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sábado, 27 de agosto de 2011

Vinho




Esse texto não é meu, mas tem meu endosso,pois penso como o autor descreve:


O vinho parece exercer um papel positivo sobre o sistema cardiovascular, através do seu efeito antioxidante, protegendo nossas artérias e veias da degeneração provocada pelos radicais livres. Além disso, promove modificação no perfil lipídico (colesterol no sangue), promovendo elevação do HDL (colesterol bom) e redução do LDL (colesterol ruim) em alguns indivíduos, além de inibir a agregação plaquetária, efeitos estes que em conjunto protegem o sistema cardiovascular (coração e vasos: artérias e veias), reduzindo a formação de placas de gordura nas artérias (aterosclerose) e evitando a obstrução dessas lesões por coágulos (infarto).

Esses efeitos positivos estão ligados aos flavonóides, substâncias provenientes da uva, que podem também ser adquiridas pelo suco da uva sem a necessidade do álcool presente no vinho para realizar seus efeitos, por conta dos potenciais efeitos positivos dos bioflavonóides, mais especificamente o resveratrol. O álcool ajudaria a reduzir a tensão emocional em função de seus efeitos depressores sobre o sistema nervoso central, reduzindo o estresse do cotidiano com potencial benefício sobre o coração e os vasos.

Assim, em doses moderadas, o vinho pode atuar como relaxante e exercer efeito positivo sobre a saúde e o sistema cardiovascular. Outras paixões nacionais, a cerveja e a caipirinha não apresentam nenhuma comprovação de efeito saudável específico, ainda que permaneçam os efeitos relaxantes.

Todavia, nenhuma bebida alcoólica deve ser ingerida na busca de um efeito saudável específico ou de melhora em alguma característica de desempenho, especialmente em horário próximo à realização de atividade física, até mesmo porque todos os efeitos conhecidos, como o relaxamento, as alterações do colesterol ou a inibição da agregação plaquetária, podem ser suplantados pelos próprios efeitos do treinamento bem orientado, executado de maneira regular, sem o ônus dos efeitos prejudiciais do consumo de álcool.

Durante a realização de esforço físico existe a perda de água e eletrólitos (principalmente sódio e potássio) através do suor produzido dentro de um importante processo conhecido como termorregulação, que consiste na redução da temperatura corporal através da evaporação do suor pela pele.

Além disso, existe um aumento no consumo de carboidratos durante o exercício, utilizado na produção de energia necessária à contração muscular. A bebida ideal para hidratação em esforços menos intensos e curtos é a própria água. Para esforços mais intensos e mais prolongados o acréscimo de eletrólitos é recomendado (os chamados isotônicos), ficando aos esforços sustentados por mais de uma hora a recomendação de acrescentar carboidratos na bebida de rehidratação, fornecendo energia para a manutenção do esforço.

O álcool presente no vinho apresenta dois efeitos que vão na contramão desses objetivos, pois exerce função depressora sobre uma área do cérebro responsável pela produção de hormônio antidiurético, fazendo com que aumente a perda de água e eletrólitos pela urina, prejudicando os processos regulatórios do organismo e podendo até mesmo piorar o grau de hidratação de um atleta.

Além disso, pode promover desequilíbrio no balanço eletrolítico com efeito catastrófico sobre a função neuromuscular, já que o processo de controle da contração muscular depende da manutenção dos eletrólitos (sódio, potássio, cálcio e magnésio, entre outros) dentro de limites restritos. No que se refere ao metabolismo energético, o álcool promove um distúrbio na função hepática capaz de impedir a liberação de glicose para o sangue, função essencial para a manutenção da glicemia após algumas horas de jejum ou sob esforço físico intenso.

Assim, o álcool, apesar de ser uma potencial fonte de energia, acaba por perder a quase totalidade dessa energia sob a forma de calor, sendo considerada uma fonte de calorias não aproveitáveis, além de privar nosso organismo do mais importante reservatório de carboidratos, o fígado, que também poderia produzir glicose a partir de outras fontes de energia quando necessário (como gordura e proteína), mas que perde sua função na presença de álcool acima de determinados níveis.

Existem ainda os efeitos crônicos deletérios do consumo regular de quantidades elevadas de álcool, como a cirrose hepática, a depressão cardíaca, a degeneração do sistema nervoso, a falta de coordenação motora e de equilíbrio e a desnutrição, todos altamente prejudiciais à saúde e ao desempenho físico.

Resumindo, o vinho deve limitar-se a eventos festivos e comemorações, apenas com a função de celebrar após a correta hidratação do atleta com água, isotônicos ou carboidratos, conforme a necessidade de cada caso. Talvez por isso o clássico champanhe da celebração da vitória seja usado para molhar os corpos, e não a boca! Bebam aqueles que gostam, mas que sejam moderados e prudentes! Nada é proibido. . .

Por Luiz Augusto Riani Costa

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