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terça-feira, 4 de agosto de 2009

Gripe H1N1

A decisão tomada por várias cidades de adiar o fim das férias escolares trouxe discussão e muitas opiniões a respeito. Algumas a favor e outras contra.
Mas o que diz a literatura científica sobre o tema?
A pandemia de gripe A (H1N1) que estamos enfrentando é causada por um vírus novo, que era desconhecido até há pouco tempo pelo nosso organismo.
Apesar de sua rápida disseminação a todo o globo terrestre, não existe ainda tempo suficiente para se avaliar a eficiência das medidas tomadas pelas autoridades de saúde mundiais diante do problema.
A decisão de se manter as escolas fechadas se coloca entre as chamadas "medidas não farmacológicas de intervenção" que podem incluir ainda o fechamento de teatros e cinemas, por exemplo, e até mesmo a restrição de circulação de pessoas.
Somente podemos avaliar a eficácia desse tipo de medida por meio das análises estatísticas de pandemias passadas.
Na pandemia de 1918, também causada por um vírus H1N1, a utilização das medidas de restrição de convívio social foi eficiente na redução da taxa de transmissão da doença e também na mortalidade, que naquele caso era muito mais alta do que na atual pandemia.
Revisões científicas de dados de vários países do mundo mostram que as cidades que instituíram medidas não farmacológicas de intervenção sofreram menos com a pandemia de 1918.
Os números apontam para o fato de que, quanto mais cedo essas medidas foram tomadas, melhor foi o resultado.
A dificuldade no controle da disseminação de infecções por vírus como o influenza A (H1N1) reside no fato de que a transmissão a outra pessoa ocorre antes que o diagnóstico inicial possa ser feito.
Daí a premissa de que as medidas restritivas, apesar de antipáticas e com conseqüências econômico-sociais, possam ser necessárias diante de uma pandemia de gripe.
Portanto, os registros estatísticos e sua análise criteriosa mostram que as medidas de intervenção não farmacológica são armas eficientes no controle da disseminação da pandemia e seu impacto sobre a população e o sistema de saúde.

Luis Fernando Correia

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