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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Bloqueio cardíaco


Bloqueio de ramo, ou bloqueio cardíaco, é uma anomalia do sistema de condução elétrica cardíaca que impede parcial ou totalmente a condução de estímulos nervosos no coração e pode afetar separadamente o ramo direito ou esquerdo desse sistema, assim como suas respectivas fibras.

Ele acaba por causar falta de coordenação entre as contrações das câmaras superiores e inferiores do coração e pode ser subdividido em diferentes graus.

No bloqueio cardíaco de primeiro grau há um ligeiro abrandamento da transmissão nervosa através do nódulo átrio-ventricular, normalmente sem consequências clínicas maiores. O bloqueio de segundo grau implica uma falha intermitente, permanente ou temporária, ao transmitir um impulso da aurícula para o ventrículo.

A ligação entre os níveis superior e inferior do coração é normalmente mantida por um comando especial das células cardíacas. O coração tem um sistema nervoso intrínseco, o qual permite a condução de estímulos elétricos desde o nó sinusal, no teto do átrio direito, onde são gerados, até o nodo atrioventricular, no assoalho do átrio direito, e daí aos ventrículos e seus respectivos fascículos e subdivisões.

Essa estimulação ordenada permite a contração eficiente dos músculos cardíacos em todas as suas quatro câmaras, possibilitando assim a correta circulação do sangue. A condução de estímulos é feita por meio de dois ramos nervosos principais, um do lado direito e outro do lado esquerdo do coração. Em suma, é esse sistema que comanda os batimentos cardíacos.

O bloqueio cardíaco pode levar a uma baixa pulsação, porque cada batida é retardada.

A causa pode variar dependendo se o bloqueio é do ramo direito ou do esquerdo. De um modo geral, essas causas podem dever-se à pressão arterial elevada, toxicidade medicamentosa, febre reumática, excessiva ingestão de álcool, câncer de pulmão, cirurgia no coração, tumor, hiperatividade da glândula tireoide, pneumonia, inflamação do pericárdio, embolia pulmonar, sífilis e doença de Lyme.

Causas do bloqueio do ramo direito: as causas mais importantes do bloqueio do ramo direito, são, entre outras, as alterações do eletrocardiograma em um paciente normal, doença de Chagas e a comunicação interatrial (CIA). A propensão a estes bloqueios aumenta com a idade e é mais comum em idosos do que em pessoas de meia-idade ou jovens. Da mesma forma, essa propensão aumenta nas pessoas que têm pressão arterial alta ou doenças cardíacas.

Causas do bloqueio do ramo esquerdo: o bloqueio do ramo esquerdo está associado a doenças cardíacas na maioria dos casos. As principais delas são: hipertrofia ventricular esquerda, doença arterial coronariana, doença cardíaca/valvular, miocardiopatias e doença degenerativa do sistema de condução. Esse bloqueio pode se dar também com frequência cardíaca elevada e, menos frequentemente, em pacientes com estudos cardiológicos normais. O bloqueio do ramo esquerdo pode ser a primeira evidência de uma doença cardíaca não conhecida.

Os bloqueios de ramo em geral causam bradicardia. O efeito de uma batida cardíaca muito lenta limita a atividade física da pessoa e pode levá-la a ter síncopes (desmaios) ou confusão mental, por causa de um aporte insuficiente de sangue ao cérebro. Os demais sintomas da doença são tontura, palpitações e, eventualmente, morte.

Um bloqueio incompleto do ramo direito muitas vezes não chega a causar sintomas. Em pacientes com insuficiência cardíaca, o bloqueio de ramo esquerdo pode causar assincronia do ventrículo esquerdo, em que o septo e a parede lateral se contraem de forma assíncrona, piorando o prognóstico e os sintomas do paciente.

Em suma, o bloqueio cardíaco de primeiro grau pode não causar sintomas. O mesmo também é verdadeiro para muitos casos de bloqueio de segundo nível, no qual a pessoa afetada pode estar consciente de batidas espaçadas e de longas pausas entre as batidas. O bloqueio cardíaco de terceiro grau provoca uma pulsação muito baixa. Isto pode dar a sensação de que o coração parou completamente, o que é pouco provável, porque enquanto o músculo do coração tiver um aporte de sangue adequado ele continuará naturalmente a contrair.

O diagnóstico do bloqueio de ramo pode ser feito clinicamente pelos sinais e sintomas apresentados pelo paciente e é confirmado em definitivo pelos sinais típicos do eletrocardiograma.

Em si mesmo, os bloqueios do primeiro e mesmo do segundo graus não requerem um tratamento específico, mas sim a doença cardíaca que os tenha causado. Em pacientes com sintomas de síndrome coronariana aguda, o bloqueio do ramo esquerdo deve ser tratado como um infarto agudo do miocárdio. De modo geral, o tratamento do bloqueio de ramo envolve a implantação de um marcapasso artificial. Um bloqueio alternante entre o ramo direto e o esquerdo é critério de implante de um marcapasso definitivo.

Embora alguns bloqueios não precisem de tratamento, outros podem evoluir para um bloqueio coronário total (bloqueio de terceiro grau). Outra variante do bloqueio de ramo é um distúrbio do nódulo sinusal causado pela degeneração das artérias coronárias.

Muitos estudos demonstram que o prognóstico de indivíduos com bloqueio de ramo é determinado em parte pela presença ou ausência de doença cardiovascular associada, principalmente cardiopatia isquêmica. Em pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio ou insuficiência cardíaca, a presença de bloqueio de ramo indica um pior desfecho.

Em pacientes assintomáticos, o bloqueio de ramo direito parece não implicar aumento no risco de doença cardiovascular ou morte. Já os pacientes portadores de bloqueio de ramo esquerdo, têm um risco muito aumentado de morte por doença coronariana.

Nos bloqueios do ramo esquerdo, a implantação de um marcapasso e a ressincronização dos músculos cardíacos geralmente envolvem uma melhora na função ventricular e na sobrevida dos pacientes.

A principal complicação dos bloqueios de ramo é a bradicardia (frequência cardíaca lentificada), o que às vezes pode causar síncopes. Os bloqueios de ramo podem também causar morte súbita. Como o bloqueio de ramo afeta a atividade elétrica do coração, às vezes, ele pode dificultar o diagnóstico correto de outras doenças do coração e levar a atrasos na gestão adequada delas.

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