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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dengue e dengue hemorrágica.





A incidência de dengue tem crescido em todo o mundo nas últimas décadas. Mais de 2,5 bilhões de pessoas – cerca de 40% da população mundial - estão agora em risco para a doença. A OMS calcula que pode haver 50 a 100 milhões de infecções em todo o mundo a cada ano.

A dengue é uma infecção causada por um vírus. Existem casos leves e outros potencialmente graves. A dengue hemorrágica é uma das principais causas de doença grave e morte em crianças na Ásia e na América Latina.

Não há tratamento específico para a dengue. A detecção precoce e o acesso aos cuidados médicos podem reduzir os casos fatais para menos de 1%. A prevenção e o controle da doença dependem de medidas que controlem efetivamente o vetor, o mosquito Aedes aegypti.

Antes de 1970, apenas nove países sofreram epidemias graves de dengue. A doença é agora endêmica em mais de 100 países na África, nas Américas, no Mediterrâneo Oriental, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental. O Sudeste Asiático e as regiões ocidentais do Pacífico são as mais afetadas.

Casos nas Américas, Sudeste Asiático e Pacífico Ocidental ultrapassaram 1,2 milhão de casos em 2008 e mais de 2,2 milhões em 2010 (com base em dados oficiais apresentados pelo Member States).

Recentemente, o número de casos notificados continua a aumentar. Em 2010, 1,6 milhões de casos de dengue foram notificados só nas Américas, dos quais 49 mil eram casos de dengue hemorrágica.

Não só o número de casos está aumentando à medida que a doença se espalha, mas surtos explosivos estão ocorrendo. A ameaça de um possível surto de dengue já existe na Europa e a transmissão local da dengue foi relatada pela primeira vez na França e na Croácia em 2010. Casos importados foram detectados em três outros países europeus.

Estima-se que 500 mil pessoas com dengue hemorrágica necessitem de hospitalização a cada ano, uma grande proporção das quais são crianças. Cerca de 2,5% das pessoas atingidas morrem.

A dengue é uma enfermidade causada por um arbovírus que pode hospedar-se no homem e que tem quatro tipos imunológicos, DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, os quais podem produzir viremias (derramamentos de vírus no sangue) de cerca de 7 dias de duração. A infecção por cada um desses vírus confere imunidade total e permanente para o mesmo tipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.

Ela parece ter sido trazida para as Américas com a colonização europeia, no final do século XVIII. Ela é a arbovirose mais comum entre os humanos, atingindo cerca de 100 milhões de pessoas/ano, no mundo.

Uma forma grave da doença é a dengue que produz hemorragias generalizadas pelo corpo. A forma hemorrágica apresenta taxa de mortalidade de até 10% dos acometidos, em pacientes hospitalizados.

A transmissão da dengue se faz pela picada da fêmea contaminada do mosquito Aedes aegypti, que se alimenta de sangue (o macho se alimenta apenas de seiva de plantas e, portanto, não transmite a doença). Durante seu período de vida, de cerca de 45 dias, uma única fêmea do mosquito pode contaminar algumas centenas de pessoas.

A doença não se transmite por contato direto de uma pessoa a outra, nem por meio do uso comum de vasilhas e utensílios. A média anual da doença no Brasil é de cerca de 78 mil casos, com grandes variações de ano para ano e nas diferentes regiões do país.

Como se evita a dengue?

• Combate ao mosquito vetor, evitando acumular água em locais de desova. Embora as larvas dos insetos se desenvolvam na água parada e limpa, a fêmea deposita seus ovos nas paredes dos recipientes, aguardando a subida do nível da água para eclodirem.

• A borra de café aplicada nos locais de proliferação das larvas ajuda na aniquilação do mosquito.

• Uso de janelas teladas.

• Aplicação de repelentes.

• Uso de larvicidas e inseticidas, embora se tenha detectado resistência do mosquito a essas substâncias.

Ainda não há vacinas disponíveis para a dengue, embora algumas tentativas estejam sendo feitas nesse sentido.

Quais são os sintomas da dengue?

Durante o período de incubação, de três a quinze dias após a picada, a pessoa é assintomática.

Depois que o vírus se dissemina pelo sangue, os sintomas iniciais são inespecíficos, como febre alta de início súbito, mal-estar, falta de apetite, dores de cabeça, dores musculares e dores nos olhos.

No caso da dengue hemorrágica, após a febre baixar pode provocar sangramentos das gengivas e do nariz, hemorragias internas e coagulação do sangue no interior dos vasos, provocando enfartes potencialmente mortais. Pode ocorrer ainda hepatite, choque mortal, petéquias (manchas vermelhas na pele) e dores agudas nas costas. A forma hemorrágica pode ocorrer quando a pessoa, já imune a um determinado tipo da dengue, é infectada por um outro tipo diferente.

Qual o tratamento da dengue?

Ainda não há um tratamento específico para a dengue e o que deve-se adotar são cuidados gerais.

O paciente deve manter-se em repouso e tomar muito líquido, evitando café, refrigerante e leite, pela possibilidade de irritarem o estômago.

Não existem medicamentos efetivos contra o vírus da dengue até o momento. A terapêutica é de reposição e sintomática, tendo por base uma hidratação oral abundante com soro oral e líquidos caseiros (chá, água de coco, sucos, etc) e a manutenção da alimentação. Além de repouso e o uso de medicamentos para aliviar as dores e a febre, sempre com a indicação de um médico.

Não podem ser usados remédios à base de ácido acetilsalicílico, como a aspirina e o AAS. Devem ser evitados os antiinflamatórios não hormonais e drogas com potencial hemorrágico. Os antitérmicos e analgésicos geralmente usados são a dipirona ou o paracetamol.

Segundo o Manual Técnico sobre Dengue do Ministério da Saúde, de 2007, podem ser usados analgésicos como a dipirona ou o paracetamol para alívio dos sintomas de dor ou febre na doença.

Mas alguns médicos recomendam que o paracetamol não deve ser usado nestes pacientes, pois pode causar danos hepáticos graves.

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