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domingo, 9 de setembro de 2012
Jogos Paralímpicos
Dentro dos esportes paralímpicos os atletas são divididos, em seus esportes, de acordo com o grau de deficiência. Esta classificação serve para nivelar os aspectos da capacidade física e competitiva, colocando as deficiências semelhantes em um grupo determinado.
De acordo com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) o primeiro tipo de classificação para pessoas com deficiência física foi desenvolvido ainda no início do esporte para deficientes, em 1944, na Inglaterra.
Hoje, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) reconhece cinco categorias de deficiência para a participação em competições: paralisados cerebrais, deficientes visuais, atletas em cadeira de rodas, amputados e les autres (outros, que não se incluem em nenhuma das classes listadas). Cada esporte possui o seu próprio sistema de classificação.
Confira como funciona a classificação de acordo com esporte:
Atletismo
Para provas de campo (arremesso, lançamentos e saltos)
A classificação leva a sigla F – Field (campo, em inglês)
F11 a F13 – deficientes visuais
F20 – deficientes mentais
F31 a F38 – paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes)
F40 - anões
F41 a F46 – amputados e Les autres
F51 a F58 – Competem em cadeiras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações)
Para provas de pista (corridas de velocidade e fundo)
A classificação leva a sigla T – track (pista, em inglês)
T11 a T13 – deficientes visuais
T20 – deficientes mentais
T31 a T38 – paralisados cerebrais (31 a 34 -cadeirantes e 35 a 38 - ambulantes)
T41 a T46 – amputados e les autres
T51 a T54 – Competem em cadeiras (seqüelas de Polimielite, lesões medulares e amputações)
Basquete
Cada atleta é classificado de acordo com seu comprometimento físico-motor e a escala obedece aos números 1, 2, 3, 4 e 4,5. Com objetivo de facilitar a classificação e participação daqueles atletas que apresentam qualidades de uma e outra classe distinta (os chamados casos limítrofes) foram criadas quatro classes intermediárias: 1,5; 2,5 e 3,5. O número máximo de pontuação em quadra não pode ultrapassar 14 e vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor a classe.
Bocha
Os jogadores com paralisia cerebral são classificados como CP1 ou CP2, bem como os atletas com outras deficiências severas (como distrofia muscular), que também são eligíveis para competir na bocha. Os jogadores podem ser incluídos em quatro classes a depender da habilidade funcional:
BC1: Tanto para arremessadores CP1 como para jogadores CP2. Atletas podem competir com o auxílio de ajudantes, que devem permanecer fora da área de jogo do atleta. O assistente pode apenas estabilizar ou ajustar a cadeira do jogador e entregar a bola a pedido.
BC2: Para todos os arremessadores CP2. Os jogadores não podem receber assistência.
BC3: Para jogadores com deficiências muito severas. Os jogadores usam um dispositivo auxiliar e podem ser ajudados por uma pessoa, que deve permanecer na área de jogo do atleta mas deve se manter de costas para os juízes e evitar olhar para o jogo.
BC4: Para jogadores com outras deficiências severas, mas que não podem receber auxílio.
Ciclismo
Os atletas são classificados em 4 classes, competindo com bicicletas Tandem (operada por duas pessoas e Handbike (operada com as mãos).
LC - Locomotor Cycling (Pessoas com dificuldade de locomoção)
LC1 - Atletas com pequeno prejuízo em função da deficiência, normalmente nos membros superiores.
LC2 - Atletas com prejuízo físico em uma das pernas, permitindo o uso de prótese para competição.
LC3 - Atletas que pedalam com apenas uma perna e não podem utilizar próteses.
LC4 - Atletas com maior grau de deficiência, normalmente amputação em um membro superior e um inferior.
Tandem - Para ciclistas com deficiência visual (B1, B2 e B3). A bicicleta tem dois assentos e ambos ocupantes pedalam em sintonia. Na frente, vai um ciclista não-deficiente visual e no banco de trás o atleta com deficiência visual.
