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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Coagulação sanguínea
Coagulação é o processo de transformação do sangue líquido num coágulo sólido, o que, em casos de hemorragias, auxilia na interrupção do sangramento, fechando os vasos sanguíneos e, portanto, impedindo que o sangue extravase.
Em casos de formação de coágulos intravasculares podem ocorrer tromboses arteriais ou venosas.
A coagulação sanguínea se dá por uma sequência de eventos químicos e plaquetários (plaquetas são um dos tipos de células sanguíneas) que resultam na formação de um coágulo de fibrina que faz a hemostasia (cessação do sangramento) e ajudam a parar o sangramento e a reparar o tecido danificado.
Os componentes da coagulação incluem as plaquetas, os vasos sanguíneos e as proteínas da coagulação do sangue, entre outras coisas.
A coagulação se dá pela ativação dos chamados fatores de coagulação, numerados por algarismos romanos, de I a XII, a qual se faz por duas vias: uma intrínseca, que ocorre no interior dos vasos sanguíneos quando o sangue entra em contato com regiões da parede do vaso com alguma lesão, e outra extrínseca, quando o sangue extravasa dos vasos para os tecidos conjuntivos, no que se usa chamar "cascata da coagulação".
Ambas as vias acabam por se juntarem na formação do coágulo de fibrina. O ponto comum entre as duas vias é a conversão da protrombina em trombina.
A trombina tem várias funções, mas a principal delas é a conversão do fibrinogênio em fibrina.
O cálcio e a vitamina K são ditos cofatores da coagulação e agem facilitando o processo de coagulação sanguínea. No sentido inverso, algumas substâncias ditas anticoagulantes, agem dificultando o processo da coagulação do sangue e são utilizadas com essa finalidade em algumas situações clínicas.
A coagulação é o processo pelo qual o sangue líquido se transforma em sólido; hemostasia é o conjunto de mecanismos pelos quais se procura manter o sangue no interior dos vasos, sem extravasar.
Ela é um dos fatores de hemostasia, talvez o principal deles.
Logo iniciado o extravasamento de sangue de um vaso lesado, as plaquetas migram para o local em maior quantidade, aderem ao endotélio dos vasos e se agregam, formando um tampão local.
Em seguida, componentes do plasma, chamados fatores de coagulação, agem para formar fios de fibrina, que fortalecem esse tampão. Ao mesmo tempo, ocorre uma vasoconstrição, o que diminui a circulação local.
Quando o vaso lesado é de grande calibre esse processo não se dá, em virtude da grande quantidade de sangue jorrado e da maior pressão dele.
Conforme o problema com que esteja às voltas, o médico pode desejar facilitar ou dificultar o processo de coagulação do sangue.
Algumas enfermidades resultam de dificuldades no processo de coagulação, como a hemofilia, por exemplo, outras, ao contrário, de uma ativação anormal desse processo, como ocorre na chamada coagulação intravascular disseminada.
Muitas vezes o médico deseja prevenir a formação de trombos nas artérias e nas veias e a eventual transformação deles em êmbolos que possam vir a interromper a circulação como, por exemplo, em casos de varizes, imobilidade prolongada das pernas ou em pacientes portadores de cardiopatias.
Nos casos nos quais deseje dificultar o processo de coagulação, em geral, o médico usa os medicamentos chamados anticoagulantes.
Nos casos contrários, usa derivados sanguíneos que contenham fatores de coagulação, conforme a natureza do problema.
Os exames clássicos para avaliar a coagulação são os chamados tempo de sangramento e tempo de coagulação, exames laboratoriais que medem o tempo necessário para fazer cessar a hemorragia de um pequeno ferimento (de aproximadamente dois milímetros de profundidade).
O exame do tempo de sangramento avalia a hemostasia primária e o tempo de coagulação avalia a via intrínseca da coagulação.
Um aumento do tempo de sangramento evidencia a dificuldade na formação de um tampão hemostático, como ocorre, por exemplo, na baixa das plaquetas (plaquetopenia), uso de aspirina, mieloma múltiplo, uremia, insuficiência hepática e outras.
Um tempo de coagulação alterado atesta a presença de defeitos dos fatores da coagulação.
Valores aumentados estão presentes, por exemplo, na hemofilia e na presença de anticoagulante circulante.
O valor normal do tempo de sangramento é de até cinco minutos e o do tempo de coagulação entre quatro e dez minutos.
O tempo de sangramento pode ser medido por diversos métodos. O mais comum deles consiste em medir a duração do sangramento após uma incisão de pele.
O tempo de sangramento depende da elasticidade da parede dos vasos sanguíneos e da quantidade e capacidade funcional das plaquetas.
Em geral esse teste é usado para rastreamento pré-operatório, embora seja também efetuado em pacientes com histórias pessoais ou familiares de desordem de sangramento.
O exame tem como objetivo avaliar a função hemostática global e detectar desordens congênitas ou adquiridas de função plaquetária.
O paciente não precisa estar em jejum.
Uma pequena quantidade de sangue normalmente é colhida por meio de uma perfuração praticada com um estilete em alguma região bem vascularizada do corpo, como a polpa de um dedo, por exemplo.
Outros exames como o tempo de trombina e o tempo de tromboplastina ativada também podem ser realizados.
Desordens na coagulação podem levar a um aumento do risco de hemorragias ou, ao contrário, de formação de trombos e de embolismos.
Essas hemorragias devidas a transtornos da coagulação sanguínea ocorrem no interior das vísceras, na pele, nas mucosas do nariz, boca ou gengivas, ou então por via vaginal.
Chama-se diátese hemorrágica à tendência para sangramento sem causa aparente ou a uma hemorragia mais intensa ou prolongada do que seria normal, após um traumatismo.
Pode dever-se a uma anormalidade da parede vascular, a uma alteração das plaquetas ou do sistema de coagulação.
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