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sexta-feira, 24 de abril de 2015
Luxação de ombro
De modo geral, uma luxação é a perda do contato entre os ossos articulares que normalmente estão em contato por meio de cartilagens.
Quando isso acontece no ombro, temos a luxação do ombro.
De acordo com a direção em que o úmero se desloca, a luxação pode ser anterior (80% ou mais dos casos), posterior, superior, inferior ou torácica (em fraturas de costela).
A luxação do ombro é uma das luxações mais frequentes das grandes articulações.
A luxação do ombro ocorre quando uma força externa desloca a cabeça do úmero para fora da fossa glenoidal (cavidade articular localizada numa das extremidades da escápula), ou quando isso acontece por forças mínimas, em virtude de fragilidades ou patologias dos mecanismos estabilizadores da articulação.
A luxação pode ser traumática ou não traumática/habitual. Na luxação traumática, a articulação é deslocada por um forte abalo exercido diretamente sobre o ombro ou sobre o úmero.
Após o primeiro episódio, podem surgir luxações recidivantes, devido a lesões articulares remanescentes ou à fraqueza do aparelho articular.
Na luxação não traumática ou habitual, existem fatores predisponentes que podem ser, entre outros, anomalias da cápsula articular, malformação do soquete articular, fraqueza dos tecidos conjuntivos ou falha na inervação da musculatura.
Na maioria das vezes, a primeira luxação ocorre em pacientes jovens.
Os sinais físicos e os sintomas da luxação no ombro dependem de seu tipo, mas geralmente há dor, restrição da mobilidade da articulação e alteração do formato do ombro.
Se houver lesões da artéria axilar ou de algum nervo, podem surgir distúrbios circulatórios, motores ou da sensibilidade do braço.
O diagnóstico da luxação do ombro deve partir do histórico médico e do exame físico.
A aparência da luxação é facilmente reconhecida pelo especialista treinado.
Os possíveis danos aos vasos sanguíneos e nervos devem ser cuidadosamente detectados e reparados, se for o caso.
O diagnóstico pode ser confirmado através de radiografias que também podem descartar eventuais fraturas.
Uma ressonância magnética pode ser necessária para um estudo mais apurado das alterações nas demais estruturas articulares envolvidas, além dos ossos.
O tratamento da luxação do ombro em que não tenha havido uma fratura concomitante baseia-se na reposição da articulação em seu devido lugar por meio de manobras especiais que devem ser executadas pelo especialista.
Esta reposição, extremamente dolorosa, chama-se “redução da luxação” e deve ser realizada o mais prontamente possível.
Algumas pessoas necessitam de uma sedação ou mesmo anestesia antes da redução ou, pelo menos, analgésicos e infiltrações.
Se houver inchaço, pode-se aplicar gelo para diminuir o processo inflamatório.
Dependendo do grau de gravidade da luxação, a articulação deve ser mantida em repouso numa tipoia de uma a três semanas.
Em pacientes idosos, devido ao risco de um enrijecimento do ombro, o repouso e, sobretudo, a imobilização podem ser dispensados.
Nas luxações complicadas ou recidivantes, a terapia tem de ser cirúrgica, podendo ser realizada por artroscopia ou cirurgia aberta, conforme o caso.
Depois da redução, deve ser realizada uma nova radiografia para certificar-se de que a articulação foi corretamente colocada no lugar.
A participação de um fisioterapeuta é essencial durante o período de recuperação.
As luxações de ombro normalmente retornam ao normal com as terapias adequadas, mas podem deixar pequenas sequelas se estruturas importantes forem lesadas.
Em casos de complicações e de luxações repetidas, é necessária uma terapia cirúrgica.
As complicações das luxações dos ombros variam de acordo com a gravidade, idade do paciente, número de episódios, tempo em que o ombro permaneceu luxado e se houve ou não lesão de estruturas conexas.
Dentre elas encontram-se as luxações recidivantes, fraturas ósseas, lesões dos tendões e nervos e artrose.
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