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sexta-feira, 14 de março de 2014

Epicondilite


A epicondilite lateral também é conhecida como "cotovelo do tenista", mas não é um problema limitado a quem pratica esse esporte.

Qualquer atividade que realize movimentos repetitivos do punho e dedos para cima (extensão) podem gerar a epicondilite lateral, como movimentos no computador e exercícios de musculação.

Movimentos chamados de prono-supinação repetitivos, como os movimentos para se usar uma chave de fenda, também são um fator de risco.

Os músculos que fazem a extensão do punho e dos dedos tem origem na parte lateral do cotovelo, em uma proeminência óssea chamada epicôndilo lateral.

Diversos músculos extensores são originados nessa região e quando realizam-se atividades com o punho para cima (estendido) esses músculos permanecem contraídos, gerando tensão no seu local de origem.

Quando ocorre uma sobrecarga excessiva dessa região pode ser iniciado um processo inflamatório, que tem como objetivo cicatrizar pequenas lesões causadas pela tensão.

Essa inflamação pode ser a causa das tendinites, muito comuns no antebraço e que são um diagnóstico diferencial da epicondilite.

Na epicondilite, o processo é diferente, pois há uma degeneração das fibras de colágeno dos tendões, que pode ocorrer após uma inflamação inicial.

Quando a sobrecarga continua ocorrendo, essa degeneração não apresenta melhora, cicatrizes de fibrose podem ser formar e o paciente passa a sentir dor crônica e diminuição de força.

A epicondilite lateral causa dor na parte lateral do cotovelo, que pode se irradiar para o antebraço.

A dor é localizada próxima a uma proeminência óssea (epicondilo lateral) e é bem identificada pelo paciente.

Pode haver diminuição de força para extensão do punho e dos dedos. Normalmente não há diminuição dos movimentos do cotovelo. O exame físico pode ser suficiente para o diagnóstico.

Exames de imagem podem ser necessários para descatar outras doenças e problemas que geram sintomas semelhantes. Radiografia simples e a ultrasonografia são exames que podem auxiliar no diagnóstico diferencial.

A ressonância magnética é o exame mais acurado e permite avaliar tanto a epicondilite lateral quanto outras alterações locais.

Não precisa ser realizado de rotina, mas é solicitado quando há dúvida quanto ao diagnóstico.

Melhora da postura durante atividades no computador podem auxiliar. O apoio completo do antebraço na mesa e o uso de apoios para teclado e mouse são recomendados.

Alguns modelos de mouse em que o punho permanece lateralizado também são uma opção.

Pausas periódicas durante essas atividades, associadas a alongamentos, são métodos úteis tanto para a prevenção quanto para o tratamento.

Para os praticantes de tênis, diversas medidas são recomendadas.

Dentre elas, a melhora do gesto esportivo é a mais eficaz. Uma das causas da epicondilite lateral nos tenistas é o movimento de "backhand" com uso excessivo do punho para aumentar a potência ou para gerar efeito.

Além disso, quando o tempo de bola está "atrasado", o jogador tende a utilizar o punho para conseguir rebater de modo eficaz.

A troca do encordoamento da raquete e do "grip" também são medidas possíveis.

O tratamento inicial consiste na diminuição da dor e da sobrecarga.

Para a dimuição da dor existem diversas opções: gelo, medicações analgésicas e anti-inflamatórias, acupuntura e fisioterapia.

Eventualmente na fase mais dolorosa podem ser realizadas infiltrações para alívio dos sintomas.

O risco x benefício da infiltração deve ser discutido com seu médico. O mais importante é saber que a infiltração é apenas uma etapa do tratamento para a melhora do quadro. Para a diminuição da sobrecarga, diversas medidas podem ser tomadas.

Além das medidas de prevenção descritas acima, a diminuição dos movimentos repetitivos ou a parada temporária dos mesmos (dependendo do grau dos sintomas) pode ser necessária.

O uso de órteses para o punho ou de cintas na região do cotovelo também colabora com a diminuição da tensão local.

Em seguida, o fortalecimento dos tendões e do antebraço é iniciado, de modo progressivo.

Nos pacientes esportistas, uma orientação do gesto esportivo é importante para evitar a recidiva da dor.

A melhora da dor nem sempre é imediata e a resolução completa da doença pode levar até 1 ano. = Eu sempre digo isso aos pacientes, mas é difícil para eles aceitarem. Exatamente por esta razão, publiquei o texto de outro médico (citado abaixo), especialista no assunto!




texto: Dr. Mauro Gracitelli - ortopedista especialista em ombro e cotovêlo.

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