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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Encefalites


As encefalites são infecções agudas do cérebro, muitas vezes como complicação de doenças infecciosas como a raiva ou sífilis, por exemplo.

Acontecem também por infecção viral, bacteriana ou por infestações de parasitas e protozoárias, como toxoplasmose ou malária.

Os vírus causam inflamação do cérebro e o tecido cerebral fica inchado, o que pode destruir as células nervosas e causar sangramentos e outros danos cerebrais.

As inflamações do cérebro podem ser gerais e comprometer todo o sistema nervoso ou podem ser focais, localizadas apenas numa região limitada do cérebro.

Reserva-se preferencialmente o termo encefalite para as primeiras.

Essas inflamações do cérebro podem atingir as meninges, gerando uma meningo-encefalite ou estenderem-se à medula espinhal, formando uma encefalomielite.

Felizmente, as encefalites são enfermidades raras.

Elas tornam-se graves quando o cérebro inchado é comprimido contra o arcabouço ósseo do crânio, podendo conduzir à morte.

As encefalites comumente são causadas por vírus e podem ser complicações de uma grande variedade de doenças como sarampo, caxumba, poliomielite, hidrofobia, rubéola, catapora, raiva, AIDS e outras.

Mas elas também podem ser causadas por infecções diretas do cérebro por bactérias e fungos, que geralmente dão origem a abscessos, e por outras causas, como reação a vacinas, doenças autoimunes, parasitas, etc. ou serem um efeito secundário do câncer.

Os vírus podem ser contraídos por meio de aspiração de gotículas respiratórias de uma pessoa infectada, alimentos ou bebidas contaminadas ou contato direto com a pele.

Algumas encefalites virais são transmitidas por picadas de insetos que habitam zonas geográficas específicas e são, pois, zoonoses regionais, mais comuns em certas estações do ano. Elas são mais frequentes no primeiro ano de vida e em pessoas com imunodepressão.

As pessoas muito jovens ou muito idosas são mais suscetíveis a sofrerem casos graves de encefalites.

Os principais sinais e sintomas das encefalites dependerão de quais são as partes mais afetadas do cérebro. De um modo geral, são: febre, dores de cabeça, fotofobia, fraqueza e convulsões.

Mais raramente podem acontecer outros sintomas como rigidez no pescoço e nos membros e lentidão nos movimentos, na dependência da parte afetada do cérebro.

Pode ocorrer aumento da pressão intracraniana; rigidez da nuca; úlceras na boca; erupções cutâneas; cefaleia; alterações de consciência (letargia, estupor ou coma); alterações sensoriais gerais e de linguagem; diabetes insípidus, se o hipotálamo for afetado e alterações psiquiátricas. Abscesso cerebral ou hemorragias não são comuns em pacientes com encefalite. Alguns vírus afetam principalmente crianças.
O diagnóstico das encefalites parte da história clínica e do exame físico do paciente. O exame neurológico mostrará um paciente sonolento ou confuso. Um pescoço rígido indica que também há irritação das meninges e uma possível meningite.

O diagnóstico pode ser complementado por exame do fluido cerebrospinal (líquor) obtido por meio de uma punção lombar e revelará quantidades elevadas de proteína e células brancas.

Esse exame, no entanto, só deve ser feito depois de descartada uma possível elevação da pressão liquórica. Em uma porcentagem significativa de casos esse exame pode ser normal.

Uma ressonância magnética ajuda a avaliar mais detalhadamente o quadro.

Outros exames que podem ser utilizados incluem tomografia computadorizada, culturas do fluido cerebrospinal, do sangue ou da urina, eletroencefalograma e testes sorológicos.

Normalmente, encefalites são doenças virais, sem tratamentos específicos e o objetivo maior é o alívio dos sintomas.

Os pacientes com encefalites devem ser mantidos bem hidratados e terem o seu cérebro permanentemente monitorado.

A encefalite do herpes vírus é a única que responde aos antivirais e deve ser prontamente tratada com eles.

Se houver ataques epilépticos os anticonvulsivantes podem ser dados para controle deles ou mesmo serem administrados preventivamente em pacientes sob risco de tê-los. Nos raros casos de encefalites bacterianas podem ser usados antibióticos.

A encefalite é sempre uma doença grave, mas geralmente se cura, com ou sem sequelas, conforme o caso.

O risco de morte é maior nas pessoas de idade avançada e naquelas com depressão imunológica.

A encefalite por herpes pode causar morte rápida se não diagnosticada e tratada prontamente.

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