Handbike - Para atletas paraplégicos que utilizam bicicleta especial impulsionada com as mãos.
Esgrima
Classe 1A - Atletas sem equilíbrio sentado, que têm limitações no braço armado, não possuem extensão eficiente do cotovelo em relação à gravidade e não possuem função residual da mão, fazendo com que seja necessário fixar a arma com uma atadura.
Classe 1B - Atletas sem equilíbio sentado e com limitações no braço armado. Há extensão funcional do cotovelo mas não há flexão dos dedos. A arma precisa ser fixada com uma bandagem.
Classe 2 - Atletas com total equilíbrio sentado e braço armado normal, com paraplegia do tipo T1/T9 ou tetraplegia incompleta com sequelas mínimas no braço armado e bom equilíbrio sentado.
Classe 3 - Atletas com bom equilíbrio sentado, sem suporte de pernas e braço armado normal, como paraplégicos da T10 à L2. Atletas tanto com pequenos resquícios de amputação abaixo do joelho ou lesões incompletas abaixo da D10 ou deficiências comparáveis podem ser incluídos nesta classe, desde que as pernas ajudem na manutenção do equilíbrio sentado.
Classe 4 - Atletas com um bom equilíbrio sentado e com suporte das extremidades superiores e braço armado normal, como lesões abaixo da C4 ou deficiências comparáveis.
Limitações mínimas - Deficiência dos membros inferiores comparável a amputações abaixo do joelho.
Futebol de 5
Os atletas são divididos em três classes que começam sempre com a letra B (blind, cego em inglês).
B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
B2 – Jogadores já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 e/ou campo visual inferior a 5 graus.
B3 – Os jogadores já conseguem definir imagens. Da acuidade visual de 2/60 a acuidade visual de 6/60 e/ou campo visual de mais de 5 graus e menos de 20 graus.
Futebol de 7
Os jogadores são distribuídos em classes de 5 a 8, de acordo com o grau de comprometimento da paralisia cerebral. Vale a regra de quanto maior a classe, menor o comprometimento físico do atleta. Durante a partida, o time deve ter em campo no máximo dois atletas da classe 8 (menos comprometidos) e, no mínimo, um da classe 5 ou 6 (mais comprometidos). Os jogadores da classe 5 são os que têm o maior comprometimento motor e, em muitos casos, não conseguem correr. Assim, para esses atletas, a posição mais comum é a de goleiro. Vale lembrar que a paralisia cerebral compromete de variadas formas a capacidade motora dos atletas, mas, em cerca de 45% dos indivíduos, a capacidade intelectual não é comprometida.
GoalBall
Participam atletas com algum tipo de dificuldade visual, conforme classes que vão de B1 ao B3, ou seja, do atleta completamente cego até os que possuem acuidade visual parcial. Aqui também vale a regra de que quanto menor o código de classificação, maior o grau da deficiência. Todas as classificações são realizadas através da mensuração do melhor olho e da possibilidade máxima de correção do problema. Atletas que usam lentes de contato ou óculos normalmente os utilizam durante a classificação, ainda que não utilizem na competição, já que, assim como no futebol de cinco, os atletas das classes B2 e B3 (com visão parcial) utilizam uma venda durante as competições.
Halterofilismo
É a única modalidade em que os atletas são categorizados por peso corporal, como no halterofilismo convencional. São eligíveis para competir atletas amputados das classes A1 a A4, les autres com limitações mínimas, atletas das classes de paralisia cerebral e atletas das classes de lesões na medula espinhal. Os competidores precisam ter a habilidade de estender completamente os braços com não mais de 20 graus de perda em ambos cotovelos para realizar um movimento válido de acordo com as regras.
Hipismo
As habilidades funcionais de cada cavaleiro definem o enquadramento em uma das quatro classificações:
Classe I: Predominantemente cadeirantes com pouco equilíbrio do tronco e/ou debilitação de funções em todos os quatro membros ou nenhum equilíbrio do tronco e bom funcionamento dos membros superiores.
