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sexta-feira, 20 de julho de 2012

O que é infertilidade/esterilidade?





Fala-se de infertilidade quando um casal não consegue a gravidez desejada ao fim de um ano (ou dois, na Europa) de vida sexual ativa e contínua, sem estar usando qualquer método contraceptivo. A infertilidade resulta de uma disfunção dos órgãos reprodutores, dos gametas ou do concepto. A esterilidade, por seu turno, é a impossibilidade que tem o homem ou a mulher de produzir gametas (células sexuais: óvulos para a mulher; espermatozoide para os homens) ou zigotos (ou ovos - células que resultam da fusão entre óvulos e espermatozoides) viáveis.

A diferença entre infertilidade e esterilidade nem sempre é feita com precisão e nem sempre se baseia em critérios idênticos. Daquilo que se depreende do conceito acima, podemos dizer que um casal é infértil se tem apenas uma diminuição das chances da gravidez, que podem ser contornadas por medidas médicas, e que é estéril quando a capacidade de gerar filhos é nula.

A infertilidade e a esterilidade podem ser femininas, masculinas, femininas e masculinas ou não ter causa aparente. Sempre é melhor falar de casal infértil ou estéril porque uma causa de grande intensidade em um parceiro pode ser ajudada por outra mais branda no outro, e vice-versa.

Quais são as causas da infertilidade/esterilidade?

Algumas síndromes que causam infertilidade/esterilidade têm caráter congênito ou hereditário, como as faltas de órgãos (útero, trompa ou vagina) ou alterações das gônadas. Contudo, na maioria das vezes, os fatores de infertilidade/esterilidade (sejam masculinos ou femininos), são adquiridos e decorrem de infecções; alterações hormonais; sequelas de cirurgias ou traumas ou do uso abusivo de medicamentos ou drogas.

As principais causas de infertilidade/esterilidade feminina são:

• Distúrbios hormonais que impedem o crescimento e a liberação do óvulo.

• Doenças do ovário.

• Obstrução das trompas.

• Infecções pélvicas.

• Endometriose.

• Alterações do muco cervical.

• Anomalias do útero.

• Doenças que afetam a vagina.

• Doenças sistêmicas (diabetes mellitus, alterações das suprarrenais, alterações da tireoide, obesidade, estresse, bulimia, anorexia, doenças hepáticas que afetam o metabolismo dos estrogênios, etc).

• Intoxicações, como as pelo álcool ou drogas.

A infertilidade/ esterilidade masculina depende de que o homem seja capaz de depositar uma quantidade adequada de espermatozoides sadios na vagina da mulher. Nos homens, pois, a infertilidade/esterilidade pode ser causada pela:

• Insuficiência quantitativa de espermatozoides.

• Ausência, anomalias morfológicas ou distúrbios da motilidade dos espermatozoides.

As causas mais comuns da diminuição dos espermatozoides estão relacionadas a alterações da produção deles (doenças da hipófise, da tireoide ou da suprarrenal, traumas e problemas congênitos dos testículos, problemas causados pelo uso de medicamentos, varicocele, etc.).

Vários outros fatores (às vezes simples) podem também alterar o processo de produção de espermatozoides como, por exemplo, um aumento da temperatura (por uma febre prolongada, criptorquidia - não descida do testículo desde a cavidade abdominal para a bolsa escrotal - ou por uma varicocele, por exemplo). Em homens submetidos à extirpação da próstata (ou, eventualmente, a outra intervenção cirúrgica pélvica) e nos diabéticos o sêmen pode seguir uma direção inversa à habitual e deslocar-se para a bexiga em vez de se deslocar para o pênis, tornando-os, assim, inférteis.

Em geral existem causas concorrentes e, por isso, encontrar uma causa não significa que não haja também outras.

Quais são os sinais e sintomas da infertilidade/esterilidade?

