A vertebroplastia, procedimento para reforçar ossos fraturados por vezes considerado desnecessário, pode ser revolucionada por um novo material.
Quando a dor é demasiada para quem sofre de fraturas na coluna devido à osteoporose, geralmente há duas opções: repouso na cama (frequentemente combinado com uma cinta de proteção e analgésicos) ou um procedimento controverso conhecido como vertebroplastia, que envolve injeções de cimento ósseo.
Na vertebroplastia, o cirurgião utiliza uma agulha oca para injetar uma substância semelhante a um cimento, em geral polimetil-metacrilato (metacrilato de metila) ou PMMA, em todas as rachaduras ou fraturas encontradas na coluna vertebral. Embora a osteoporose enfraqueça os ossos do corpo todo, a vertebroplastia é utilizada exclusivamente para o tratamento de problemas na coluna. O cirurgião usará também um fluoroscópio, que é composto por um aparelho de raios X e uma tela fluorescente, para monitorar a localização da agulha no interior do corpo e garantir que o selante seja injetado no local adequado.
Ambas as abordagens para reduzir a dor decorrente de fraturas vertebrais por compressão, uma condição que afeta cerca de 1,4 milhão de pessoas no mundo – sendo mais da metade dos casos nos EUA – têm seus críticos e simpatizantes.
Os defensores do repouso observam que as fraturas na maioria dos pacientes curam sem necessidade de qualquer tipo de procedimento médico, embora isso possa levar várias semanas. Consideram a vertebroplastia um tratamento no mínimo desnecessário, que pode na verdade enfraquecer o osso em torno da região tratada com o cimento. Dois estudos publicados no New England Journal of Medicine (NEJM) apoiam esse ponto de vista, apontando que participantes de um estudo tratados com vertebroplastia não sentiam menos dor que participantes que receberam um tratamento placebo, em que nenhum cimento ósseo foi injetado na coluna.
Em um dos estudos, 131 pacientes que sofriam de fraturas vertebrais osteoporóticas por compressão passaram por uma vertebroplastia ou a simulação desse procedimento, onde o cimento ósseo não foi efetivamente utilizado. Para surpresa dos pesquisadores, os dois grupos de pacientes apresentaram melhora imediata após o procedimento. “Minha impressão é que a vertebroplastia está sendo usada em demasia agora”, observa David Kallmes, professor do departamento de radiologia da Clínica Mayo, que participou do estudo, embora ele acrescente que também realiza o procedimento. Uma das suas preocupações, baseada num estudo realizado pela Clínica Mayo em 2006, é que as vértebras adjacentes às fraturas tratadas com cimento ósseo tendem a fraturar significativamente mais cedo do que as vértebras mais afastadas.
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