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terça-feira, 6 de setembro de 2016

Ingestão precoce e regular de ovo evita mesmo a alergia ao ovo em crianças?


A idade ideal para introduzir ovo na dieta infantil tem sido debatida durante as últimas duas décadas no contexto do aumento das taxas de alergia ao ovo.

Com o objetivo de determinar se o consumo regular de proteína do ovo, a partir de 4-6 meses de idade, reduz o risco de alergia ao ovo mediada por IgE, em lactentes com risco hereditário, mas sem eczema, foi realizado um estudo publicado pelo The Journal of Allergy and Clinical Immunology.

Lactentes com idade entre 4 a 6 meses foram alocados aleatoriamente para receber ovo integral cru pasteurizado diariamente (n=407) ou um pó de arroz da mesma cor do pó do ovo até 10 meses de idade.

Todos as crianças seguiram uma dieta livre de ovo e o ovo cozido foi introduzido para ambos os grupos aos 10 meses. O desfecho primário foi a alergia ao ovo mediada por IgE definida pela sensibilização positiva ao ovo cru pasteurizado e pela sensibilização ao ovo aos 12 meses de idade.

Não houve diferenças entre os grupos no percentual de crianças com alergia ao ovo mediada por IgE.

Uma proporção maior de participantes no grupo do ovo parou de tomar o pó do estudo devido a uma reação alérgica confirmada.

Os níveis de IgG4 específica do ovo eram substancialmente mais altos no grupo do ovo aos 12 meses.

Concluiu-se que não foi encontrada nenhuma evidência de que a ingestão regular de ovos a partir de 4-6 meses de idade altere substancialmente o risco de alergia ao ovo com um ano de idade, em crianças que estão em risco hereditário de doença alérgica e não tinham apresentado sintomas de eczema no início do estudo.


Imunoglobulina E (IgE) é um anticorpo. Está presente no soro sanguíneo em baixas concentrações. É encontrada na membrana de superfície de basófilos e mastócitos em todos os indivíduos. Tem um papel importante na imunidade ativa contra parasitas helmintos, atraindo os eosinófilos. Cinquenta por cento dos pacientes com doenças alérgicas tem altos níveis de IgE. A específica interação entre o antígeno e a IgE ligada no mastócito resulta em liberação de histamina, leucotrieno, proteases, fatores quimiotáxicos e citocinas. Esses mediadores podem produzir broncoespasmo, vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular, contração de músculo liso e quimioatração de outras células inflamatórias (eosinófilos, por exemplo).

Os anticorpos da classe IgE são responsáveis pelos fenômeno anafiláticos em várias espécies, e particularmente no homem. A concentração dessa classe de Ig é extremamente baixa no soro, e os conhecimentos sobre a estrutura da sua molécula foram possíveis graças ao encontro de pacientes com mieloma de IgE.

O peso molecular da IgE é de 188 kDa, e a cadeia ε isolada pesa cerca de 72,5 kDa. Eletroforeticamente, a IgE migra com a fração mais rápida das gamaglobulinas e sedimenta na fração 8S na ultracentrifugação. A cadeia ε possui cinco domínios(Vh, Cε2, Cε3, Cε4), não possui as regiões extradomínios correspondente à região da dobradiça da cadeia Υ nem o nonadecapeptídeo da extremidade carboxílica da cadeia μ.




Fonte: The Journal of Allergy and Clinical Immunology, publicação online, de 21 de agosto de 2016

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