Pesquisar este blog

sábado, 25 de junho de 2016

Olimpíadas no Brasil: o que a OMS recomenda aos viajantes que virão aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016?


Os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 serão no Rio de Janeiro, Brasil, entre 5 a 21 de agosto de 2016 e entre 7 a 18 de setembro de 2016, respectivamente. Cinco cidades adicionais irão hospedar jogos do Torneio Olímpico de Futebol - Belo Horizonte, Brasília, Manaus, Salvador e São Paulo.

As recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) são destinadas a aconselhar as autoridades de saúde e os prestadores de cuidados de saúde sobre práticas e medidas de segurança para os viajantes que visitarão o Brasil.

Antes da partida, os viajantes devem ser aconselhados sobre os riscos de saúde existentes nas áreas que pretendem visitar e a respeito das práticas e medidas preventivas relacionadas, para minimizar a probabilidade de adquirir doenças e de ter acidentes.

Os viajantes para o Brasil devem consultar o conselho de viagem emitido pelas respectivas autoridades nacionais.

As autoridades de saúde do Brasil fornecem conselhos de saúde para os visitantes em seu site em português (ver lista de sites no artigo original). Serviços de saúde vinculados ao Sistema Único de Saúde pública do Brasil (SUS) são gratuitos para todos os indivíduos, incluindo os visitantes.

Doenças evitáveis por vacinação

A consulta médica deve ser agendada o mais cedo possível antes da viagem, pelo menos 4 a 8 semanas antes da partida, a fim de dar tempo suficiente para a conclusão de esquemas de imunização para vacinas de rotina e para vacinas indicadas de acordo com destinos específicos. Mesmo quando a saída é iminente, ainda há tempo para fornecer conselhos e aplicar algumas vacinas.

Vacinas de rotina

Os viajantes devem ser vacinados de acordo com o seu calendário de imunização nacional, que irá variar de um país para outro. Esquemas de imunização de rotina, estabelecidos pelas autoridades nacionais, incluem a vacinação contra a difteria, coqueluche, tétano, poliomielite, sarampo, hepatite B, Haemophilus influenzae tipo b e, em muitos países, doenças adicionais, tais como a rubéola, caxumba, gripe, febre amarela, vírus do papiloma humano (HPV), rotavírus e doenças pneumocócicas.

Desde julho de 2015, o Brasil acabou com a transmissão do sarampo, na sequência de um surto associado a um caso importado. Como o sarampo ainda é endêmico ou circula em muitos países, a vacinação contra o sarampo deve ser atualizada para evitar a importação do vírus ao Brasil. Considerações semelhantes se aplicam para a rubéola, que foi eliminada no Brasil em 2009.

O poliovírus selvagem foi eliminado no Brasil desde 1989. Para evitar a reintrodução da poliomielite no Brasil, os viajantes provenientes de países onde casos de pólio têm ocorrido recentemente devem ser totalmente imunizados.

Para os viajantes em risco de complicações graves de gripe, a vacinação deve ser considerada. A OMS recomenda a vacinação contra a gripe sazonal para as mulheres grávidas, idosos, indivíduos com condições médicas crônicas específicas, crianças de 6 a 59 meses e profissionais de saúde. Note-se que a OMS aconselha mulheres grávidas a não viajar para os Jogos Olímpicos ou para qualquer área onde o vírus Zika está circulando. A cepa do vírus influenza da gripe que circula atualmente no Brasil, A (H1N1) pdm09, está incluída nas vacinas tanto no Hemisfério Norte 2015-2016 quanto no Hemisfério Sul 2016. Espera-se que os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos aconteçam após a temporada de gripe no Rio de Janeiro ter atingido o seu pico em junho e julho; no entanto, há variações regionais e casos ocorrem ao longo do ano no Brasil. Os viajantes em risco devem, idealmente, receber a vacina contra a gripe pelo menos duas semanas antes da partida.

Vacinas relacionadas a viagens

Dependendo do itinerário específico de viagem, vacinas adicionais podem ser consideradas para alguns viajantes. Aos viajantes não vacinados devem ser oferecidas tais vacinas de acordo com suas recomendações nacionais:

Hepatite A: o Brasil é um país de endemicidade intermediária e propenso a surtos de hepatite A.

Hepatite B: é provável que o risco de contrair hepatite B seja baixo, exceto para os viajantes que engajarem-se em comportamentos de alto risco, tais como tatuagens e uso de drogas injetáveis. A vacina contra hepatite B foi introduzida no calendário nacional de imunização no Brasil em 1998.

Febre tifoide: a incidência de febre tifoide no Brasil é maior no Norte e Nordeste, incluindo Amazonas e Manaus, que hospedarão jogos do Torneio Olímpico de Futebol.

Raiva: o risco de infecção por raiva no Rio de Janeiro e nas cinco cidades restantes que hospedarão o Torneio Olímpico de Futebol é desprezível.

Febre amarela: uma única dose da vacina contra a febre amarela é recomendada para todos os viajantes com idade superior a 9 meses que visitarão áreas de risco de transmissão da febre amarela. A vacinação deve ser realizada pelo menos 10 dias antes da partida, confere proteção duradoura e não é recomendada para os viajantes que limitarem a sua estadia para as seguintes cidades-sede das Olimpíadas e Jogos Paraolímpicos: Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. A propagação internacional do surto de febre amarela em curso em Angola poderá exigir da OMS o ajuste dessas recomendações.

Doenças transmitidas por mosquitos

Medidas de proteção individuais
Embora o risco de doenças transmitidas por mosquitos seja menor durante o inverno, mesmo assim os viajantes devem tomar medidas de proteção para evitar picadas de mosquitos. Essas incluem:
•Sempre que possível, usar roupas (de preferência de cor clara) que cubram a maior parte do corpo durante o dia;
•Usar repelentes que contenham DEET (dietiltoluamida), ou IR 3535 ou icaridina, os quais devem ser aplicados na pele exposta ou nas roupas, utilizados em estrita conformidade com as instruções do rótulo, especialmente em relação à duração da proteção e tempo de reaplicação. Se repelentes e protetores solares são usados juntos, o protetor solar deve ser aplicado em primeiro lugar e o repelente após este;
•Escolher acomodações sanitárias com água encanada e barreiras físicas, tais como telas em janelas e portas para evitar que os mosquitos entrem nos quartos;
•Evitar áreas sem água encanada e com saneamento deficiente, que constituem criadouros ideais para os mosquitos.

Arboviroses transmitidas por mosquitos Aedes

Além da febre amarela (ver acima os requisitos de vacinação), as doenças transmitidas por mosquitos da espécie Aedes incluem chikungunya, dengue e doença do vírus Zika.

Nenhum comentário: