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sábado, 4 de julho de 2015
Hidradenite ou Hidrosadenite
A hidradenite ou hidrosadenite era classificada como uma infecção bacteriana da pele mas, hoje em dia, é considerada um processo inflamatório das glândulas sudoríparas apócrinas, decorrente de uma predisposição individual, podendo ser agravada por uma infecção.
A causa favorecedora parece ser a obstrução do folículo piloso, o que leva à dilatação e inflamação deste tipo de glândulas.
A utilização de antitranspirantes e a depilação são consideradas predisponentes ou agravantes do aparecimento da afecção.
Na hidradenite ocorre obstrução das glândulas sudoríparas apócrinas por tampões de queratina e dilatação dos ductos dessas glândulas, ruptura e colonização bacteriana, com alterações inflamatórias intensas e acometimento dos tecidos adjacentes.
Há fibrose, tecido de granulação e, às vezes, células gigantes tipo corpo estranho.
A obstrução dos ductos pilosos pelo uso de antiperspirantes, raspagem, depilação mecânica ou por depilatórios e roupas justas podem atuar como fatores favorecedores na gênese da obstrução. Doenças sistêmicas como diabetes mellitus, anemia e obesidade podem ser causas predisponentes.
A hidradenite acomete principalmente a região axilar, mas pode afetar também outras regiões, como a perineal, infra-mamária, retro auricular e inguinal, locais onde são principalmente encontradas as glândulas sudoríparas apócrinas.
As lesões podem ser isoladas ou múltiplas e apresentam-se como abscessos avermelhados dolorosos, semelhantes a um furúnculo, ou como fístulas recidivantes, que resultam em áreas fibrosadas e secreção purulenta.
Os abscessos podem ser pequenos ou grandes e quando se rompem eliminam pus.
A hidradenite acomete especialmente indivíduos do sexo feminino.
O quadro crônico é de fácil diagnóstico, clinicamente, por meio da história clínica e da inspeção local.
A hidradenite deve ser diferenciada dos abscessos de outras naturezas.
Em certos casos, a biópsia pode ser necessária para confirmação do diagnóstico.
O tratamento da hidradenite pode ser realizado com antibióticos, tanto locais como sistêmicos, mas o tratamento cirúrgico para o esvaziamento glandular é o de eleição.
Como a obstrução folicular pode estar associada ao surgimento ou ao agravamento da hidradenite, deve-se evitar o uso de antitranspirantes, depilação e raspagem excessiva dos pelos com lâminas.
Nos grandes abscessos, geralmente muito dolorosos, pode ser feita a drenagem da lesão, diminuindo a dor e facilitando a saída da secreção.
Para a cura definitiva, é indicada a depilação a laser.
Quando os nódulos se tornam fibrosos e recidivam frequentemente deve-se proceder à exérese (remoção cirúrgica) do nódulo.
Nas formas crônicas e recidivantes, com cicatrizes e fístulas, a ressecção cirúrgica ou drenagem ampla, com cicatrização por segunda intenção, é indicada.
A hidradenite pode ocorrer em um único episódio ou ser repetitiva, caso em que acaba deixando cicatrizes fibrosas nos locais afetados.
Na hidradenite deve-se evitar as causas desencadeantes, isto é, raspagem de pelos, depilação, uso de desodorantes e talcos que contribuem para a obstrução dos ductos das glândulas.
A complicação da hidradenite aguda pode ser a infecção do processo inflamatório, com a formação de celulites, abscessos e supurações.
As hidradenites crônicas costumam complicar com fístulas que acometem estruturas como o sacro, cóccix, esfíncter, uretra e vasos sanguíneos.
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