A infertilidade é conceituada pela ausência da gravidez após pelo menos um ano (ou dois, na Europa) de tentativa de engravidar espontaneamente (relações sexuais regulares no período fértil - do 12° ao 15° dias do ciclo menstrual - sem o uso de qualquer método contraceptivo). Após um ano de tentativa deve ser procurado um ginecologista, para tentar resolver a situação. Em mulheres acima de 35 anos esse prazo deve cair para seis meses.

A esterilidade se caracteriza pela constatação da incapacidade definitiva para gerar filhos.

Como o médico diagnostica a infertilidade/esterilidade?

O diagnóstico de infertilidade/esterilidade deve ser feito através da “pesquisa básica de fertilidade” e sempre envolver o casal, desde o início. Constitui um erro começar a investigação apenas por um dos membros.

Estatisticamente, a infertilidade decorre em 30% dos casos, da mulher; em 30% dos casos, do homem; em 30% dos casos, de ambos; em 10% dos casos não é possível determinar-se a causa.

Alguns exames ajudam a diagnosticar as causas da infertilidade/esterilidade:

• Ultrassonografia transvaginal: permite também fazer certos procedimentos da fertilização in vitro.

• Histerossalpingografia: exame radiológico contrastado que avalia uma possível obstrução das tubas uterinas.

• Histeroscopia: exame que permite uma visualização direta da cavidade uterina e complementa a histerossalpingografia e a histerossonografia.

• Espermograma: visa conhecer um dos fatores masculinos, avaliando os graus de concentração, motilidade, vitalidade e morfologia dos espermatozoides.

Outros exames a serem usados em casos específicos são: avaliação do muco cervical, biópsia endometrial, culturas cervicais, pesquisa de anticorpos anti-espermatozoides, exames imunológicos e laparoscopia.

Como se trata a infertilidade/esterilidade?

Além do tratamento das causas, a medicina dispõe de vários métodos para contornar a infertilidade: fertilização in vitro, inseminação intrauterina, indução da ovulação.

• O método da fertilização in vitro, ou do chamado ”bebê de proveta", é reservado para a mulher que já tenha tentado outras formas de tratamento. Segundo ele, vários óvulos são removidos do ovário e artificialmente fecundados em laboratório com os espermatozoides do parceiro ou de um doador anônimo e depois transferidos para o útero. As mulheres com impossibilidade de produzir óvulos podem também se beneficiar desse método e receberem óvulos de uma doadora, fecundados artificialmente, em laboratório, pelos espermatozoides do seu parceiro e abrigar os embriões em seu próprio útero.

• A inseminação intrauterina consiste na introdução de espermatozoides purificados na cavidade uterina (acima do colo uterino) até 36 horas após a indução da ovulação.

• A indução da ovulação é utilizada quando tenha sido diagnosticada a falta ou distúrbios na ovulação, nos casos de ovários policísticos, em uma fase da inseminação intrauterina ou da fertilização in vitro.

Como prevenir a infertilidade/esterilidade?

• Evitar excesso de exercícios e desordens alimentares, porque esses fatos parecem diminuir a produção tanto de óvulos quanto de espermatozoides.

• Corrigir doenças metabólicas como o diabetes mellitus, desordens do colesterol, etc.

• Multivitaminas e sais minerais podem ajudar os homens com baixa contagem de espermatozoides.

• Se houver desordens alimentares (bulimia e anorexia) o tratamento delas deve preceder o tratamento da infertilidade.

• Evitar as doenças sexualmente transmissíveis, algumas das quais podem causar infertilidade/esterilidade.

• Quais são as chances de êxito no tratamento da infertilidade?

• Desde que as técnicas descritas sejam usadas adequadamente, as chances de êxito no tratamento da infertilidade são quase tão boas como as naturais, ou mesmo melhores.

• A possibilidade da concepção de gêmeos (dois ou mais) é maior com a utilização desses recursos do que naturalmente.

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