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quinta-feira, 22 de maio de 2014

Constipação intestinal em adultos


A constipação ou obstipação intestinal, popularmente chamada “prisão de ventre”, é uma situação em que o paciente evacua com pouca frequência (uma vez a cada três ou quatro dias ou mais) e sob grande esforço, fezes excessivamente duras e pequenas. Essa “prisão de ventre” é apenas um sintoma e não uma doença em si mesma e ocorre em virtude de outras doenças ou da diminuição do conteúdo de líquido nas fezes.

As causas da constipação intestinal em adultos podem ser alterações estruturais ou funcionais e cada uma delas pode ser aguda ou crônica. As alterações estruturais são detectáveis pelos métodos de investigação por imagens, como radiografias, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas, endoscopias, microscopias, etc.

As alterações funcionais são representadas por modificações nos movimentos intestinais que conduzem o alimento através do intestino e podem ser percebidas usualmente ao exame clínico. Na maioria das vezes, são de curta duração e ocasionadas por mudança alimentar, pós-operatórios, falta de exercícios, gravidez, obesidade, quadros febris, medicações, etc. Algumas alterações funcionais crônicas são ditas idiopáticas, porque não se consegue determinar a causa delas e correspondem àquilo que o leigo costuma chamar de “intestino preguiçoso”.

A constipação intestinal em adultos é ajudada por uma alimentação pobre em fibras, baixa ingestão de líquidos, hábitos sedentários, certas doenças (hipotireoidismo, diabetes, insuficiência renal crônica, etc.), medicamentos (antidepressivos, opiáceos, alguns anti-hipertensivos, etc.), patologias neurológicas ou musculares e situações psiquiátricas como depressões e demências.

Há pessoas que se queixam de constipação intestinal apenas quando se encontram em ambientes estranhos ou quando alteram sua rotina e alegam que ele se normaliza quando retornam às suas atividades normais.

O que uma pessoa com constipação intestinal sente varia muito de um indivíduo para outro e num mesmo indivíduo, ao longo do tempo. As pessoas podem se queixar de passar dias sem esvaziar os intestinos, dificuldades ou lentificação para evacuar, às vezes desde a infância, dores abdominais ao evacuar, sensação de evacuação insatisfatória, necessidade de ajuda manual para extrair as fezes, eventuais sangramentos ao evacuar ou proceder à higiene, em razão do rompimento de pequenos vasos sanguíneos, desconforto abdominal, eliminação de muco e/ou sangue, etc.

Além disso, as pessoas se queixam de inquietude, indisposição, dor de cabeça e alterações do humor, entre outras alterações comportamentais.

Quando um paciente queixa-se de constipação intestinal, o passo inicial deve ser o levantamento da história do paciente, seguido de um exame clínico minucioso, para que o médico possa determinar as causas desse sintoma. É importante conhecer o hábito evacuatório do paciente ao longo do tempo, bem como as características das fezes passadas e atuais e se há ou não a presença de muco, sangue ou pus.

O toque retal e a retoscopia são exames mandatórios. As investigações devem prosseguir com exames de sangue, que também podem ser úteis para o controle da evolução do tratamento. As radiografias contrastadas do intestino são muito úteis, mas podem ser substituídas com vantagens pela colonoscopia, sempre que ela esteja disponível. Um estudo da motilidade intestinal pode ser realizado por meios próprios (exame radiológico intervalado, manometria anorretal, eletromiografia, etc.).

Como medida mais radical, deve-se procurar tratar ou corrigir as enfermidades causais da constipação intestinal. Algumas medidas adicionais podem ser adotadas: diminuir a dose ou alterar o tipo de medicamento que possa estar causando o problema, aumentar a ingestão de fibras, ingerir alimentos com propriedades laxativas, usar laxativos orientados pelo médico, etc. Os supositórios e lavagens intestinais têm indicações precisas e só devem ser usados sob orientação médica. Meios cirúrgicos podem ser usados em casos de lesões obstrutivas ou de lesões anais dolorosas.

Um caso especial de dificuldade de evacuar é o fecaloma (acúmulo de fezes endurecidas e secas no reto), que pode ocorrer em pacientes idosos, psiquiátricos ou neurológicos. A solução demanda o uso de lavagens intestinais e supositórios, mas pode exigir uma descompactação manual das fezes, sob sedação ligeira.

Alguns conselhos são importantes para evitar a constipação intestinal:

•Procure evacuar com regularidade, em horários pré-estabelecidos, mesmo que não esteja com “vontade”. É importante criar este hábito.
•Acrescente à sua dieta a ingestão regular de alimentos contendo fibras como cereais integrais, pão integral, arroz integral, macarrão integral, legumes, verduras, frutas e sementes de linhaça.
•Aumente a ingestão de líquidos diários para pelo menos seis a oito copos de água por dia, além de sucos naturais.
•Procure tratar as enfermidades causais subjacentes.

A constipação intestinal pode levar a complicações como diverticulose, hemorroidas, fissuras anais e mesmo câncer do intestino.

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