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terça-feira, 30 de abril de 2013

Diabetes Insipidus


A diabetes insipidus nada tem a ver com o aumento da glicose no sangue.

A doença é rara e se caracteriza pela deficiência da vasopressina (hormônio antidiurético) ou pela incapacidade dos túbulos renais de responder a ela, o que leva à excreção de grandes quantidades de urina muito diluída e à sede pronunciada.

Esta diluição não diminui quando a ingestão de líquidos é reduzida, denotando a incapacidade renal de concentrar a urina.

O hormônio antidiurético é produzido no hipotálamo e liberado pela neurohipófise e determina, em parte, o modo como os rins removem, filtram e reabsorvem fluidos da corrente sanguínea.

Quando ocorre a falta desse hormônio ou quando os rins não podem responder a ele, os fluidos passam direto pelos rins e são eliminados pela urina. É assim que uma pessoa com diabetes insipidus perde muito líquido e sente muita sede.

Nos casos em que a diabetes insipidus se deve à falta de produção ou liberação do hormônio antidiurético, ela é dita diabetes insipidus central, neurohipofisária ou neurogênica.

Quando se deve ao fato de que os rins deixam de responder a ele é chamada diabetes insipidus renal ou nefrogênica.

Essa diferenciação é muito importante, porque embora os sintomas principais sejam os mesmos em ambos os casos, o tratamento é muito diferente.

A diabetes insipidus central ocorre por anormalidades no eixo hipotálamo-hipófise. As principais causas são:

•Lesões cirúrgicas acidentais do hipotálamo ou da hipófise.

•Traumas que afetam o sistema nervoso central.

•Tumores do sistema nervoso central.

•Diabetes insipidus autoimune.

•Causas genéticas.

•Anorexia nervosa.

•Encefalopatias por deficiência de oxigênio.

A diabetes insipidus renal ocorre por anormalidades nos receptores dos túbulos renais, que não conseguem responder ao hormônio antidiurético. As principais causas são:

•Alterações genéticas dos receptores dos túbulos renais.

•Uso crônico de lítio.

•Hipercalcemia (cálcio sanguíneo elevado).

•Hipocalemia (potássio sanguíneo baixo).

•Amiloidose renal.

•Síndrome de Sjögren.

Existe uma terceira forma de diabetes insipidus, transitória, que ocorre durante a gravidez, porque a placenta de algumas grávidas produz uma enzima que inativa o hormônio antidiurético circulante, a qual desaparece após o parto.

Muitos dos sintomas da diabetes insipidus são similares aos da diabetes mellitus, mas não ocorre hiperglicemia (taxa elevada de açúcar no sangue).

Uma das primeiras manifestações da diabetes insipidus costuma ser a noctúria (aumento da urina à noite), pela perda de capacidade de concentração da urina no período noturno.

A apresentação clínica mais típica ocorre com poliúria (aumento do volume urinário) e polidipsia (aumento da ingestão de água) e sede intensa. Raramente há problemas de visão, como são comuns na diabetes mellitus.

Na maioria dos pacientes com diabetes insípidus renal hereditário, as manifestações ocorrem desde a primeira semana de vida.

Na diabetes insipidus central hereditário, a manifestação pode ocorrer após o primeiro ano de vida ou na adolescência.

Nos adultos, nos casos de diabetes insipidus central, o início dos sintomas costuma ser súbito e insidioso nos casos renais.

Normalmente, o excesso de diurese continua durante o dia e a noite nos portadores da diabetes insipidus e com frequência estes pacientes sofrem desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos às vezes graves.

Em crianças pode haver interferência no apetite, no ganho de peso e no crescimento, bem como febre, vômitos ou diarreia.

A história clínica é de grande importância.

Em casos genéticos a história familiar mostrará um tipo de herança mendeliana. O diagnóstico pode ser confirmado por um teste de restrição hídrica seguido da administração subcutânea de desmopressina, um análogo sintético da vasopressina.

O teste consiste em medidas das osmolalidades plasmática e urinária.

Em geral ocorre:

•Osmolalidade sérica maior que urinária.

•Densidade urinária geralmente menor que 1,006 durante a ingestão hídrica.

•Incapacidade de concentração urinária com a restrição hídrica.

•Hipernatremia.

Um diagnóstico diferencial deve ser feito em relação a:

•Polidipsia psicogênica.

•Diurese osmótica.

•Diabetes mellitus

•"Potomania de cerveja" (distúrbio alimentar caracterizado pelo consumo excessivo de água - aqui adaptamos ao consumo de cerveja).

No caso de diabetes insipidus central o tratamento se baseia na reposição do hormônio antidiurético sintético por via oral ou intranasal.

No caso da diabetes insipidus renal o tratamento é feito com a suspensão do lítio que eventualmente vinha sendo tomado ou correção dos distúrbios do cálcio e do potássio, porventura existente.

Nos casos genéticos o tratamento deve ser feito com dieta pobre em sal, diuréticos tiazídicos e anti-inflamatórios.

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