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quinta-feira, 17 de março de 2016

Queilite actinica


A queilite actínica é uma alteração pré-maligna dos lábios, que acomete principalmente o lábio inferior. Afeta principalmente indivíduos do sexo masculino com média de 50 anos de idade.

A queilite actínica tem como principal fator etiológico os raios ultravioletas do sol, em especial os raios UVB, os quais também são o principal agente etiológico do carcinoma epidermoide do lábio. O fumo também é um fator relacionado à etiopatogenia deste último. A menor frequência entre os negros ocorre pelo efeito protetor da melanina e acredita-se que, entre as mulheres, pelo uso do batom, que atuaria como fator de proteção.

Histologicamente (no microscópio) a queilite actínica se caracteriza por alterações crônicas e lesões epiteliais irreversíveis que vão desde atrofia epitelial ou hiperqueratose (excesso de queratina) em estágios iniciais, até displasias que podem ser classificadas como leve, moderada ou severa. Normalmente se caracteriza, ainda, por um epitélio escamoso, estratificado e atrófico.

As transformações sofridas pelas células resultam na infiltração de células neoplásicas ou paraneoplásicas para o tecido conjuntivo, gerando um tumor. O tecido conjuntivo subepitelial apresenta degeneração hialina e nele há desidratação das fibras elásticas, formação de material amorfo, acelular e basofílico, além da presença de um infiltrado linfoplasmocitário.

A queilite actínica é mais comum em indivíduos idosos de pele clara e que mantêm hábitos que os expõe mais à radiação actínica. Começa com áreas leucoplásicas (lesões brancas), presença de fissuras, ressecamento, aspereza e descamação ou áreas atróficas ou vesiculares, o que torna o diagnóstico clínico relativamente fácil e característico.

Nos casos agudos, o lábio fica inchado, formam-se bolhas e a pessoa sente queimação, mas a cicatrização é espontânea. Já no tipo crônico, as lesões permanecem na pele e pioram com a exposição ao sol. Em geral, o problema começa com uma pequena descamação e em seguida aparecem feridas que não cicatrizam. Contudo, a biópsia incisional é que dará o diagnóstico definitivo e o grau de modificações celulares.

O diagnóstico da queilite actínica é feito por meio da observação, levando em conta a história médica da pessoa.

O grau, o tempo de evolução e o tipo de queilite é que indicam qual tratamento deve ser adotado, desde a aplicação local de pomadas até cirurgias. A queilite actínica pode também ser tratada com ablação com laser, além da remoção cirúrgica da vermelhidão do lábio inferior. Os pacientes devem ser acompanhados por longos períodos quaisquer que tenham sido as medidas terapêuticas utilizadas, para monitorar a possibilidade de malignização.

A malignização da queilite actínica chega a 17% dos casos, ocasionando carcinomas de progressão lenta e metástases tardias. As lesões passíveis de malignização podem manter-se estáveis, regredir ou ainda sofrer transformações neoplásicas.

São recomendáveis medidas preventivas que visam atenuar exposições solares como o uso de protetores labiais, uso de bonés e diminuição no tempo de exposição ao sol em horários críticos.

A complicação mais temível da queilite actínica é a sua malignização. Em alguns casos, pode haver incômodo ao comer ou beber.

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