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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Tratamento de canal dentário


Em um dente podemos distinguir a coroa, que é a parte superior do dente, geralmente a única visível. O formato dela determina a função do dente: os dentes anteriores, mais afiados, servem para cortar os alimentos, enquanto os molares, posteriores, de superfície plana, servem para triturá-los.

A raiz dos dentes corresponde à maior parte deles, é geralmente interna e invisível, sendo a parte dos dentes que faz a inserção deles no osso. O esmalte dos dentes, o tecido mais duro de todo o corpo humano, é a camada mais externa deles e pode ser danificado por bactérias se os dentes não forem higienizados adequadamente. Abaixo do esmalte fica a dentina, na qual há milhões de pequenos túbulos que vão diretamente à polpa do dente. A polpa, por sua vez, é o tecido mole situado no centro do dente, onde se encontram o nervo e os vasos sanguíneos.

A parte dura dos dentes é, pois, oca, formando ao centro um “canal”, preenchido pela polpa, a parte “viva” dos dentes. Quando removida, ela deixa um espaço, ao preenchimento artificial do qual se usa chamar de “tratamento de canal dentário”. Esse tratamento é feito para evitar ou tratar a dor e para manter a saúde da cavidade bucal e dos tecidos periapicais que circundam as raízes dos dentes. Depois de devidamente preparado, esse espaço (canal) é novamente preenchido pelo odontólogo, com material apropriado.

Os sintomas que levam a um tratamento de canal dentário podem ser a dor do dente, a sensibilidade do dente que aumenta com o calor ou com o frio, a dor ao mastigar ou a inflamação da gengiva, muitas vezes formando um abscesso. O abscesso, por sua vez, causa aumento da dor e inchaço de um lado do rosto. Isso pode acontecer quando há inflamação da polpa em decorrência de cárie profunda, fratura do dente ou quando a polpa necrosa, por qualquer razão, e compromete a raiz do dente.

As cáries dentárias profundas são a razão mais comum de tratamento de canal dentário. As cáries corroem progressivamente o esmalte dentário rumo à polpa do dente. Enquanto são superficiais, não apresentam sintomas, mas quando atingem a polpa e as terminações nervosas dentárias as pessoas geralmente sentem muita dor. Nesse momento, uma solução que tem o odontólogo é remover a polpa e o nervo do dente afetado e preencher a cavidade deixada livre por uma massa apropriada. Isso evita que o dente tenha de ser extraído, com prejuízos funcionais e estéticos. Geralmente o tratamento de canal dentário é precedido por um exame clínico pelo odontólogo e por um exame radiológico, indispensáveis para que o dentista conheça as estruturas internas do dente e suas relações com as demais partes anatômicas a que esteja relacionado.

Na maioria das vezes, o tratamento de canal dentário é feito por um endodontista, um odontólogo especialista nesse tipo de trabalho. O procedimento consiste na retirada da polpa do dente, quando danificada ou morta por uma infecção, trauma ou quebra do dente. Antigamente, os dentes com polpas danificadas tinham de ser extraídos, mas hoje em dia podem ser mantidos e “restaurados” pelo tratamento de canal. Depois de removida a polpa e demais resíduos por ventura existentes, o espaço resultante deve ser limpo, limado e preenchido. Em alguma fase do tratamento de canal dentário será necessária a aplicação de uma anestesia local.

Este dente, assim trabalhado, não mais dói e pode continuar a exercer normalmente suas funções. Por outro lado, a polpa danificada, se não for adequadamente tratada, pode dar origem à formação de pus na ponta da raiz do dente, dentro do osso, formando um abscesso. O tratamento de canal dentário pode ser feito em uma única sessão, se a polpa do dente não apresentar infecção, ou necessitar várias visitas ao consultório odontológico, se estiver infeccionada e necessitar um tratamento prévio.

Em primeiro lugar, deve ser feita uma abertura na parte posterior de um dente frontal ou na coroa de um dente posterior, pela qual a polpa dentária será extraída. Em seguida, o espaço assim deixado deve ser alargado, limpo e limado para ser novamente preenchido. Se o tratamento dura mais de uma sessão, uma restauração temporária é colocada na abertura praticada, até que a definitiva possa ser instalada. Um material em forma de cone flexível é inserido no canal e selado em posição com um cimento apropriado. Após o tratamento, o dente pode permanecer sensível por alguns dias, devido a uma inflamação das estruturas circunvizinhas, causada pelos abalos promovidos durante o tratamento. Os dentes restaurados podem durar a vida toda, mas os dentes tratados devem ser objeto dos mesmos cuidados de higiene que os demais, porque ainda é possível o aparecimento de cárie nas partes não restauradas do dente.

O tratamento de canal dentário geralmente tem um alto índice de sucesso e pode durar por toda a vida, mas em alguns casos, o dente afetado precisará ser tratado novamente. Uma vez restaurado o dente, ele deve ser revisto com 30, 60 e 180 dias depois do tratamento, com vista a detectar qualquer possível efeito colateral ou complicação. Não é verdadeira a ideia de que o tratamento de canal enfraquece o dente ou que o escurece.

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