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sábado, 16 de agosto de 2008
Otelo, de Shakespeare: muito bom!
Otelo (Marcello Escorel) é um mouro negro, comandante do exército de Veneza na guerra contra os turcos pela posse da ilha de Chipre. Apesar de respeitado pelo seu valor como soldado, nas entrelinhas Otelo é tratado ainda como um escravo prestativo, mas, socialmente, ainda um escravo. A benevolência forjada do senador Brabântio (Reinaldo Gonzaga) – político influente em Veneza e pai da jovem Desdêmona (Marcella Rica), para quem procura o melhor partido – faz com que Otelo seja aceito no alto escalão político da cidade. Otelo distrai os políticos ociosos com suas incríveis histórias de guerra, e Brabântio repara que sua filha o escuta atentamente, com os olhos marejados de lágrimas. Contrariando as convenções e o protocolo militar, Otelo e Desdêmona se apaixonam e se unem, enchendo Brabântio de desgosto.
Da insegurança de Otelo, devido à sua cor e origem, nasce a baixa auto-estima que o leva a perder-se em ciúmes, plantado em cena pela maldade de seu ajudante, o alferes Iago (Diogo Vilela). Incapacitado como soldado, Iago se vê rebaixado à função de alferes do mouro, e fica atormentado com o fato de que ele, um veneziano legítimo, esteja a serviço de Otelo, um mouro negro, que além de tudo, ainda é casado com uma linda e nobre veneziana.
Dos possíveis e múltiplos motivos para odiar Otelo, Iago planeja e executa uma sucessão de armadilhas com o objetivo único de arruinar a vida do comandante. Apesar de ser um homem medíocre, Iago é dono de inteligência e frieza notáveis. Enredado pela teia de intrigas urdidas pelo alferes, Otelo, dominado pelo ciúme, acaba matando Desdêmona, certo de que ela o traíra. Depois, descobrindo que tudo fora armado por Iago, Otelo não suporta e se mata.
"Sinto que Otelo é uma peça mais do que necessária de ser montada hoje. Não só pela demonstração de seu aspecto moral, que nos faz refletir sobre nós mesmos, mas também pela volta quase eterna (haja vista a época em que foi escrita, 1604) da dificuldade existente em nós, seres humanos, de nos preocupar com os outros e que, por puro capricho, prepotência, ou mesmo pela tão falada competição, faz com que não aceitemos a felicidade do próximo! Tornando-nos algozes até daqueles que amamos. (...) O colapso moral de Otelo nos impressionará muito pela sua total capacidade de desconhecer a maldade humana, tornando assim esta obra-prima de William Shakespeare um exemplo de como devemos resolver a questão da ética e do bom senso em nossas comunidades", afirma Diogo Vilela.
Serviço:
OTELO
Local: Teatro Raul Cortez
Endereço:Rua Dr. Plínio Barreto, 285 - Bela Vista/SP. (paralela à Avenida 9 de Julho, edifício-sede da Federação do Comércio do Estado de São Paulo)
Capacidade: 522 lugares
Telefone: (11) 3188-4141
Aceitam-se todos os cartões de crédito.
Venda para grupos: vendas@cult.art.br
Estacionamento c/ manobrista: R$ 14,00
Acesso para deficientes / Ar Condicionado
Dias e Horários: Sexta e Sábado às 21h; Domingo às 18h.
Ingressos: Sexta e Domingo R$ 60,00 - Sábado R$ 70,00.
Duração: 160 minutos, com intervalo.
Recomendação: 14 anos
Estréia: dia 04 de julho, sexta-feira, às 21h.
Curta Temporada: até 31 de agosto.
Ficha Técnica:
Texto: WILLIAM SHAKESPEARE
Direção: DIOGO VILELA e MARCUS ALVISI
Assistente de Direção: MARCO AURÉLIO MONTEIRO
Tradução e Adaptação: JOÃO GABRIEL CARNEIRO e LEONARDO MARONA
Cenário: RONALD TEIXEIRA
Figurinos: PEDRO SAYAD
Iluminação: JORGINHO DE CARAVALHO
Direção de Ação: DANI HU
Preparação Vocal: ELENA KONSTANTINOVNA
Trilha Sonora: DIOGO VILELA e MARCUS ALVISI
Produção Executiva: DENISE ESCUDERO e LETÍCIA PONZI
Direção de Produção e Administração Financeira: MARÍLIA MILANEZ
Patrocínio: BRADESCO SEGURO e PREVIDÊNCIA
Realização e Produtores Associados: DIOGO.S EMPREENDIMENTOS ARTÍSTICOS Ltda. e NITIREN PRODUÇÕES ARTÍSTICAS Ltda.
Elenco:
DIOGO VILELA como Iago
MARCELO ESCOREL como Otelo
Apresentando MARCELLA RICA como Desdêmona.
Participação Especial de REINALDO GONZAGA e RUBENS DE ARAÚJO.
E ainda OTTO JR., ALVISE CAMOZZE, ROSE ABDALLAH, MARCOS DAMIGO, TATIANA CRUZ, RAFAEL MAIA, EDUARDO MUNIZ, BRENO DE FELIPPO, DAVID THAMI, DIOGO BRANDÃO e SALVATORE GIULIANO.
A Montagem:
O foco principal da direção de Diogo Vilela está no trabalho dos atores, de cujo preparo fazem parte as aulas com o professor de artes marciais Dani Hu, a preparação vocal com a professora russa Elena Konstantinovna e cerca de dez horas de ensaios diários. A tradução, de João Gabriel Carneiro e Leonardo Marona, ainda que preservando a poética do texto e sua estrutura em versos, privilegia a compreensão clara.
O cenário de Ronald Teixeira procura, mais do que ilustrar as cidades em que se passa a cena, criar as atmosferas e o ambiente que envolvem os conflitos da peça. Há no palco uma grande plataforma que evoca uma nave em movimento. Sobre ela duas grandes velas náuticas feitas de material translúcido que deixa entrever um fundo de cena coberto por tapetes turcos, numa referência à ambientação luxuosa de Veneza. As ações se dão sobre a plataforma e abaixo, ao seu redor, onde um piso espelhado dá a idéia de profundidade, como num abismo. A comunicação entre altos e baixos se dá através de pequenas escadas e acessos, que aludem às vielas e pontes de Veneza. O tom acobreado predomina na cena, remetendo ao desgaste do tempo.
Os figurinos de Pedro Sayad, releituras de uma época situada entre os períodos renascentista e elisabetano, fazem contraponto ao cenário: no ambiente luxuoso de Veneza, o que se vê são roupas sóbrias em tons marrons e dourados; já em Chipre, onde não há mais o luxo veneziano, predominam nas roupas os tons vibrantes e coloridos. A iluminação é do veterano Jorginho de Carvalho.
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