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terça-feira, 5 de junho de 2018

Síndrome de May-Thurner


A síndrome de May-Thurner, síndrome de compressão da veia ilíaca, síndrome de compressão iliocaval ou síndrome de Cockett é uma condição em que a artéria ilíaca direita comprime a veia ilíaca esquerda quando se cruzam na pelve.

A síndrome de May-Thurner ocorre aleatoriamente. O cruzamento da veia e da artéria ilíacas geralmente ocorre de maneira normal, mas, em alguns casos, elas estão posicionadas de modo que a artéria ilíaca direita pressiona a veia ilíaca esquerda contra a coluna, estreitando-a, e podendo bloquear parcial ou completamente o fluxo sanguíneo através desta veia.

Normalmente, artéria e veia se cruzam sem problemas em várias partes do corpo. Na síndrome de May-Thurner a artéria ilíaca direita comprime a veia ilíaca esquerda contra a coluna vertebral. Isso pode causar uma trombose venosa profunda na perna esquerda. Dessa trombose pode se desprender um êmbolo que obstrua a circulação à distância. Se esse êmbolo for para os pulmões, pode gerar risco sério à vida.

A maioria das pessoas não sabe que tem síndrome de May-Thurner, mas ela é identificada quando se apresenta com trombose venosa profunda. Os doentes devem procurar tratamento para os sintomas, incluindo inchaço, dor ou sensibilidade na perna, sensação de aumento do calor na perna, vermelhidão ou descoloração da pele ou aumento das veias da perna.

Mesmo que a trombose em si não seja fatal, o coágulo de sangue tem o potencial de se libertar e viajar através da corrente sanguínea, podendo se alojar nos vasos sanguíneos do pulmão, condição conhecida como embolia pulmonar e que representa risco de vida. Nessa condição, o paciente provavelmente sentirá dor no peito, tosse com sangue, batimentos cardíacos mais rápidos que o normal, desmaio, falta de ar e/ou outros problemas respiratórios.

A trombose venosa profunda simples é caracterizada ainda pelo acúmulo de sangue, inchaço nas pernas, aumento da pressão, aumento da pigmentação ou descoloração da pele, úlceras nas pernas, alterações na cor da pele, com mais vermelho ou púrpura do que o normal, sensação de peso e de latejamento, pele quente ao toque e veias mais salientes que o normal.

O diagnóstico depende primeiro de um exame físico que detecte sinais e sintomas de trombose venosa profunda, porque o simples cruzamento arteriovenoso é assintomático. Em sequência será preciso imagens como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, ultrassonografia e venograma (um tipo de raio X que usa um corante especial para mostrar as veias da perna).

O tratamento da síndrome de May-Thurner deve cumprir dois objetivos: tratar qualquer coágulo já existente e impedir a formação de novos coágulos. Para isso, pode usar diluentes de sangue e alguns anticoagulantes para prevenir novos coágulos e manter silenciosos os que o paciente já tenha.

A terapia trombolítica (destruição do trombo) consiste em usar um tubo fino, chamado cateter, para enviar a medicação diretamente ao local do coágulo e destrui-lo. Outro recurso terapêutico consiste na angioplastia, com a colocação de um stent para expandir a veia ilíaca esquerda.

Pode ser colocado um filtro na veia cava que detenha os coágulos antes que eles atinjam os pulmões. Esse recurso é usado se o paciente não puder tomar anticoagulantes. O médico pode também construir cirurgicamente um novo caminho para o sangue fluir, um bypass (um desvio em torno da parte da veia ilíaca esquerda que está sendo espremida). Essa operação desloca a posição da artéria de forma que fique atrás da veia ilíaca esquerda e não a pressione mais. Há também o recurso de fazer uma cirurgia em que tecido extra é colocado como uma almofada entre os dois vasos sanguíneos.

A complicação maior e mais temida a partir da síndrome de May-Thurner é a trombose pulmonar, secundária à trombose venosa profunda que pode, inclusive, levar à morte.

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