Pesquisar este blog

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Jogos científicos ou ciência 'jogável'?




O que acontece quando cientistas e programadores de jogos são trancados em uma sala por dois dias? A criação de jogos interessantes e cientificamente corretos, é claro! Foi mais ou menos essa a experiência que a Wellcome Trust promoveu com o projeto 'Gamify your PhD'.

Por meio da iniciativa, convocou doutores de todo o Reino Unido a enviar ideias de como transformar suas pesquisas em jogos. Os donos das melhores propostas participaram de um evento de dois dias com desenvolvedores para colocá-las em prática. Os resultados do encontro já estão disponíveis na internet.

O vencedor do desafio foi o jogo ‘Dysbiosis’, criado pela pesquisadora Margherita Coccia e pelos desenvolvedores Clockwork Cuckoo e Force of Habit. No estilo shoot'em up (atire em todos eles, em tradução livre), o jogo coloca o participante numa batalha imunológica ‘viciante’ pela saúde digestiva, em que precisa destruir as bactérias que tentam invadir o trato intestinal (clique para baixar).

Outros cinco jogos foram desenvolvidos no âmbito da iniciativa. Neles, o jogador pode participar da aventura da bactéria Campy pelo intestino de diferentes hospedeiros; orientar Pol, uma RNA Polimerase que precisa seguir padrões para realizar reações químicas, jogo que será lançado em breve para celulares; e até vivenciar o processo de recuperação de uma pessoa viciada em drogas, num estranho ambiente 3D.

Outro game – um tanto hermético – de gerenciamento de recursos permite acompanhar o crescimento da infecção de malária no organismo. Por fim, uma boa paródia da famosa série ‘Guitar hero’ desafia ainda o jogador a repetir sequências de teclas para extrair RNA de amostras.

Para estimular a imaginação dos pesquisadores, foi desenvolvido um guia interativo com minigames baseados em célebres estudos (um deles propõe, por exemplo, acertar maçãs na cabeça de Isaac Newton), além de uma curiosa ‘tabela periódica’ que organiza os elementos envolvidos no desenvolvimento de jogos. “O foco do projeto foi o próprio processo, observar pesquisadores em busca de outras maneiras de enxergar seus trabalhos”, explica o consultor de games da Wellcome Trust Tomas Rawlings.

Rawlings acredita que a ciência é parte integrante da cultura e tem muito a ganhar com essa aproximação. “Ciência e jogos têm muito em comum, tratam de conhecer as regras que governam um mundo e atingir objetivos por meio de experimentos orientados por tentativa e erro”, compara. “O maior desafio é desenvolver jogos que tenham a ciência como parte fundamental, intrínseca à experiência, à mecânica e à narrativa.”

Mas, certamente os 'games' são bem mais entusiasmantes quando nos levam a um mundo surreal no qual, de preferência, possamos escapar um pouco da nossa realidade...

Por outro lado, os vídeo games podem, sim, ajudar muito em tratamentos de crianças, jovens e adultos na recuperação de quadros psiquiátricos e neurológicos. O desenvolvimento desse material já está acontecendo em muitos lugares de pesquisa e não é difícil de encontrar na internet matérias que divulgam trabalhos e pesquisas com este viés.


fonte: Ciência Hoje

Nenhum comentário: