Pesquisar este blog

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Afrodisíacos




O assunto é complexo e fluido. Classicamente, afrodisíacos são substâncias ou odores que aumentam o desejo e a excitabilidade sexual.

No entanto, o conceito pode ser estendido a determinados comportamentos ou atributos naturais ou artificiais (vestuário, perfumes, adereços, etc.) do parceiro sexual. O próprio termo afrodisíaco deriva de Afrodite, deusa grega do amor, no sentido amplo do termo.

Por outro lado, no assunto misturam-se algumas observações que têm respaldo científico com outras que pertencem à crendice ou ao folclore popular, fazendo com que esse efeito seja atribuído a milhares de substâncias e coisas.

Cada cultura tem suas crenças sobre o assunto: o consumo de ostras e catáridas, na Europa; os chifres de rinoceronte, na Ásia; certas bebidas (cachaça, catuaba, guaraná, etc.), ovos de codorna, amendoim, etc., no Brasil.

Como o assunto sofre grande influêcia de fatores psicológicos, muitas das substâncias tidas como afrodisíacas devem seus efeitos muito mais à crença que a aspectos químicos.

É assim que um morango dado na boca, um incenso num quarto semi-escuro ou um amendoim descascado a dois podem de fato ter algum efeito no sentido de aumentar o desejo sexual. Algumas dessas crenças, contudo, têm suas bases em outros fatores que não os físicos.

Assim, as codornas dão a impressão de terem um grande “vigor sexual” porque copulam com grande frequência e a pequenos intervalos; algumas substâncias energéticas (o guaraná, a catuaba, o amendoim, etc.) contribuem para um melhor desempenho em todas as atividade físicas; as substâncias estimulantes e desinibidoras (o álcool em pequenas doses, por exemplo), facilitam as relações sexuais; outros alimentos ou objetos são considerados afrodisíacos devido à semelhança que guardam no formato com os órgãos sexuais feminino ou masculino (por exemplos, morangos, bananas, ostras, etc.).

Nos animais é nítido como determinadas substâncias naturais emitidas pelas fêmeas (os feromônios) por ocasião do cio e captadas pelo olfato dos machos, despertam neles o interesse sexual.

Como nos homens há resquícios dessa atividade olfativa é possível que também neles haja um componente dessa natureza (ao lado de outros), na atração sexual, coisa que os perfumes parecem, em parte, realizar. Essa função do olfato parece também sofrer influência de um fator cultural, porque alguns odores que são repugnantes para alguns povos funcionam como atrativos para outros (o suor, por exemplo).

Embora um bom desempenho sexual dependa do desejo e da excitabilidade, eles nem sempre andam juntos. O desejo corresponde à situação psicológica de sentir vontade de praticar sexo (apetite sexual) e a excitabilidade às condições orgânicas que se seguem às estimulações sexuais e que possibilitam a realização do sexo.

Nos homens essas condições se expressam ostensivamente pela capacidade de ereção e na mulher por um conjunto de condições fisiológicas que possibilitam a relação sexual (umedecimento da vagina, ereção do clitóris, relaxamento da musculatura da pelve, maior turgência das mamas, etc).

Essas duas condições podem estar separadas. Nos homens, por exemplo, nas impotências de causas físicas e nas mulheres no vaginismo (contração involuntária da vagina que impede a penetração do pênis).

Algumas medicações podem ter efeitos benéficos sobre a excitabilidade sexual sem aumentarem ou só aumentando ligeiramente o desejo (Yoimbina, Sildenafil ou Viagra, Trazodone, por exemplo) e outras podem aumentar o desejo embora não melhorem a excitabilidade (certos psicoestimulantes, por exemplo).

Da mesma forma, certos comportamentos, adereços ou aparências do parceiro sexual podem despertar maior desejo sem, contudo, afetar a excitabilidade. Quando há a conjunção dos dois fatores, ocorre geralmente o orgasmo, culminação prazeirosa do ato sexual que, no homem, geralmente é acompanhado pela ejaculação (emissão de sêmen). Assim, o ato sexual compreende três fases distintas e sucessivas: desejo sexual; excitabilidade sexual e orgasmo. Embora essas três fases devam operar harmonicamente, cada uma delas pode estar alterada com independência das outras duas.

Nenhum comentário: