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sábado, 5 de dezembro de 2015

Tratamento com Choque elétrico (ECT)


O tratamento com choque elétrico pela psiquiatria não está ultrapassado e é o maior exemplo das consequências que um tratamento pode ter devido à histeria social que se criou em torno desse assunto.

Atualmente muitas pessoas acham que o ECT não é mais usado, quando era usado era somente um castigo imposto aos doentes mentais como se isso fosse uma coação feita à animais enjaulados.

A eletroconvulsoterapia não é um tratamento bonito nem apreciável, assim como não é nenhuma cirurgia, procedimento caracterizado pela indução anestésica (estado de coma), abertura da pele por instrumento cortante, perda de sangue, risco de infecção além dos riscos inerentes de cada cirurgia.

Faz-se muitas cirurgias estéticas simplesmente para se ficar mais bonito e às vezes o procedimento não dá certo e a pessoa morre ou fica com alguma sequela.

Apesar disso não há rejeição social contra as cirurgias que são muito mais perigosas que o ECT, e algumas vezes muito menos necessárias que um ECT.

Desde o princípio sabe-se que o ECT é um tratamento seguro ao contrário de certas medicações que apresentam riscos. Levantamentos de décadas mostraram um índice de letalidade menor do que das medicações (psiquiátricas ou não). A incidência de efeitos colaterais do ECT é menor que das medicações.

Estudos realizados com pacientes submetidos ao ECT mostrou que 80% deles não apresenta nenhuma rejeição ao tratamento e o fariam novamente.

A utilização na depressão é superior por conseguir tirar um paciente do quadro depressivo mais rapidamente.

Presenciamos um processo de elitização do ECT, que esta´sendo retirado do sistema público de saúde e ficando apenas no sistema particular que cobra cada aplicação o preço de um pequena cirurgia.

O ECT continua sendo muito usado no mundo todo, principalmente nos países desenvolvidos, continuam surgindo publicações comprovando a apresentando vantagens deste tipo de procedimento médico.

Perante tantas vantagens porque o ECT é tão rejeitado.

Há pelo menos 3 principais fatores: mau uso pelos profissionais (médico e enfermeiros) que ameaçavam os paciente com o choque, coisa que funcionava apenas como efeito desmoralizante uma vez que quando aplicado corretamente é indolor. "Denúncias" provenientes dos próprios pacientes quando estes queriam simplesmente provocar alvoroço porque se consideravam injustiçados, incompreendidos e forçadas a "se tratar".

A psiquiatria é a única especialidade médica na qual o paciente muitas vezes não tem competência para avaliar seu estado mental, mas mantém certa capacidade de comunicação.

Enormes mal-entendidos provenientes desse tipo de situação geraram até movimentos anti-psiquiátricos, como se fosse possível protestar contra doenças fazendo dos médicos os criadores dos males mentais.

O terceiro fator é a mídia.

Filmes, peças teatrais, livros e outros meios de comunicação geraram na população geral uma visão distorcida e errada a respeito do ECT e de outros aspectos da psiquiatria também.

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