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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Tremor essencial


O tremor essencial é uma oscilação rítmica das mãos, de pequena amplitude, que predomina durante alguma atividade exercida por elas, como escrever, por exemplo. Mais raramente, pode afetar outras áreas do corpo como braços, cabeça, laringe, língua e queixo; as partes inferiores do corpo raramente são afetadas. É uma condição normalmente benigna e de progressão lenta.

A verdadeira causa do tremor essencial ainda é desconhecida, mas acredita-se que a atividade cerebral elétrica anormal que causa o tremor seja processada através do tálamo (estrutura profunda no cérebro que coordena e controla a atividade muscular).

O tremor essencial provavelmente é de origem genética, uma vez que comumente acomete várias pessoas de uma mesma família (chamado de tremor familiar). Entretanto, ainda não se descobriu com exatidão quais seriam os genes envolvidos.

As pessoas com o tremor parecem estar em maior risco para a doença de Parkinson, condição neurológica que se caracteriza por uma desordem lentamente progressiva dos movimentos.

A maioria das pessoas afetadas é capaz de viver uma vida normal com esta condição, embora possam encontrar dificuldades nas atividades diárias como comer, se vestir ou escrever. Mais geralmente, o tremor essencial afeta de maneira igual ambas as mãos, mais acentuadamente quando elas estão em atividade (beber um café, usar um talher, segurar um objeto, etc.) e melhora quando estão em repouso.

À diferença do que ocorre no mal de Parkinson, não há lentidão dos movimentos nem rigidez articular. Esses sintomas, quando existem conjuntamente com o tremor essencial, devem levantar a suspeita daquela doença.

Os principais sintomas associados ao tremor essencial podem ser: agitação incontrolável, voz trêmula, balanço da cabeça, tremores que pioram durante estresse emocional ou movimentos propositais e diminuem com o repouso, problemas de equilíbrio.

O diagnóstico do tremor essencial é eminentemente clínico, dependendo da história médica e de um exame físico adequado. Exames complementares podem ser solicitados em cada caso para excluir outras causas de tremor, como doenças da tireoide ou doença de Parkinson, por exemplo.

Muitos fatores ou doenças diferentes também podem causar tremores e devem ser diferenciados do tremor essencial, incluindo esclerose múltipla, fadiga após exercício, sofrimento emocional extremo, grande susto, tumores cerebrais, alguns medicamentos, anormalidades metabólicas e abstinência de álcool ou drogas.

O tratamento do tremor essencial inclui medicações como propranolol, primidona, clonazepan, gabapentina e topiramato. A toxina botulínica, que induz uma paralisia nervosa, pode ser injetada no pescoço de pacientes com tremor cefálico. Nos casos mais intensos e resistentes, pode ser feita uma cirurgia que consiste em colocar um eletrodo no tálamo, o qual funciona associado a um “marca-passo” colocado sob a pele, abaixo da clavícula.

Alguns casos podem ser integralmente controlados, embora existam formas mais resistentes aos tratamentos. Via de regra, entretanto, a melhora está em torno de 60 a 80%.

Não é possível prevenir o tremor essencial, mas é possível minorar suas consequências, seja pelo controle adequado do quadro, seja por algumas medidas preventivas como usar canudinhos para ingerir líquidos, não encher copos ou xícaras até o topo, usar talheres mais adequados ao tipo de alimento ingerido, etc.

O tremor essencial gera constrangimentos e dificuldades de executar as atividades do dia-a-dia e pode ser um fator de risco para a doença de Parkinson.

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