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sábado, 11 de novembro de 2017

Crianças precisam de limites



Inicialmente, a criança pequena não suporta qualquer frustração e busca satisfazer prontamente seus desejos, a qualquer custo, ainda que para isso seja necessário invadir os domínios e os direitos de outras pessoas. 

Só aos poucos, e com sofrimentos, a criança vem a saber até onde pode ir e o que pode ou não fazer, coisa que aprende diretamente dos pais ou de quem cuida dela.

Pais muito permissivos têm dificuldades de impor às crianças as medidas restritivas que a ajudam a reconhecer seus limites. 

Assim, criam filhos que serão pessoas “espaçosas”, intrusivas, sem consideração com os demais e com muitas dificuldades de conviver com frustrações. 

E, consequentemente, pouco preparados para lidar com os desafios que encontrarão ao longo da vida.

Os limites começam a ser estabelecidos desde o nascimento, quando a mãe estabelece uma rotina para a criança: horários relativamente fixos de mamar, de dormir, de banhar-se, etc. 

É assim que a criança aos poucos vai aprendendo que deve obedecer a regras e não somente a “fazer as coisas quando se tem vontade”.

Normalmente, a criança, em seu egocentrismo, testa os pais ou cuidadores, explorando todas as brechas que eles deixarem. 

É muito importante, pois, que pai e mãe estejam em perfeita sintonia quanto às orientações que os filhos devem receber. 

Isso fará com que eles (os filhos) sintam uma confiança inabalável nos pais e não procurem valer-se das divergências entre eles para aí imporem suas próprias vontades. 

É importante também que sejam constantes em suas opções. 

Se numa vez os pais consentem alguma coisa e noutra vez proíbem essa mesma coisa, causam uma danosa insegurança na criança e a deixam confusa e desnorteada. 

A mesma coisa acontecerá se os pais divergem entre si, com posições opostas.

Muitas vezes, impor limites para os filhos significa dizer “não”. 

E, no entanto, isso não é traumático para eles, se é dito com calma. 

Sempre deve ser demonstrado que as regras são impostas a favor da criança e não contra ela. 

Ao contrário do que muitos imaginam, impor limites faz bem, porque a criança passa a ter clareza sobre até onde pode ou não ir. 

Muitos pais sentem mais dificuldades de dizer “não” aos filhos que esses em recebê-lo. 

As regras devem ser colocadas com equilíbrio, com autoridade mas sem autoritarismo e sem permissividade excessiva. 

Quando o “não” é dito com firmeza, mas de forma afetuosa e branda, geralmente a criança rapidamente o incorpora e passa a não ser mais necessário sua imposição externa.

O “sim” deve significar “sim” e o “não” deve ser verdadeiramente “não”, sem ambiguidades. Isso parece uma coisa simples, mas muitos pais não têm essa clareza em suas atitudes com os filhos. 

Os motivos das regras devem ser explicados para a criança com frases curtas e objetivas, mas sempre explicativas, mesmo que a criança ainda não entenda. 

Evite mentir, por mais que a mentira pareça inocente. Pois isso pode afetar o elo de confiança da criança com você.

Nem se deve tentar inibir os comportamentos indesejados da criança causando-lhe medos.

Os medos podem se generalizar e se cristalizar, dando origem a uma pessoa medrosa de modo geral. 

Os limites, tanto psíquico quanto físico, são necessários para que o desenvolvimento da criança seja saudável. 

Pode parecer que limite e autonomia sejam coisas opostas, mas não são. 

Esses conceitos trabalham juntos, num mesmo sentido. 

Uma criança que conhece claramente que limites tem de respeitar, sente-se mais segura para agir e exercer sua autonomia em toda a sua extensão.

Se os pais forem rígidos em excesso, enfrentarão a revolta dos filhos e se forem muito permissivos acabarão por gerar ansiedade neles, porque, sem limites, a criança se sente perdida. 

As regras e valores que se deseja transmitir às crianças devem estar claros para todas elas.

Os adultos (geralmente pais) devem explicitar o que a criança pode ou não fazer, cuidando  das "inovações" que ela esteja conquistando. 

Deve ser mostrado para as crianças que as decisões que tomarem, sejam boas ou ruins, gerarão consequências para elas. 

Se os pais resolvem todos os problemas da criança e a poupam disso, o aprendizado posterior da autonomia será um processo doloroso.

Uma criança sem limites sofre... e faz sofrer.

As crianças criadas sem limites não conseguem se controlar: fazem pirraças e chantagens até conseguirem o que querem, mas nunca ficam satisfeitas com nada; não sabem respeitar regras ou pessoas mais velhas. 

Tornam-se egoístas, narcisistas e assumem um sentimento de onipotência.

Crianças sem limites não se sentem amadas.

É como se os pais não se importassem com elas. 

Tornam-se inseguras afetivamente, sem saber bem o que fazer e frequentemente usam o mau comportamento como forma de chamar a atenção dos pais. 

Crianças às quais não se impõem limites serão adolescentes extremamente problemáticos e adultos frustrados e sem caráter. 

Ademais, a sua relação com as pessoas assume uma forma desagradável porque ela se torma egoísta e será considerada antipática pelos demais.

Filhos sem limites significam adultos frustrados, que nunca conseguem alcançar o que almejam.

Quando você se sentir impotente diante de seu filho, diante de sua filha, procure um psicólogo ou uma psicóloga para lhe ajudar.

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