Classe II: Predominantemente cadeirantes ou aqueles com severa debilitação envolvendo o tronco e de leve a bom equilíbrio do tronco ou severa debilitação unilateral.
Classe III: Predominantemente capaz de caminhar sem suporte, com moderada debilitação unilateral. Podem requerer o uso de cadeira de rodas para longas distâncias ou devido à pouca força. Atletas que têm total perda de vista em ambos olhos.
Classe IV: Debilitação de um ou mais membros ou algum grau de deficiência visual.
Judô
Os atletas são divididos em 3 classes que começam sempre com a letra B (blind = cego). Homens e mulheres têm o mesmo parâmetro de classificação.
B1 – Cego total: de nenhuma percepção luminosa em ambos os olhos até a percepção de luz, mas com incapacidade de reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância ou direção.
B2 – Lutadores que já têm a percepção de vultos. Da capacidade em reconhecer a forma de uma mão até a acuidade visual de 2/60 ou campo visual inferior a 5 graus.
B3 – Os lutadores conseguem definir imagens. Acuidade visual de 2/60 a 6/60 ou campo visual entre 5 e 20 graus.
Natação
Vale a regra de que quanto maior a deficiência, menor o número da classe. As classes sempre começam com a letra S (swimming) e o atleta pode ter classificações diferentes para o nado peito (SB) e o medley (SM).
S1 a S10 / SB1 a SB9 / SM1 a SM10 – nadadores com limitações físico-motoras.
S11, SB11, SM11 S12, SB12, SM12 S13, SB13, SM13 – nadadores com deficiência visual (a classificação neste caso é a mesma do judô e futebol de cinco).
S14, SB14, SM14 – nadadores com deficiência mental.
Remo
No remo, a classe somente braços (A1+) utiliza acento fixo e com encosto. O barco é o single skiff com tripulação masculina ou feminina.
Na classe troncos e braços (TA 2x), os acentos são fixos. O barco utilizado é o double skiff, com tripulação mista: um homem e uma mulher.
A classe pernas, tronco e braços (LTA) usa acento deslizante no barco four skiff, com timoneiro e tripulação mista: dois homens e duas mulheres.
Para braços (A1+)
Paralisia cerebral: CP4, de acordo com a CP-ISR;
Prejuízo neurológico: equivalente a uma lesão completa na medula, no nível T 10;
Perda de função motora no tronco e pernas;
Caso apresente perda motora nos membros superiores, poderá utilizar equipamentos para adaptações para a prática da modalidade.
Para tronco e braços (TA 2x)
Amputações nos membros inferiores que impossibilitem a utilização do acento deslizante;
Paralisia cerebral: CP5, de acordo com a CP-ISR;
Prejuízo neurológico: equivalente a uma lesão completa na medula, no nível L4.
Para pernas, tronco e braços (LTA 4+)
Cegueira: 10% de visão, de acordo com a IBSA (B1, B2 e B3); uso obrigatório de venda – não poderá compor a mesma tripulação 2 atletas B3;
Amputação: a) um único pé; b) 3 dedos da mão que permitam ao atleta a utilização do acento deslizante;
Paralisia cerebral: CP8, de acordo com a CP-ISRA;
Prejuízo neurológico: mínima perda motora conforme tabela manual FISA EX. flexão e extensão do tornozelo, punho ou ombro;
Prejuízo intelectual: critérios da Federação Desportiva Internacional para Pessoa com Inaptidão Intelectual (INAS-FID) para eventos não qualificatórios IPC.
Para timoneiro
Em eventos adaptáveis, não há nenhuma limitação relativa a idade, gênero ou elegibilidade.
Rúgbi
Rúgbi em cadeira de rodas é praticado por atletas tetraplégicos dos sexos masculino e feminino. Os jogadores são categorizados em sete classes a depender da habilidade funcional: 0,5; 1,0; 1,5; 2,0; 2,5; 3,0 e 3,5. As classes superiores são destinadas aos atletas que têm maiores níveis funcionais e as classes mais baixas são para jogadores com menor funcionalidade.
