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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Desmaios





Desmaios (ou Síncopes) são interrupções bruscas e ligeiras da consciência, com rápida recuperação da mesma. Em geral, são causados pela inadequação de suprimento de oxigênio ao cérebro devido a uma insuficiência circulatória transitória que afeta o sistema nervoso. São muito mais comuns em idosos que em crianças, adolescentes e adultos jovens. É comum que antes ou logo depois da perda de consciência os pacientes sintam sintomas tais como náuseas, tonteiras, sudorese, palidez e visão borrada.

Os desmaios podem ser devido a causas simples, como ansiedade, ou a outras mais graves, como um transtorno cerebral orgânico ou doenças sistêmicas sérias, passando pelas epilepsias. Mesmo assim, cerca de 40% dos casos de desmaios permanecem com suas causas desconhecidas. Os médicos de pronto atendimento frequentemente têm que fazer o diagnóstico diferencial entre o Grande Mal Epilético e a Histeria.

O sintoma mais típico de todos os desmaios é a perda momentânea da consciência. De importância crucial é saber se essa perda é ou não acompanhada de convulsões.

Os desmaios não convulsivos são precedidos ou sucedidos por palidez, sudorese, tremores, náuseas, vômitos e visão borrosa.

Embora alguns desmaios possam ocorrer repentinamente e sem qualquer aviso, outros são precedidos por sensações ou sintomas que os anunciam, a ponto de podermos adotar atitudes para preveni-los, como deitar ou sentar com a cabeça abaixada, entre os joelhos.

Nos desmaios epilépticos, a perda da consciência geralmente é mais brusca e rápida que nas histerias. A duração dos desmaios tende a ser mais rápida nas epilepsias e mais longa nas histerias.

Nos desmaios epilépticos, a queda ao chão é abrupta e desprotegida, com possibilidade de ferimentos. Nos desmaios histéricos, os pacientes procuram proteger-se e, em geral, não se machucam. Ao invés de caírem bruscamente ao solo, os histéricos escorregam até ele.

Logo em seguida aos desmaios epilépticos ocorrem violentas contrações musculares generalizadas que duram alguns segundos, bem como torção da cabeça e dos olhos para um dos lados. Nos desmaios histéricos, essas contrações ou não existem ou são menos violentas, regulares e rítmicas que nas epilepsias.

Nos desmaios epilépticos, há a possibilidade de mordedura da língua em virtude de potentes contrações dos maxilares. A língua torna-se flácida e pode cair para trás, impedindo a passagem do ar. Nos desmaios histéricos isso nunca ocorre.

No início das crises epilépticas pode ocorrer a emissão de um grito agudo, resultante da eliminação brusca do ar retido nos pulmões. Isso não ocorre nos desmaios histéricos.

Nos desmaios epilépticos pode ocorrer eliminação involuntária de urina e incapacidade de deglutir saliva, com acumulação dela na boca e eliminação sob a forma de “baba”. Se houver ferimento da língua, a saliva eliminada pode estar sanguinolenta. Isso geralmente não ocorre nos desmaios histéricos.

Após os desmaios epilépticos, o despertar é confuso e desorientado e o paciente se recupera aos poucos. De início ele não reconhece o lugar onde se encontra, nem as pessoas ao seu redor. O despertar dos desmaios histéricos em geral é mais rápido e não há essa fase de confusão ou desorientação.

Após os desmaios epilépticos há verdadeira e completa amnésia do episódio, o que geralmente não ocorre nos desmaios histéricos.

Geralmente o paciente acorda dos desmaios epilépticos com dor de cabeça e sensação de fadiga, o que não ocorre nos desmaios histéricos.

E quais os primeiros socorros que devem ser dispensados a um desmaiado?

O ideal é que sejam tratadas as causas dos desmaios, mas alguns cuidados imediatos, comuns a todos, podem ser adotados emergencialmente:

• Desmaios convulsivos (geralmente epilépticos):

Afrouxar as vestes que estejam justas: cintos, gravatas, colarinhos, etc. Retirar possíveis adereços ou próteses que o paciente esteja usando.
Proteger a cabeça do paciente e colocá-la de lado, evitando que a língua caia para trás e obstrua a passagem da respiração.
Colocar uma proteção entre os dentes: um rolo de pano, por exemplo. Isso tanto evita o ranger violento dos dentes como a mordedura da língua. Evitar colocar os dedos, que também podem ser feridos.
Deitar a pessoa sobre um lugar espaçoso e contê-la para que ela não caia e não se fira, permitindo que os movimentos convulsivos se realizem até que terminem espontaneamente. Retirar objetos perigosos das proximidades.
Aguardar para que a pessoa recobre a respiração normal, o que em geral se dá após um período de apneia que termina por uma inspiração profunda.
Estar junto da pessoa até que esta recobre completamente sua orientação.
Salvo nos casos de status convulsivos, em que as convulsões se repetem sem intervalos, ou de complicações, nenhuma medicação precisa ser administrada imediatamente em seguida a uma convulsão. Medicações ou outras medidas terapêuticas devem ser administradas com vistas a prevenir novas crises.
Em convulsões de causas ainda desconhecidas deve ser providenciada a assistência médica que esclareça a sua causa.
Raramente há complicações das convulsões mas elas podem ocorrer: luxações articulares, fraturas ósseas, principalmente em pessoas com osteoporose; deslocamentos de próteses, etc.

• Desmaios não convulsivos:

Manter a pessoa em temperatura amena e em ambiente o mais confortável possível.
Afrouxar a roupa e proporcionar uma ventilação adequada.
Deitar a pessoa de barriga para baixo, com a cabeça voltada para um dos lados e num nível mais baixo que o tronco, para facilitar a circulação cerebral.
Providenciar ajuda médica adequada. Os desmaios podem ser situações simples e rapidamente reversíveis, mas podem também ser indicativos de situações graves.
Providenciar medidas destinadas a manter a pressão arterial sob controle, quando for o caso.
Procurar esclarecer as causas do desmaio. Se a causa for conhecida ou for reconhecida de imediato, atuar para saná-la momentaneamente (dando açúcar para o hipoglicêmico, sal para o hipotenso, etc.).

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