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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Poliomielite
A poliomielite (ou paralisia infantil) é uma doença infecciosa viral aguda, muito contagiosa, que acomete principalmente crianças pequenas (até 5 ou 6 anos de idade), embora também possa infectar crianças maiores e mesmo adultos.
A origem grega do nome descreve precisamente em que consiste a enfermidade: poliós = cinza, myelós = medula espinhal e -ite é o sufixo usado para inflamações (inflamação da substância cinzenta da medula espinhal).
Em geral a enfermidade deixa como sequela irreversível uma paralisia flácida da área atingida, na maioria das vezes um dos membros inferiores.
Como consequência, resta uma atrofia dos músculos envolvidos, o que acaba por complicar ainda mais a situação.
Graças à vacinação, a doença encontra-se erradicada em quase todas as partes do mundo, sendo ainda endêmica atualmente (ano de 2012) apenas no Paquistão, Afeganistão, Nigéria e certas regiões da Índia.
O vírus transmissor da poliomielite (poliovírus) é um enterovírus extremamente resistente às condições externas, contraído através de alimentos ou água contaminados ou de forma direta, de pessoa para pessoa (através de muco, catarro ou fezes).
Esses vírus multiplicam-se na garganta e mais frequentemente no intestino, onde frequentemente ficam restritos.
Daí eles podem passar às correntes sanguínea e linfática e invadir o sistema nervoso, causando destruição dos neurônios motores.
O modo de transmissão geralmente é fecal-oral e só raramente, oral-oral.
Existem três sorotipos distintos do vírus, sendo que o tipo mais grave é o da poliomielite paralítica (85% ou mais dos casos). Os seres humanos são os únicos reservatórios e os únicos atingidos pelos vírus.
Em muitas oportunidades as pessoas infectadas pelo poliovírus não têm sintomas, mas mesmo assim podem contaminar outras pessoas.
O período que medeia entre a contaminação pelo vírus e o aparecimento dos primeiros sintomas (incubação) varia entre 3 e 35 dias.
A poliomielite maior, a forma paralítica da enfermidade, corresponde a uma minoria dos casos das pessoas infectadas.
Uma alta percentagem das pessoas infectadas não apresenta sintomas.
Em algumas pessoas pode surgir, após a infecção, um quadro de meningite asséptica, com fortes dores de cabeça e espasmos musculares, mas sem danos neuronais significativos, que se cura espontaneamente sem que ocorra paralisia.
Na maior parte das vezes, o sistema imunológico destrói o vírus antes da fase de paralisia.
As manifestações iniciais da infecção são muito parecidas com as de outras viroses: febre, dor de garganta, gripe, náuseas, vômitos, dores abdominais, diarreias ou prisão de ventre, etc.
Posteriormente, os órgãos mais atingidos são o cérebro, o coração e o fígado. A destruição de neurônios motores da medula espinhal resulta em paralisia flácida dos músculos por eles inervados, mas na maioria das vezes a infecção fica limitada à faringe e ao intestino.
Na "doença maior" ou poliomielite paralítica, os sintomas iniciais da doença menor desaparecem depois de cerca de 10 dias e surge uma paralisia flácida (geralmente irreversível) que pode afetar um grupo discreto de músculos ou mesmo todos os músculos do corpo.
Na maior parte das vezes, a paralisia afeta assimetricamente um dos membros inferiores. Se afetar os músculos do sistema respiratório ou o centro nervoso que controla a respiração, a morte pode ocorrer por asfixia.
A poliomielite deve ser suspeitada clinicamente em todo indivíduo com paralisia flácida aguda em que haja reflexos tendinosos diminuídos ou ausentes e conservação da sensibilidade e da atividade cognitiva.
O diagnóstico definitivo é feito por detecção do DNA viral ou isolamento e observação ao microscópio electrônico do vírus em fluidos corporais.
Podem ainda ser realizados exames de cultura do líquido cerebroespinal (líquor), teste dos níveis de anticorpos contra o vírus e culturas virais de fluidos da garganta e fezes.
A poliomielite não tem tratamento específico. Pacientes com paralisia de músculos respiratórios podem ter de ser assistidos por pulmões mecânicos. A eventual paralisia resultante e suas consequências devem ser assistidas sintomaticamente.
A melhor forma de prevenir a poliomielite é a vacinação de todas as crianças com a vacina contra poliomielite conhecida como “gotinha”.
É também importante observar todas as medidas higiênicas aconselhadas para a prevenção de doenças transmitidas por contaminação fecal de água e alimentos.
Programas de saneamento básico são medidas sociais essenciais para a prevenção da doença.
Uma pessoa infectada pelo vírus da poliomielite tanto pode não desenvolver a doença (o que é frequente) como pode evoluir para o óbito (o que é raro).
A poliomielite pode ocasionar atrofia por desuso dos músculos afetados.
Com o déficit da atividade muscular da velhice, a atrofia normal para a idade passa a se dar mais aceleradamente.
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