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terça-feira, 19 de junho de 2012
Hepatite B pode ser transmitida também pela saliva
O que é hepatite B?
A hepatite B é uma doença infecciosa crônica que ataca o fígado, causada por um vírus transmitido principalmente pelo contato sexual ou por agulhas infectadas e que pode progredir para cirrose hepática ou câncer do fígado.
Quais são as causas da hepatite B?
A hepatite B é causada pelo vírus da hepatite B ou HBV, causando um processo inflamatório crônico. O vírus pode ser transmitido de doentes ou de portadores assintomáticos para outras pessoas através do sangue, saliva, sémen, secreções vaginais e do leite materno. O contágio pode ocorrer por meio de contato sexual (por isso a hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível); de agulhas contaminadas; diretamente da mãe para o feto, durante o parto; através de pequenos ferimentos na pele ou nas mucosas e por transfusões de sangue.
A transmissão do vírus HBV é muito mais fácil que a do HIV (vírus causador da AIDS), já que ele persiste por mais tempo fora do corpo e é capaz de sobreviver no ambiente por até uma semana. No entanto, pode ser facilmente destruído por uma lavagem cuidadosa ou pela esterilização pelo calor.
Quais são os sintomas da hepatite B?
Em 25% dos casos, depois de um período de incubação, de 30 a 180 dias, e de infecção, de 2 a 12 meses, surge uma hepatite aguda caracterizada por:
• Icterícia
• Febre
• Falta de apetite
• Mal-estar
• Urina cor de vinho ou de coca-cola
• Náuseas
• Comichão (coceira intensa)
• Urticária (reações de pele, semelhantes a alergia)
• Rash cutâneo (lesões vermelhas ou avermelhadas, planas ou elevadas da pele)
Estes sintomas podem durar de 2 a 12 semanas e depois disso, na dependência da resposta do sistema imunitário, o doente pode curar-se. Essa forma aguda pode passar despercebida, pela suavidade dos sintomas ou porque a doença permanece assintomática. Por outro lado, se a resposta for muito agressiva, pode ocorrer uma forma fulminante de hepatite B, que culmina na morte. Se a resposta for insuficiente, o indivíduo pode tornar-se portador crônico e ser assintomático durante muitos anos (75% dos casos). Na maioria das vezes, quando esses pacientes procuram o médico já há sinais de insuficiência hepática crônica, como icterícia, aumento do baço, ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal) e encefalopatia hepática. Dentre esses pacientes, alguns se tornam permanentemente portadores sem sintomas, outros têm uma hepatite não progressiva e apenas em alguns se desenvolve um curso gradualmente evolutivo da enfermidade.
Como o médico diagnostica a hepatite B?
O diagnóstico da hepatite B se faz através da detecção de anticorpos contra a doença. Contudo, deve-se procurar diferenciar aqueles que já tiveram a doença aguda e estão curados daqueles que ainda têm uma hepatite crônica ativa. Para isso, são usadas técnicas elaboradas de detecção de diferentes antígenos e anticorpos que surgem em diferentes estágios da doença. Também deve proceder-se a exames de sangue para determinar o valor das transaminases hepáticas. Em alguns casos, pode ser necessário realizar uma biópsia de fígado, para fechar o diagnóstico.
Como é o tratamento da hepatite B?
Não há tratamento eficaz para a hepatite B. A única medida eficaz contra ela é a prevenção pela vacina.
Na maioria dos casos, o tratamento visa sintomaticamente os sintomas e procura evitar possíveis complicações. Não há consenso sobre a indicação de medicamentos antivirais na fase aguda. Os portadores da forma crônica, por seu lado, nem sempre demandam tratamento imediato, mas quando ele se faz necessário, existem remédios que inibem a replicação do vírus e atuam no controle da resposta inflamatória.
Como evolui a hepatite B?
Inicialmente os hepatócitos (células do fígado) atingidos conseguem se regenerar, mas se os danos são repetidos a produção de tecido conjuntivo fibroso leva à cirrose e à insuficiência hepática. A replicação aumentada dos hepatócitos aumenta a probabilidade de ocorrer um carcinoma hepatocelular (câncer de fígado), já que a maioria das mutações genéticas que resultam no câncer ocorre durante a multiplicação celular. A evolução dessa forma da doença depende de fatores como a proliferação do vírus, a resposta imunológica, o consumo de álcool e a eventual infecção por outros vírus.
Como se prevenir da hepatite B?
Uma das maneiras de prevenir a hepatite B é a vacina. Ela é constituída pelos antígenos HBs, sem nenhuma partícula viral. Em virtude de ser muito amplo o espectro de pessoas susceptíveis, a vacina deve ser tomada por todo mundo, em três doses: a segunda dose deve ser dada 30 dias após a primeira e a terceira dose seis meses depois da primeira. Prioritariamente, ela deve ser aplicada a recém-nascidos e crianças que não foram vacinadas ao nascer, a adultos com vida sexual ativa, a pessoas que convivem com pacientes com a enfermidade, a pessoas que necessitam transfusões de sangue frequentes ou que tenham que se submeter à hemodiálise, aos usuários de drogas injetáveis, aos profissionais de saúde, aos doadores de órgãos, aos policiais, manicures e podólogos, aos portadores de HIV e de imunodeficiências e às vítimas de abuso sexual. Em doentes, a única prevenção é a abstinência de comportamentos de risco (sexo promíscuo e uso de seringas partilhadas) e o uso sistemático de camisinhas nas relações sexuais.
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