Tênis
O único requisito para que uma pessoa possa competir em cadeira de rodas é ter sido medicamente diagnosticada uma deficiência relacionada com a locomoção: deve ter total ou substancial perda funcional de uma ou mais partes extremas do corpo.
Tênis de mesa
Os atletas são divididos em 11 classes distintas. Mais uma vez, segue a lógica de que quanto maior o número da classe, menor é o comprometimento físico-motor do atleta.
TT1, TT2, TT3, TT4 e TT5 – atletas cadeirantes
TT6, TT7, TT8, TT9, TT10 – atletas andantes
TT11 - atletas andantes com deficiência mental
Tiro esportivo
O tiro utiliza um sistema de classificação funcional que permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos tanto no individual como por equipes. Dependendo das limitações existentes (grau de funcionalidade do tronco, equilíbrio sentado, força muscular, mobilidade de membros superiores e inferiores), e das habilidades que são requeridas no Tiro, os atletas são divididos em 3 classes: SH1, SH2 e SH3, mas as competições paralímpicas incluem apenas as classes SH1 e SH2.
A diferença básica entre a SH1 e SH2 é que os atletas da SH2 podem usar um suporte especial para a arma, que obedecem às especificações do IPC.
SH1: Atiradores de Pistola e Rifle que não requerem suporte para a arma.
SH2: Atiradores de Rifle que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com seus braços.
Tiro com arco
Os arqueiros são enquadrados em três classes de acordo com o grau de comprometimento motor.
- Tiro com Arco em Pé (ARST): Arqueiros na classe de pé não possuem deficiência nos braços. Possuem algum grau de perda de força muscular nas pernas, de coordenação ou mobilidade articular. Arqueiros nesta classe podem escolher por competir sentados numa cadeira normal com os pés no solo ou de pé.
- Tiro com Arco em Cadeira de Rodas 1 (ARW1): Arqueiros na classee ARW1 possuem deficiência nos braços e pernas (tetraplegia). Possuem alcance limitado dos movimentos, força e controle dos braços e pouco ou nenhum controle do tronco. As pernas não são consideradas funcionais, devido a amputações e/ou limitações semelhantes de movimento, força e controle.
- Tiro com Arco em Cadeira de Rodas 2 (ARW2): Arqueiros na classe ARW2 possuem paraplegia e mobilidade articular limitada nos membros inferiores (requerem cadeira de rodas para uso diário).
Vela
Um sistema de pontuação baseado no nível de habilidade permite que atletas com diferentes tipos de deficiência possam competir juntos. Após a avaliação dos atletas pelo Comitê classificador, são concedidos pontos, baseados em suas habilidades funcionais, que vão de 1 a 7, indo do mais baixo ao mais alto nível de funcionalidade, respectivamente.
Vôlei
Competem atletas com algum tipo de dificuldade de locomoção e/ou amputação, devido a acidentes ou seqüelas de doenças diversas. O sistema de classificação é dividido entre amputados e les autres. Para amputados, são 9 classes básicas baseadas nos códigos:
AK - Acima ou através da articulação do joelho (above knee)
BK - Abaixo do joelho, mas através ou acima da articulação tálus-calcanear (below knee)
AE - Acima ou através da articulação do cotovelo (above elbow)
BE - Abaixo do cotovelo, mas através ou acima da articulação do pulso (below elbow)
Código básico de classificação para amputados:
Classe A1 = Duplo AK
Classe A2 = AK Simples
Classe A3 = Duplo BK
Classe A4 = BK Simples
Classe A5 = Duplo AE
Classe A6 = AE Simples
Classe A7 = Duplo BE
Classe A8 = BE Simples
Classe A9 = Amputações combinadas de membros inferiores e superiores
Em les autres são enquadradas pessoas com alguma deficiência locomotora. Atletas pertencentes a categorias de amputados, paralisados cerebrais ou afetados na medula espinhal (paratetra-pólio) participam de alguns eventos pela classificação les autres.
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