada com o auxílio de medicamentos como, por exemplo, os ansiolíticos.

Algumas medidas podem ajudar a pessoa que sofre com a dermatilomania a descondicionar a mente desse comportamento, tais como o uso de luvas finas ou de esparadrapo nas pontas dos dedos, que dificultarão a prática do hábito que precisa ser desfeito. 

Além disso, o paciente necessita ser motivado a se tratar, pois quem sofre com o Skin Picking sente um grande prazer em se cutucar, arranhar, etc.

Sem interrupção do hábito ou sem tratamento, a dermatilomania tende a ser uma condição crônica, embora possa experimentar uma desaceleração ao longo do tempo.

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